domingo, 25 de novembro de 2012

Sob o Signo de Capricórnio (Under Capricorn)



















É com uma imensa satisfação que venho até esse querido espaço, para escrever sobre um filme realizado por um dos maiores cineastas de todos os tempos: Alfred Hitchcock. Um sujeito que dirigiu Pacto Sinistro, Janela Indiscreta, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Frenesi, Festim Diabólico, A Sombra de uma Dúvida, Psicose, e tantas outras maravilhas, merece toda a adimiração do mundo e é referência para vários outros cineastas importantes. Hitchcock não era apenas o mestre do suspense, pois seus filmes não se enquadravam apenas nesse gênero. Em sua vasta filmografia, também encontramos comédias e dramas (caso do filme que vou citar aqui).
Sob o Signo de Capricórnio (1949) é o segundo filme colorido de Hitchcock realizado pela sua própia produtora (Transatlantic Pictures) e que custou uma fortuna devido principalmente à presença da bela atriz Ingrid Bergman que fez seu terceiro e último filme com o diretor.
Bergman interpreta Henrietta, uma mulher que apresenta sérios problemas com bebida e que é casada com Sam Flusky (Joseph Cotten), um ex-condenado que se enveredou pelo ramo dos negócios. Ambos moram em uma fazenda na Austrália, mas se conheceram muitos anos antes na Irlanda.

 A história (que se passa no século retrasado) envolvendo esse casal aos poucos vai sendo revelada após a presença de Charles Adare (Michael Wilding), que é primo do governador e está no país com o intuito de fazer negócios. Charles (que conhece Henrietta há muitos anos), está disposto à ajudar a esposa de Sam após descobrir que a mesma apresenta depressão. Sam à princípio apóia essa ajuda, mas com o passar do tempo, desconfia que Charles e Henrietta estão apaixonados, o que de fato acontece. Está formado o triãngulo amoroso.
Outra personagem fundamental na trama é a de Milly (Margaret Leighton) a empregada da casa que me fez lembrar de uma personagem em outro filme importante de Hitchcock : Rebecca - A Mulher Inesquecível.

 O filme na minha opinião não é uma obra prima, mas está longe de ser ruim. Repleto de diálogos, o destaque está na condução da história que mostra as várias reações dos personagens mediante algumas revelações e atitudes.
Hitchcock não gostou tanto do resultado final e nem das atuações dos atores principais. O filme foi um fracasso nas bilheterias e segundo dizem, o clima nos bastidores entre o diretor e Bergman não era dos melhores devido principalmente à discordâncias.

 O título do filme, é mais uma mancada dos tradutores, já que se refere ao trópico e não ao signo.
Eu gostei dos atores, principalmente de Bergman que se entrega de corpo e alma para interpretar a sofrida personagem.

 Muitas características do diretor também estão presentes nesta obra, e aqui ele realiza novamente os planos-sequência que foram largamente usados em Festim Diabólico.
Para quem não sabe, Hitchcock faz em cada uma de suas obras, uma pequena aparição. e aqui não foi diferente. Essa prática se iniciou no filme O Pensionista de 1927 e não parou mais. O público procurava o diretor durante a projeção, e isso acabava desviando a atenção. Por esse motivo em um determinado momento da carreira ele decidiu aparecer logo no início dos seus filmes.

Achei um pouco irreal, que o personagem Sam demorasse tanto para desconfiar das intenções de Charles com Henrietta. No entanto a verossimilhança nunca foi o forte nas obras de Hitchcock. Em uma célebre frase do gordinho, ele cita que deseja apenas que seus filmes sejam saboreados como um bom pedaço de bolo de chocolate. E nesse caso, mais um delicioso pedaço de bolo. Nota 8.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2)

 
E cá estou mais uma vez para dar continuidade aos relatos das minhas últimas aventuras no cinema. E dessa vez com a bela compania da minha esposa que estava ansiosa para assistir ao último (será?) capítulo da saga que jogou a Paris Filmes de volta aos holofotes: A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (2012). E pensar que vários estúdios tiveram a oportunidade de filmar a história de Stephenie Meyer (agora produtora), mas na época ninguém apostou que a saga pudesse trazer qualquer retorno financeiro.

E lá estava eu sentado em uma cadeira apertada com o cinema lotado e uma grande parcela do público eram adolescentes histéricas que berravam já nos créditos iniciais com os nomes dos principais atores. Pelo menos a sessão era legendada, pois com aquela gritaria toda não dava pra ouvir mais nada.

Na história, Bella (Kristen Stewart) se transformou em vampira e agora é mãe de Renesmee, fruto do seu amor com o vampiro Edward (Robert Patison) quando esta ainda era humana. Por conta disso, Renesmee é tipo aquele biscoito Trakinas meio a meio. Através de uma vampira "X9", essa informação vaza aos ouvidos dos Volturi (uma organização de vampiros responsáveis pelas leis dos mesmos) que logo decidem tomar uma providência: assassinar Renesmee.

Além dos membros da família Cullen, Renesmee é protegida por uma série de vampiros amigos da família espalhados pelo mundo todo. Além de Jacob (Taylor Lautner), que teve a certeza que Renesmee é o verdadeiro amor da sua vida, por conta de um dom característico dos lobos chamado imprinting. E é claro que seus amigos lobos não irão ficar fora dessa. A aparição dos novos vampiros me lembrou X-men, pois cada um tem um dom especial, ou seja, um super poder.

O filme é claro tem os seus momentos clichês. No entanto achei muito interessante a evolução da persongem Bella na trama. Inclusive Kristen Stewart deixa um pouco de lado aqueles cagoetes característicos. Destaco a cena da batalha com os Volturi que sem sombra de dúvidas é a mais bem trabalhada da saga. Além de inesperada e emocionante, principalmente para quem acompanha a série e se familiarizou com aqueles personagens, a cena é carregada de tensão antes e durante o combate. Não posso relatar mais nada para não estragar quem ainda não viu.

A trilha sonora de Carter Burwell colabora bastante e o roteiro de Melissa Rosenberg traz algumas pitadas de humor. Todos sob a batuta do diretor Bill Condon que se saiu bem também na parte 1.
 
Encontrei melhoras também nos efeitos e na fotografia. Não gostei das atuações, mas aí também é cobrar demais. Há momentos desnecessários na trama e nas atitudes de alguns personagens que serviram apenas para tampar buracos. Pelo menos foi essa a sensação que tive. Mas os fãs (incluindo aí a minha esposa Gisele) não estão nem aí e saíram satisfeitos com o desfecho.

Se observarmos todos os filmes da saga, acho que ela conseguiu manter uma regularidade e por isso eu mantenho a minha nota. Nota 7.

domingo, 18 de novembro de 2012

Pacto de Sangue (Double Indemnity)



Olá queridos leitores desse abandonado blog. Quando menos se espera eis que ressurge essas vagabundas letras digitadas pelo grande culpado do imperdoável sumiço. E não vou botar a culpa na falta de tempo ou nos problemas pessoais. Foi pura preguiça mesmo e não tem mais desculpas. É o mesmo motivo pelo qual nunca mais peguei no violão ou na guitarra para estudar música. Enfim, mas como sou brasileiro e não vou desistir tão fácil assim, a música e o cinema são duas paixões que vou levar até o meu último suspiro de vida. Por isso estou aqui novamente. E quem sabe não desapareça como das outras vezes? Quem viver verá. Mas como o assunto importante a ser tratado não é minha vida pessoal, vou abordar sobre um puta filme que assisti esses dias e que impulsionou este tão aguardado retorno.

Pacto de Sangue (1944) é ao meu ver o melhor filme de Billy Wilder. Melhor até que Crepúsculo dos Deuses, que era até então o meu favorito. É um filme bem hitchcockiano do diretor devido principalmente ao clima de suspense criado nessa magnífica história.

Walter Neff (Fred MacMurray) é um vendedor de seguros que se apaixona pela esposa de um de seus clientes (Barbara Stanwyck). Ao perceber a insatisfação no casamento e uma provável má intenção da moça, Walter propõe um golpe envolvendo assassinato com o intuito de fugir com a grana da vítima garantida por um seguro que ainda não foi assinado. A mulher á princípio aparentemente demosntra uma certa resistência, mas logo em seguida muda de idéia. Sabemos de tudo através do flashback, já que o filme começa com Walter ferido se encaminhando para a mesa de um escritório para registrar num gravador tudo que aconteceu até aquele instante.

A cena do golpe e do assassinato é carregada de suspense, e Wilder nos faz em certos momentos "torcer" para que os assassinos não sejam descobertos e nesse ponto lembrei que tive a mesma sensação assistindo Festin Diabólico de Alfred Hitchcock.

Além dos protagonistas, outro personagem fundamental da trama é o chefe de Walter (Edward G. Robinson) que tem um talento de detetive muito interessante e que não vou entregar aqui para não perder a graça. Graça essa que permeia a obra do início ao fim. Obrigatório para os amantes de um bom filme. Recomendo assistir num final de noite. Nota 10.