domingo, 20 de fevereiro de 2011

Seu Amor, Meu Destino (Here on Earth)


Quem me conhece, sabe que eu assisto à qualquer tipo de filme. Pode ser infantil em excesso, um terror com pouca história, uma ação descerebrada e barulhenta ou aquela típica comédia romântica adolescente... dependendo da disposição e do estado de espírito, está valendo. Mas é claro que eu tenho minhas preferências e muitas vezes (e pela falta de tempo), esses filmes ficam esquecidos e largados de lado por um tempo.

Dia desses eu assisti em casa junto com a minha esposa, Seu Amor, Meu Destino (2000), longa de estréia do diretor Mark Piznarski.

A história transita entre o romance e o drama envolvendo principalmente três personagens: Kelley (Chris Klein, canastrão como sempre), Samantha (Leelee Sobieski) e Jasper (Josh Hartnett). Kelley é o rapaz riquinho e marrento que se apaixona por Samantha, uma moça que trabalha em uma lanchonete e que por sua vez é namorada de Jasper. Os dois marmanjos se envolvem numa briga que culmina em um acidente com carros, destruindo a lanchonete onde Samantha recebe o seu ganha pão. Como castigo, ambos devem trabalhar na reforma do estabelecimento. Esse fato, acaba aproximando Kelley de Samantha, formando aí, um confuso triângulo amoroso.

Achei interessante a abordagem de um amor entre duas pessoas com condições financeiras bem distintas e sobre lidar com as perdas da vida. No entanto, apesar de toda a mensagem edificante, faltou emoção e uma maior identificação com os personagens.

Não gostei também da condução de toda a história. Em certo momento me lembrei de Um Amor para Recordar, que emocionou muito mais.

Um filme que dá sono, mas que tem um ponto positivo: a sua curta duração. Nota 2


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (Bring Me the Head of Alfredo Garcia)




Não sou exatamente um fã dos filmes de Sam Peckinpah e nem tenho um conhecimento tão aprofundado do seu legado. No entanto, reconheço todo o talento e a importância do diretor que é conhecido pelos cinéfilos como "o poeta da violência". De todos os trabalhos que eu conheço do cineasta, o que mais me agradou foi Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (1974) que resume bem a essencia de toda sua obra. Naquela época, Peckinpah não ficou nada satisfeito com o resultado do seu filme anterior (Pat Garret & Billy the Kid) que foi mutilado pelo estúdio. Ele que já tinha problemas com o álcool, mergulhou ainda mais na bebida e se mandou para o México com pouco dinheiro para filmar seu novo trabalho. Sem nenhuma cobrança do estúdio, o resultado é um filme delicioso de ser apreciado. Uma jóia a ser descoberta que foi muito criticada na época de seu lançamento, principalmente pela crueza retratada e um realismo sem maquiagens

Na história, um milionário fazendeiro (Emilio Fernandez) descobre que sua filha engravidou do tal Alfredo Garcia e oferece 1 milhão de dólares a quem trouxer a cabeça do sujeito.

Todo esse bafafá chega aos ouvidos de Bennie (Warren Oates), um pianista alcoolatra e decadente que se diz capaz de encontrar Alfredo. Logo em seguida, descobre através de sua namorada prostituta (Isela Vega) que o homem morreu em um acidente de carro e decide ir atrás do prêmio bizarro para faturar uma grana. A partir desse momento, o personagem inicia uma trajetória onde o fundo do poço nunca parece chegar.

O filme faz uma bacana referência ao clássico O Tesouro de Sierra Madre de John Huston, quando um caçador de recompensas se apresenta ao pianista como Freddy C. Dobbs (nome do personagem de Humphrey Bogart no filme)

Warren Oates está excelente em seu personagem inspirado no própio Peckinpah (que emprestou seu óculos ao ator). Quem fez bonito também foi Isela Vega que interpreta a sua personagem na medida certa. Destaque para as presenças dos atores Robert Webber, Gig Young e Kris Kristofferson.

Um filme sórdido, cheio de imperfeições (principalmente na fotografia) e ao mesmo tempo charmoso. Realizado com extrema sinceridade pelo seu diretor. Nota 8.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potyomkin)


Que tal assistir no conforto de sua casa um grande clássico do cinema? Pois foi exatamente o que eu fiz no último Domingo. Liguei o ar condicionado do quarto e coloquei no DVD O Encouraçado Potemkin (1925), a obra mais famosa do diretor Sergei Eisenstein.

O filme mostra um fato ocorrido em 1905 na Rússia Czarista em que marinheiros à bordo do navio Potemkin, resolveram se rebelar contra os seus comandantes devido principalmente aos maus tratos recebidos naquele local. Esse motim foi apenas um dos vários que ocorreram naquele ano e que posteriormente culminaria na Revolução Russa de 1917.

Fiquei impressionado com as sequencias das imagens que deixa a todo momento um clima de tensão. Além da já citada revolta no navio, outra cena que se destaca é a do massacre ocorrido na escadaria de Odessa onde vários civis foram mortos pelos opressores do Czar. Uma das sequencias mais antológicas é a do carrinho do bebê, que muitos anos depois foi homenageada em Os Intocáveis de Brian de Palma.

Desde a primorosa edição até a belíssima trilha sonora, tudo funciona perfeitamente bem nesse classico do cinema russo.

Um filme para ser visto e revisto por todos. Não apenas pelas suas qualidades, mas para jogar uma luz naquele período que resultaria na Revolução Bolchevique. Nota 10.