Há determinados filmes que te convidam para um universo único. Muitas obras fantásticas se destacam por fugir completamente da verossimilhança e pela capacidade de nos transportar para um lugar diferente durante mais de uma hora, onde no final das contas tudo pode ou não fazer algum sentido para a história. Tudo vai depender da disposição do espectador de aceitar ou não esse convite. E caso aceite, não significa que ele vai gostar dessa imersão.
Esse é o caso de Um Conto do Destino (2014), dirigido por Akiva Goldsman - que também adaptou o roteiro de um romance literário - e estrelado por atores do naipe de Colin Farrell, Russell Crowe, Will Smith, Jennifer Connelly e Eva Marie Saint.
A trama - que se passa em diferentes épocas - apresenta Peter Lake (Collin Farrell), que ainda bebê, foi colocado por seus pais em um barquinho com o intuito de salvá-lo de um surto de tuberculose ocorrida em sua cidade no final do século XIX. Criado por outras pessoas, ele cresce e se torna um ladrão em Manhattan. Em um dos seus assaltos, após invadir uma casa, ele se depara com uma jovem (Jessica Brown Findlay) com uma grave doença que irá mudar por completo sua vida.
Contando desse jeito, vocês devem estar se perguntando: Onde está a magia nisso tudo? Pois bem. E se eu disser que o barquinho onde foi deixado o menino foi largado em alto mar? Insira nisso tudo, milagres realizados pela força do amor ,um cavalo alado, um protagonista que vive mais de 100 anos sem envelhecer e demônios se passando por humanos. Certos momentos lembra as histórias com princesas.
A mensagem edificante de que o amor supera até mesmo a morte é bacana. No entanto, senti uma forçação de barra para emocionar o público à qualquer custo e nesse quesito não foi eficiente. Lembro-me que me emocionei apenas em uma cena lá pelo final do filme.
Collin Ferrell está péssimo. Não sei se foi por causa da dublagem (Parabéns HBO pela falta de opção com legenda), mas me pareceu indiferente em vários momentos. Assisti ao filme com minha esposa e em um certo momento comentei que até o cavalo estava atuando melhor. Gostei da atuação de Jessica Brown Findlay. Russel Crowe se esforça interpretando um demônio. Já Will Smith não convence interpretando o Lúcifer com aquele jeitão de seu personagem em MIB - Homens de Preto. Jennifer Connelly não tem tanto tempo para mostrar muita coisa, apesar de sua personagem ter importância na trama e temos também em uma participação rápida Eva Marie Saint.
A fotografia é bem bonita principalmente nas cenas com neve. A música de Hans Zimmer é boa, mas utilizada com um certo exagero para causar efeitos dramáticos na platéia. O roteiro poderia ser mais enxuto e com menos diálogos expositivos. Por falar nos diálogos, muitos não atingem o objetivo desejado.
Um Conto do Destino é uma fantasia clichê com uma mensagem bonita, mas que peca ao não conseguir cumprir alguns objetivos. Nota 6.
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