sexta-feira, 23 de abril de 2010

Asas (Wings)


Sempre tive curiosidade de assistir Asas (1927), não só pelo fato de ser o primeiro vencedor do oscar de melhor filme (que no ano de 1929 era chamado de melhor produção), mas também pelas suas qualidades técnicas que de fato impressionam até nos dias de hoje. Fico imaginando a dificuldade da equipe na realização de certas tomadas sem o aparato tecnológico disponíveis atualmente. É claro que a experiência do diretor William A. Wellman como piloto combatente na primeira guerra mundial deve ter contribuído e muito para a veracidade das cenas.

Assim, parece que o filme se sustenta apenas pelos seus efeitos. Não senhor. Aqui também tem uma história recheada de romances, amizades, dramas de guerra e humor.

David (Richard Arlen) é um rapaz da alta classe que deseja ter em seus braços Sylvia Lewis (Jobyna Ralston). A moça também desperta o interesse de Jack (Charles "Buddy" Rogers),um rapaz de classe média que por sua vez arranca suspiros de sua vizinha Mary Preston (interpretada por Clara Bow, uma das maiores estrelas do cinema mudo). David e Jack são rivais até o momento em que ambos se alistam como pilotos de combate na primeira grande guerra. Com a convivência, forma-se uma forte amizade entre os dois que só fica meio abalada quando vem à tona a paixão que sentem pela mesma mulher.

O clímax do filme fica por conta da batalha de Saint- Mihiel que é melhor nem comentar para não entregar tanto a história. Deve-se destacar a rápida participação de um ainda desconhecido Gary Cooper no papel de um cadete. Gostei também da cena em que Jack nem percebe a presença de Mary em um restaurante, tamanha a quantidade de álcool em seu sangue.

Uma das curiosidades do filme é que foi o primeiro a ter um beijo entre dois homens atuando (um beijo fraternal e sem conotação sexual). Outro fato interessante foi o casamento entre o ator Richard Arlen e a atriz Jobyna Ralston que se conheceram durante as filmagens.

Achei o filme do meio para o final um pouco cansativo. Na minha opinião, poderiam encurtar um pouco o longa, e em certos momentos me incomodei com a variação da comédia para o drama e vice- versa. No final das contas, o saldo é bastante positivo e vale a pena gastar um tempinho para apreciar essa obra que além de levar a estatueta de melhor filme, ganhou também o de melhor efeitos de engenharia (o que hoje chamamos de efeitos especiais). Nota 7.

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