domingo, 8 de janeiro de 2017

Happy Feet - O Pinguim (Happy Feet)


Talento é um elemento que sobra no diretor George Miller. O cara parece estar sempre querendo encarar novos desafios e consegue ser muito bem sucedido nesse quesito. Seja em filmes de ação ( Mad Max), em dramas (Óleo de Lorenzo) e até mesmo em animações, que é o caso de Happy Feet - O Pinguim (2005). Aqui ele conta com o apoio na direção de Judy Morris e Warren Coleman.

Voltado tanto para o público infantil quanto para os adultos, o filme conta a história de Mano (Elijah Wood), um pinguim imperador que, diferente dos demais, não possui nenhum talento para cantar. Esse fato irá ocasionar a exclusão do protagonista por parte dos outros pinguins e consequentemente irá desencadear uma série de outros problemas para Mano. O seu talento na verdade é o de sapatear, e é o que ele mais gosta de fazer. Impossível não lembrar do grande Fred Astaire.

A obra já ganha a nossa simpatia pela afeição criada pelo pinguim e por vários outros personagens em geral. Palmas também para o roteiro muito bem amarrado abordando temas como preconceitos, tolerâncias, preservação de espécies, etc...

Algumas canções foram bem utilizadas em determinadas cenas. Em outras eu achei desnecessária.

As cenas de ação com os pinguins deslizando pelo gelo é de encher os olhos e muito bem realizadas, dando uma boa noção espacial para o espectador.

O filme ainda teve a grande sacada de perto do final, misturar animação com live action de maneira brilhante.

Demorei muito para assistir Happy Feet - O Pinguim. Antes tarde do que nunca. Nota 8.



quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Simplesmente Feliz (Happy-Go-Lucky)


Me apaixonei pela atriz britânica Sally Hawkins assim que assisti Blue Jasmine de Woody Allen. É claro que o trabalho de Cate Blanchet é impecável no filme, mas Sally não ficava atrás e compôs sua personagem de maneira brilhante. E aqui ela não está diferente.

Simplesmente Feliz (2008) foi bastante elogiado na época de seu lançamento. É de fato um filme muito bacana e com uma leveza alcançada com sucesso graça ao bom trabalho de Mike Leigh.

O filme nos apresenta Poppy (Sally Hawkis), que é a personificação da felicidade. Ela divide o apartamento com a sua amiga Zoe (Alexis Zegerman), trabalha como professora primária, sai pra se divertir com as amigas, é solteira e treina na auto escola. Conduz a sua vida da maneira mais leve possível, dando a sensação de não ter nenhum tipo de problema. Só que alguns percalços irão surgir em seu caminho.

Em alguns momento, toda essa alegria e ingenuidade da personagem no roteiro me deram uma sensação de artificialidade. No entanto, a atuação de Sally é tão convincente que me fez comprar a ideia. Quase todo o ambiente ao redor de Poppy reflete o seu interior e no final, ela percebe que nem sempre isso é possível. Destaco também o estressado professor da auto escola (Eddie Marsan)

Simplesmente Feliz é uma obra que transita entre a comédia e o drama de maneira sutil e consegue atingir o seu objetivo. Nota 8.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Teen Wolf - O Garoto do Futuro (Teen Wolf)


Teen Wolf - O Garoto do Futuro (1985) era mais um daqueles filmes da minha lista que sempre passava na TV (no caso a emissora do Sílvio Santos) e que nunca tinha assistido inteiro. Conhecia uma ou outra cena da quadra de basquete e só. Agora com o DVD fazendo parte da minha coleção pude degustar a obra com calma.

O filme conta a história de Scott Howard (Michael J. Fox), um adolescente repleto de inseguranças sem talento para quase nada e que ainda por cima, se apaixona pela garota mais popular do colégio. O time de basquete em que joga só perde e vira piada para os outros. Ou seja, um loser de carteirinha.
Mas eis que surgem algumas transformações em seu corpo até que ele descobre através de seu pai (James Hampton) que ele e quase todos da família carregam no gene a capacidade de se transformar em um lobisomem. Quando esse lado aflora, ele ganha certas habilidades e forças. Com isso, toda a situação ao seu redor se modifica também.

Michael J. Fox não apresenta nada de novo por aqui em termos de atuação, assim como os demais do elenco.

O roteiro é divertido em diversos momentos mesmo sendo um tanto quanto previsível. Achei que eles poderiam desenvolver melhor o período de transformação do personagem principal e dar mais atenção aos coadjuvantes.

A montagem dos planos durante os jogos é bem feita e dá a sensação no espectador de presença dentro da quadra.

A obra tem o propósito de retratar os problemas da complicada fase da adolescência e as inseguranças que surgem com a dificuldade da auto - aceitação. Além de apontar responsabilidades e consequências derivadas de algumas atitudes tomadas com a chegada do amadurecimento. Nota 6.









domingo, 1 de janeiro de 2017

Cantando na Chuva (Singin' in the Rain)


Meu amigo Celo Silva sempre comenta que em todo ano novo, gosta de assistir a Cantando na Chuva (1952), pois o filme funciona como um antidepressivo e deixa uma sensação gostosa dentro da gente. Diante dessa declaração que concordo plenamente e do falecimento recente de uma das principais atrizes do filme (Debbie Reynolds) decidi embarcar na experiência e prestar de certa forma a minha homenagem. E é chover no molhado dizer que comecei bem 2017.

O filme apresenta uma das cenas mais famosas, imitadas e satirizadas da história do cinema: Gene Kelly cantando e dançando na chuva. Mesmo quem nunca viu o filme, reconhece essa cena e quantas pessoas pelo mundo não devem ter pensado nela enquanto caminhava pelas ruas durante uma chuva!

Mas a obra é repleta de cenas tão fantásticas ou até melhores que essa. Isso sem falar no bom roteiro metalinguístico que aponta a trajetória de atores, diretores, produtores, músicos e trabalhadores da sétima arte enfrentando a transição do cinema mudo para o cinema sonoro. O filme também aborda a época em que o cinema era considerado por muitos, uma arte inferior em relação ao teatro. Além de toda a dificuldade de diversos artistas que funcionavam muito bem na época do cinema mudo, mas que perderam seus empregos durante essa mudança.

Na trama, temos a trajetória de Don Lockwood (Gene Kelly) que com seu talento na dança e muita batalha como dublê, consegue um lugar ao sol se tornando um famosíssimo ator. Além dele temos o músico (Donald O' Connor), a atriz que faz um falso par romântico fora das telas (Jean Hagen) e a talentosa mas desconhecida atriz (Debbie Reynolds) que é o verdadeiro amor de Don. Durante a projeção, Don irá confrontar diversos dilemas e situações que irão confluir para aquilo que ele mais procura: dignidade.

O filme tece uma crítica sobre as mentiras e lendas construídas em cima dos artistas e o sensacionalismo divulgados pelos veículos de imprensa preocupados apenas em $$$$ em detrimento de valores da profissão. Bem atual não acham?

As coreografias são um show á parte. Impressionante o trabalho de todos, mas principalmente de Gene Kelly e Donald O'Connor. Não pertencem a este planeta! Como um belíssimo bônus, temos ainda uma pequena participação da grande Cyd Charisse que está estonteante. Outra presença bacana é da atriz Rita Moreno, presente também em um outro musical bastante famoso: "Amor, Sublime Amor".

Todo o trabalho de direção de arte aqui é fantástico e transmitem com perfeição exatamente aquilo que a história pede.

Muitas das canções eram existentes antes do filme e serviram de inspiração para a realização do roteiro.

Como curiosidade, a famosa cena de Gene Kelly dançando e cantando na chuva foi feita com uma mistura de água e leite e o ator estava com febre.

Cantando na Chuva é um filme alegre que representa a resistência e a perseverança em manter a alegria e o sonho mesmo diante das dificuldades da vida. Filmaço! Nota 10.