quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Rede Social (The Social Network)


Após três meses sem dar as caras, estou aqui novamente para compartilhar com vocês queridos leitores, minhas experiências com a consagrada sétima arte.Peço desculpas à todos que acompanham esse blogger pela minha constante ausência nesse ano de 2010, que não foi nada fácil para mim. Aliás, conversando com uma colega (do signo de Áries), me informei que esse ano já era previsto muitas dificuldades para os arianos. Mas, como não tenho um conhecimento mais aprofundado em astrologia, e nem pretendo culpar os astros pelos problemas da minha vida, vou seguir em frente com a fé de que dias melhores virão.

Agora vamos mudar de assunto e falar de um filme muito interessante que eu tive o previlégio de assistir no cinema junto com o Luizinho que é meu grande amigo. Esperava um trabalho competente de um diretor que até hoje nunca me decepcionou. Mas confesso que A Rede Social (2010) me deixou boquiaberto.

David Fincher conduziu uma obra envolvente e eletrizante sobre os bastidores da criação de um dos maiores sites de relacionamento do mundo (Facebook) e sobre o relacionamento dos principais envolvidos.

A história não trata o seu protagonista como um herói, e sim como um rapaz inteligente capaz de cometer idiotices e alguns atos inconsequentes. Estamos falando de Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), um sujeito que após levar um fora da namorada, cria no computador de seu quarto na compania do seu amigo brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), um site com uma espécie de ranking com as garotas mais belas da faculdade. Em pouco tempo ocorre um problema com a rede do local devido a quantidade de acessos. Esse caso chamou a atenção dos irmãos gêmeos Winkevloss (interpretados por Armie Hammer) que estavam interessados em criar um site de relacionamentos dentro do campus. Outro personagem importante na trama é Sean Parker (Justin Timberlake) criador do programa Napster e que contribuiu com a maior popularização do site. A partir do momento em que Mark abandona os irmãos e prefere trabalhar apenas com o amigo, ocorre a primeira ação judicial. A segunda é organizada posteriormente pelo própio amigo que se sentiu prejudicado em relação à distribuição dos valores.

Todos os atores estão ótimos. Mas a principal atração fica mesmo por conta de Jesse Einsenberg que passa através de seu personagem uma frieza típica dessa geração da internet e seus problemas de socialização. Outra surpresa é Justin Timberlake que está levando a sério sua carreira de ator.

A trilha sonora de Trent Reznor (da banda Nine Inch Nails) é bem caprichada e casa muito bem com as cenas.

Destaque também para a primorosa direção de fotografia de Jeff Cronenweth de encher os olhos e gravar na retina.

Encontrei uma certa dificuldade para embarcar na história logo no início, pois não estou muito familiarizado com todo o linguajar utilizado na informática. No entanto, percebi com o desenrolar da trama, o que a obra tinha para oferecer. Aí foi a hora de viajar dentro do navio comandado por David Fincher e se deliciar com toda a paisagem. E como é bom sair do cinema com um sorriso ao ouvir Baby You´re a Rich Man dos Beatles ao lado do meu amigo que há muito tempo me apresentou essa que é uma das melhores bandas de todos os tempos.

Ah... e antes que eu me esqueça, o B Cine fez um ano em outubro. Gostaria de agradecer do fundo do meu coração à todos que colaboraram de alguma forma com esse espaço deixando comentários ou apenas visitando e lendo as postagens e que com certeza foram de extrema importância para manter o blog vivo. Um excelente 2011 para todos nós...e é claro a nota do filme. Nota 10.


domingo, 19 de setembro de 2010

Os Boas Vidas (I Vitelloni)



Com a esperança de manter o blog vivo, aproveito uma brecha no tempo para postar sobre um filme que me agradou e muito.

Os Boas Vidas (1953) é o terceiro filme do mestre Federico Fellini e já apresenta várias caracteristicas típicas desse grande diretor italiano. Vale dizer que sou um apaixonado pelo cinema italiano dessa época e que várias obras de Fellini estão entre meus filmes favoritos como por exemplo 8 e meio e Amarcord.

A história é sobre cinco amigos desempregados e próximos dos trinta anos que vivem o ócio,gostam de beber,frequentar festas,conhecer novas mulheres,etc... Todos sem perspectiva e sem saber o rumo de suas vidas. Muitas pessoas devem ter essa sensação em algum momento da vida.

Os cinco rapazes são: Alberto (Alberto Sordi), Fausto (Franco Fabrizi),Leopoldo (Leopoldo Trieste), Moraldo (Franco Interlenghi) que seria um alter ego de Fellini, e Ricardo (Ricardo Fellini) irmão do diretor. Cada um com seus sonhos e caracteristicas bem definidas que surgem no decorrer da história. Problemas como insegurança, irresponsabilidade e amoralidade estão sempre presentes na vida dos rapazes e as consequências não demoram a acontecer.

Em alguns momentos do filme, me lembrei da época em que saía com meus amigos para se divertir sem maiores preocupações e responsabilidades.

Algumas imagens ficaram grudadas na minha memória como a do final do baile por exemplo,ou a cena em que todos observam o horizonte do mar e a de Moraldo dentro do trem se despedindo do menino.

A poesia das imagens faz um casamento perfeito com a música do grande Nino Rota e o roteiro bem costurado pelo diretor e por Ennio Flaiano é baseado em algumas histórias vivenciadas por eles e por Tullio Pinelli.

Uma obra onde tudo se encaixa. Uma experiência obrigatória para os fãs de cinema e de Federico Fellini. Não tem jeito. Tenho que dar nota máxima. Nota 10


segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Mulher de 15 Metros (Attack of the 50 Foot Woman)


O meu interesse em assistir A Mulher de 15 Metros (1958), surgiu na época em que visualizei o pôster desse filme. Somente agora pude apreciar essa pérola trash do diretor Nathan Juran, após uma exibição no canal TCM. Juran realizou diversos filmes de fantasia . Entre eles: A Vinte Milhões de Milhas da Terra, Simbad e a Princesa, Os primeiros homens na lua, etc...

Achei o resultado mediano e não por causa dos seus efeitos toscos e personagens caricatos. Talvez pela expectativa que eu tinha em relação á obra, que não me deixou empolgado.

Na história , Nancy Archer (Allison Hayes), é uma mulher rica e casada que tem sérios problemas com a bebida. Seu marido Harry (William Hudson), está interessado somente na herança de sua esposa e tem uma amante (Yvette Vickers). Após um passeo de carro pela estrada, Nancy visualiza um objeto estranho e entra em contato com um ser alienígena gigante. À princípio, ninguém acredia na história da moça. Com o passar do tempo, todos percebem que algo diferente aconteceu, pois Nancy cresce de uma maneira incontrolável. Agora tente imaginar o que vai acontecer quando ela descobrir que seu marido está fugindo com seus pertences e sua amante.

O filme tem diversos momentos divertidos e engraçados, principalmente para os apreciadores do cinema trash.

Em 1993 teve um remake com a Daryl Hannah como protagonista e dirigida por Christopher Guest que eu não pretendo assistir tão cedo. Nota 6

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)


Estou um pouco afastado do blog devido principalmente à correria do dia a dia. No entanto, farei o possível para postar os últimos filmes assistidos até então. Hoje vou comentar sobre Alice no País das Maravilhas (2010), a versão do diretor Tim Burton da obra realizada por Lewis Carroll.

Muitos não aprovaram o resultado final, talvez pela grande expectativa em torno do filme e pela comparação com o universo criado por Carroll, além de algumas mudanças feitas na história. Não conheço o livro e nem o longa psicodélico produzido por Walt Disney em 1951 e talvez por isso, saí da sessão satisfeito com todo aquele visual cheio de personagens malucos. O grande barato com os filmes de Burton, é o total carinho que ele tem com suas criaturas esquisitas, que aqui parecem estar sempre sob efeito de alucinógenos.

Na história, Alice (Mia Wasikowska) já é uma adulta e está com um casamento marcado contra a sua vontade. Durante uma festa, ela persegue um coelho branco (Michael Sheen), e cai dentro de um buraco que a leva até um lugar bem diferente. Um mundo no qual já esteve, mas que não consegue se lembrar. Nesse universo surreal ela reencontra diversos personagens. Entre eles: Chapeleiro Maluco (Johnny Depp, em sua sétima parceria com o diretor), o gato risonho (Stephen Fry), a lagarta (Alan Rickman), a Rainha Branca (Anne Hathaway) e muitos outros.

O grande destaque é mesmo Helena Bonham Carter (esposa de Tim Burton) na sua interpretação da cabeçuda Rainha Vermelha que simplesmnte rouba a cena. O filme também conta com a participação de Christopher Lee dando vida ao monstro Jabberwock.

Eu adorei a interpretação de Anne Hathaway (ao contrário de muitos) com sua personagem repleta de trejeitos exagerados e de todos os personagens virtuais. A trilha de Danny Elfman também é boa e ainda tem espaço para uma música cantada por Avril Lavigne no final.

É claro que o filme tem alguns defeitos, principalmente no roteiro de Linda Woolverton (O Rei Leão e A Bela e a Fera) que deixou a sensação de faltar alguma coisa. Tim Burton nunca acertou totalmente com adaptações ou remakes. Tendo em vista outras obras suas como a Fantástica Fábrica de Chocolate e Planeta dos Macacos só para citar alguns exemplos.

Esse foi meu primeiro filme visto em 3D e achei a experiência muito válida. Nota 7


terça-feira, 11 de maio de 2010

Câo Branco (White Dog)


Já tem tempo que gravei esse filme quando passou no telecine cult e aproveitei hoje o dia de folga para assistir essa obra prima do diretor Samuel Fuller.

Cão Branco (1982) não foi lançado comercialmente nos Estados Unidos e algumas pessoas na época acusaram injustamente o filme de apresentar conteúdo racista. Na verdade a história aponta o contrário.

Na trama, a jovem atriz Julie (Kristy McNichol) atropela e fere acidentalmente um pastor alemão branco que logo é carregado para um veterinário. Em seguida ela decide ficar com o animal em casa até o dono aparecer.

A relação entre ambos se torna mais estreita a cada dia, principalmente após o cão atacar um estuprador que invadiu sua casa. Com o passar do tempo, a atriz percebe um comportamento agressivo do cachorro com pessoas negras.

Após levá-lo para um adestrador de animais com o intuito de acalmar a fera, descobre que o cão foi treinado desde filhote pelo dono racista com o intuito de atacar qualquer afro - americano. O encarregado para tentar reverter essa situação é Keys (Paul Winfield), um treinador que tem motivos pessoais para realizar essa difícil missão ( principalmente pelo fato de também ser negro).

Samuel Fuller (que faz uma ponta no filme) ataca diretamente o racismo e toda a hipocrisia contida em nossa sociedade com uma história simples e eficiente na sua proposta. O diretor também foi responsável pelo excelente roteiro junto com Curtis Hanson (futuro diretor de filmes consagrados incluindo Los Angeles - Cidade Proibida e outros).

Adorei o trabalho da câmera, principalmente na cena do close no rosto do treinador e do cachorro. Me lembrei rapidamente dos trabalhos de Sergio Leone. E é claro, as músicas de Ennio Morricone que dispensam comentários.

A trama foi elaborada após um caso verídico ocorrido com a atriz Jean Seberg, que atropelou um cachorro treinado para atacar pessoas negras. Esse treinamento (segundo o filme), já era realizado na época dos escravos.

Um outro destaque, é a alfinetada aos filmes de George Lucas, quando um dos personagens joga dardos num poster do robô R2D2 de Guerra nas Estrelas e comenta sobre o declínio do bom cinema em prol dos efeitos especiais.

Uma obra muito envolvente. Um soco no estômago que merece ser visto por todos. Nota 10.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Picolino (Top Hat)


Eis mais um exemplar de filmes com a capacidade de deixar o espectador com um excelente humor, tamanha a sua leveza. Funciona como um remédio para mim.

O Picolino (1935) teve um estupendo êxito comercial. E juntamente com King Kong, salvaram a RKO da lama na qual se encontrava. Os Estados Unidos na época ainda sofria com os efeitos da Grande Depressão e o público que podia ir ao cinema buscava algo para esquecer todos os problemas derivados daquela crise.

Esse é o primeiro filme que eu assisti da dupla Fred Astaire e Ginger Rogers (que juntos atuaram em nada menos do que 10 filmes) e para muitos, o melhor filme da dupla. É delicioso ver os dois em cena. Fred com todo seu talento extraordinário como dançarino e sapateador e Ginger com todo o charme e sensualidade.

A direção é de Mark Sandrich, que já havia dirigido os dois anteriormente em A Alegre Divorciada. cuja história é bem parecida com a de o Picolino.

Na trama Jerry (Fred Astaire) é um dançarino americano que está em Londres para a realização de um espetáculo e se encontra hospedado junto com Horace (Edward Everett Horton), seu empresário. No quarto de hotel ele ensaia os números para o show e incomoda Dale (Ginger Rogers) vizinha do andar de baixo que imediatamente reclama com o gerente do local. Nos corredores, Jerry conhece Dale e se apaixona pela moça que a principio o rejeita. Mas depois começa um flerte com o rapaz. Com o decorrer do tempo, Dale acredita que o dançarino seja o empresário Horace, marido de Madge (Helen Broderick), sua melhor amiga. Está armada toda a confusão.

Alguns personagens importantes se destacam: o ajudante do empresário (Eric Blore) que sofre na mão do patrão, e o costureiro italiano (Erik Rhodes) que acompanha Dale somente por interesses comerciais.

As atuações deixam um pouco a desejar, principalmente a de Erik. Dizem que Mussolini baniu o filme na Itália, devido a forma caricata como o personagem italiano foi retratado.

Os momentos de maior beleza ficam por conta dos números musicais da dupla. Principalmente em Cheek to Cheek. Tem também Jerry jogando areia no piso para abafar o som dos sapatos e fazer Dale dormir.

Apesar da história ser um pouco datada, vários momentos cômicos funcionam muito bem. Achei que do meio para o final, a trama poderia ser melhor elaborada. Mas nada que incomode na apreciação desse grande clássico que é considerado um dos melhores musicais de todos os tempos. O Picolino concorreu a diversos prêmios, incluindo o Oscar de melhor filme. Nota 9.

domingo, 2 de maio de 2010

Meet the Feebles


Ganhei de presente do amigo Rick, uma cópia dessa preciosidade que infelizmente nunca foi lançada aqui no Brasil, mesmo com todos os sucessos do diretor Peter Jackson ( Trilogia Senhor dos Anéis,King Kong,etc...) por essas bandas.

Meet the Feebles (1989) foi realizado na fase trash do diretor, onde também conta com outras pérolas como: Trash - Náusea Total e Fome Animal.

Filmado na Nova Zelândia, a obra é extremamente cultuada até os dias de hoje. Sua história repleta de absurdos é recheada de humor negro e pode ser considerada como uma paródia dos Muppets.

Os personagens são todos bonecos (marionetes e atores fantasiados) que trabalham para um programa de tv e agem com total imoralidade. A história nos apresenta toda a podridão e os interesses inescrupulosos rondando os bastidores do chamado show business.

Se você acha que esse filme foi direcionado ao público infantil, está muitíssimo enganado. Tirem as crianças da sala imediatamente. Cenas de pornografia, violência, uso de drogas, assassinatos e até coprofagia são mostrados sem nenhum pudor. E toma-lhe cocô,mijo,sangue,pus... ou seja, não recomendável para estômagos fracos.

Entre as diversas tramas há de se destacar a da hipopótamo Heidi que quer continuar sendo a estrela do grupo e é namorada de Bletch, a morsa chefe que produz o programa e tem um caso com a gata Samantha. Tem também o tímido porco-espinho Robert que se apaixona pela poodle Lucille. O elefante Sidney que demora a acreditar que o filho que teve com a galinha seja seu de fato. O coelho apresentador Harry que adora uma suruba e acredita ter contraído uma doença grave. O sapo Wynyard veterano da guerra do Vietnã e viciado em todas as drogas possíveis e imagináveis. A mosca paparazzo responsável por uma das cenas mais nojentas do filme. O rato Trevor que dirige filmes pornôs nos bastidores. E muitos outros que contribuem com toda a bagunça (no melhor dos sentidos).

O roteiro é bem simples e nem era pra ser diferente , já que o objetivo da obra é a diversão. E nesse Domingo à tarde em meio às finais de campeonatos de futebol, programas de auditório e afins, optei assistir esse cult que merece ser reconhecido por mais e mais pessoas.

Agradecimentos ao Rick que me presenteou com esse maravilhoso filme. Nota 9.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Chico Xavier - O Filme


Estava jantando na praça de alimentação do Norte Shopping acompanhado da minha mãe e da minha tia quando surgiu o assunto do filme sobre a vida de Chico Xavier. Com o cinema logo ali e o filme em cartaz, é claro que não perdemos a oportunidade e fomos conferir um dos maiores sucessos de bilheteria desse ano.

Tenho um pé atrás com algumas cinebiografias, principalmente pelos saltos mal feitos na história. Mas felizmente em Chico Xavier - O Filme (2010), a conexão entre uma fase e outra da vida do mais famoso médium brasileiro foi muito bem conduzida pelo diretor Daniel Filho, que escolheu bem em contar a história a partir de uma participação de Chico Xavier no programa Pinga Fogo da antiga Tv Tupi.

Após tudo isso, muitos fatos relevantes da vida do retratado são revelados, como a relação com a mãe falecida (Letícia Sabatella), os maus tratos recebidos pela madrinha (Giulia Gam), as aparições do espírito-guia Emmanuel (André Dias) e a dificuldade que as pessoas tinham para entender um homem que se dedicava apenas em ajudar o próximo e que sempre lidou com as críticas e a desconfiança. Até mesmo por membros da sua família.

Entre os momentos de maior emoção, eu destaco Chico saindo de sua cidade, a visita ao velório do padre e o drama do casal Orlando (Tony Ramos) e Glória (Christiane Torloni) que perdeu um filho em um acidente envolvendo uma arma. Orlando, é o diretor de imagem do programa Pinga Fogo e é ateu. O encontro com Chico Xavier nos bastidores acaba mexendo um pouco com as suas convicções.

Quem me conhece, sabe que acredito em Deus e não tenho religião. Ao meu ver, o filme não tenta empurrar a doutrina espírita goela abaixo do espectador, e não critica qualquer religião que seja.

Daniel Filho (que assim como o personagem Orlando, é ateu) decidiu realizar a obra após perceber que aquele homem tinha algo de diferente.

Os três atores que interpretam Chico (Matheus Costa, Angelo Antônio e Nélon Xavier) estão muito bem. Outros destaques foram Christiane Torloni e Tony Ramos. Achei Giulia Gam muito exagerada no papel da madrinha má e tanto André Dias quanto a Giovanna Antonelli pouco convincentes em suas interpretações.

Ao final do filme, presenciei algo inédito. Todos os presentes na sessão só se retiraram da sala após o término dos créditos finais com imagens do própio Chico participando do famoso programa. Nota 8.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Caixa (The Box)


É incrível a quantidade de críticas negativas que A Caixa (2009) vem recebendo do público. Parece que as pessoas não assistiram o mesmo filme que eu . Mas é como diz o ditado clichê : gosto...

A maioria não embarcou na história nonsense e recheada de mistérios dirigida por Richard Kelly (O mesmo de Donnie Darko). Por conta disso, não criei expectativas e simplesmente achei um puta filme.

A história é ambientada em 1976 e apresenta uma família aparentemente feliz e tranquila que recebe uma caixa de um misterioso homem com o rosto desfigurado (Frank Langella). Logo em seguida, é feita uma proposta ao casal: apertar o botão vermelho da caixa e receber um milhão de dólares. Mas ao mesmo tempo, uma pessoa em algum lugar no mundo iria morrer.

Esse é apenas o começo do drama vivido por Arthur (James Marsden) e sua esposa Norma (Cameron Diaz). Eles ainda tem um filho pequeno e estão passando por problemas financeiros, tornando a proposta ainda mais tentadora.

A obra traz à tona questões éticas de uma maneira que eu nunca presenciei em outro filme anteriormente. E faz refletir e muito sobre as escolhas nas nossas vidas e suas consequencias.

A trama não entrega mastigadinho e do meio para o final tudo parece ficar ainda mais confuso, o que na minha opinião, foi um ponto a favor.

A história original foi escrita por Richard Matherson (O mesmo de Eu sou a Lenda) e depois foi contada em um episódio de Além da Imaginação.

Gostei muito da fotografia lembrando e muito os filmes da década de 70. Outro destaque é Cameron Diaz que entrega uma atuação espetacular e mostrando ser boa atriz tanto em comédias quanto em dramas. James Marsden mandou o "feijão com arroz" de sempre. Muito bem temperado nas cenas finais.

Agradecimentos ao amigo Marcelo (da saudosa locadora Sétima Arte de Bonsucesso) que me recomendou esse filme. Nota 9.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Asas (Wings)


Sempre tive curiosidade de assistir Asas (1927), não só pelo fato de ser o primeiro vencedor do oscar de melhor filme (que no ano de 1929 era chamado de melhor produção), mas também pelas suas qualidades técnicas que de fato impressionam até nos dias de hoje. Fico imaginando a dificuldade da equipe na realização de certas tomadas sem o aparato tecnológico disponíveis atualmente. É claro que a experiência do diretor William A. Wellman como piloto combatente na primeira guerra mundial deve ter contribuído e muito para a veracidade das cenas.

Assim, parece que o filme se sustenta apenas pelos seus efeitos. Não senhor. Aqui também tem uma história recheada de romances, amizades, dramas de guerra e humor.

David (Richard Arlen) é um rapaz da alta classe que deseja ter em seus braços Sylvia Lewis (Jobyna Ralston). A moça também desperta o interesse de Jack (Charles "Buddy" Rogers),um rapaz de classe média que por sua vez arranca suspiros de sua vizinha Mary Preston (interpretada por Clara Bow, uma das maiores estrelas do cinema mudo). David e Jack são rivais até o momento em que ambos se alistam como pilotos de combate na primeira grande guerra. Com a convivência, forma-se uma forte amizade entre os dois que só fica meio abalada quando vem à tona a paixão que sentem pela mesma mulher.

O clímax do filme fica por conta da batalha de Saint- Mihiel que é melhor nem comentar para não entregar tanto a história. Deve-se destacar a rápida participação de um ainda desconhecido Gary Cooper no papel de um cadete. Gostei também da cena em que Jack nem percebe a presença de Mary em um restaurante, tamanha a quantidade de álcool em seu sangue.

Uma das curiosidades do filme é que foi o primeiro a ter um beijo entre dois homens atuando (um beijo fraternal e sem conotação sexual). Outro fato interessante foi o casamento entre o ator Richard Arlen e a atriz Jobyna Ralston que se conheceram durante as filmagens.

Achei o filme do meio para o final um pouco cansativo. Na minha opinião, poderiam encurtar um pouco o longa, e em certos momentos me incomodei com a variação da comédia para o drama e vice- versa. No final das contas, o saldo é bastante positivo e vale a pena gastar um tempinho para apreciar essa obra que além de levar a estatueta de melhor filme, ganhou também o de melhor efeitos de engenharia (o que hoje chamamos de efeitos especiais). Nota 7.

domingo, 4 de abril de 2010

Taxi Driver - Motorista de Táxi (Taxi Driver)



Devido ao turbilhão em minha vida nesse início de ano, o blogger ficou um tanto quanto abandonado. Mas graças à Deus parece que tudo está entrando nos eixos e espero retomar esse espaço pelo qual tenho muito carinho o mais rápido possível. Para se ter uma idéia, esse ano eu só consegui assistir três filmes. Três bons filmes é bom esclarecer.

Incentivado pela compra do livro "Como a geração sexo, drogas, e rock´n´rool salvou Hollywood" de Peter Biskind, me acomodei na poltrona para apreciar pela primeira vez o grande clássico do diretor Martin Scorcese: Taxi Driver - Motorista de Táxi (1976). E realmente é uma obra de encher os olhos de qualquer cinéfilo faminto por novidades. O filme cresce na minha memória a cada dia que passa, assim como a vontade de revê-lo e isso se deve principalmente às diversas interpretações sugeridas pela obra e aos pequenos detalhes, sem falar nas atuações com imenso destaque é claro para Robert De Niro, que chegou a trabalhar como taxista para compor seu personagem. Aqui ele interpreta Travis Bickle o motorista de táxi do título, e cuja história é desconhecida. Sabe-se apenas que é um ex- combatente da guerra do Vietnã e que sofre com problemas de insônia. Por isso, a predileção em trabalhar no táxi de madrugada, onde ele observa através do seu veículo um mundo cheio de ladrões, prostitutas e cafetões.

Com o desenrolar da história, percebemos que o taxista não anda muito bem da cabeça, e essa condição se agrava ainda mais com a dificuldade de comunicação entre ele e todos que o cercam.

Entram em seu caminho, um candidato a presidente (Leonard Harris), a menina que trabalha em sua campanha (Cybill Sheperd, conhecida pela série A Gata e o Rato), e a prostituta menor de idade (Jodie Foster ainda adolescente). Todos esses contatos irão influenciar na trajetória de Travis e na história em geral.

Scorcese vira Nova York ao avesso como nunca se viu antes. Imagino o impacto que o filme causou na época com sua história de solidão, loucura e paranóia de um homem que não é mocinho e nem bandido e quer de alguma forma se tornar útil na sociedade em que vive.

O filme conta com o excelente roteiro de Paul Schrader e a belíssima música de Bernard Herrmann em seu último trabalho. Ganhou o principal prêmio do Festival de Cannes.

Após mais de trinta anos, esta obra-prima de Scorcese continua atualíssima com suas imagens e frases impactantes que permanecem em nossa memória. You talkin´to me? Nota 10