domingo, 21 de junho de 2015

Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)


 Logo no início de Mad Max: Estrada da Fúria (2015), somos injetados de volta ao universo criado pelo mesmo diretor da trilogia original: George Miller. Em poucos minutos, já sentimos o efeito alucinante e frenético que o autor quis passar. O filme parece ter ingerido um coquetel de energético com cocaína. Estaria o septuagenário George Miller sob influência de algo equivalente ao famoso viagra? Só sei que com uns 20 minutos de projeção, já dava pra perceber algumas pessoas ofegantes dentro do cinema. O filme não te deixa respirar, e digo isso no melhor dos sentidos.

Max (Tom Hardy) é  um andarilho capturado e feito de prisioneiro pelos seguidores do influente Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), com o intuito de servir como banco de sangue para os feridos durante as missões desse grupo. Immortan por sua vez é uma figura praticamente endeusada principalmente por ser um detentor de diversas riquezas (água, combustível, etc...) dentro daquele universo pós apocalíptico. A partir desse ponto, entra em cena a personagem Furiosa (Charlize Theron), que é um membro de alta confiança na equipe de Immortan, mas que planeja fugir daquele ambiente levando consigo algumas mulheres que eram mantidas em uma espécie de harém e estavam cansadas daquela situação. Daí para frente, começam as sequências de perseguição e o caminho da Furiosa irá cruzar com o de Max. Vale mencionar o personagem Nux (Nicholas Hoult), que tem um desenvolvimento bem legal na trama.

O roteiro é bem simples e tudo que é mostrado na tela é condizente com a sua proposta. Já ouvi muitos criticando o roteiro pelo fato de não ser elaborado.

Charlize Theron é fantástica mais uma vez e entrega uma personagem forte com uma atuação digna do seu talento. Ao meu ver, Tom Hardy não está mal, mas acabou ofuscado pelo talento de sua companheira de trabalho. Falando em personagens fortes, as mulheres aqui não dependem dos homens para nada. O filme claramente levanta a bandeira à favor das mulheres.

Diferentemente do que acontece em diversos filmes de ação hoje em dia, Miller e sua equipe optou em não utilizar câmera tremida e nos presenteou com belos planos dando uma noção melhor do que está acontecendo durante as cenas de ação. Memo com a montagem um pouco mais acelerada em alguns momentos.

A fotografia dá um show com suas "cores quentes" principalmente durante as cenas diurnas no deserto e um tom azul nas cenas noturnas. Além de todo o trabalho de direção de arte, figurinos e maquiagens que casam perfeitamente como o que é capturado pela câmera.

Até mesmo situações absurdas, como por exemplo, um carro de perseguição repleto de amplificadores com várias pessoas tocando tambor e um guitarrista que quando toca solta fogo pela guitarra, cabem bem dentro desse universo. E por falar em música, ela sublinha muito bem nas cenas de ação.

A maioria das cenas com veículos, não tiveram o auxílio do CGI e com isso tornam o efeito ainda mais impactante. Se tem algum ponto fora da curva, eu diria que é justamente quando o CGI "grita" que é na cena dentro da tempestade de areia. Toda aquela artificialidade me incomodou e me tirou um pouco do filme. 

Pelas inúmeras qualidades da obra, eu termino com a seguinte palavra: Testemunhem! Nota 8.


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