quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Top 20 2009



1-Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds) de Quentin Tarantino
2-O Lutador (The Wrestler) de Darren Aronofsky
3- Desejo e Perigo (Se, Jie) de Ang Lee
4-A Troca (Changeling) de Clint Eastwood
5-Loki-Arnaldo Baptista de Paulo Henrique Fontenelle



6-Arraste-me para o inferno (Drag me to Hell) de Sam Raimi
7- Frost/Nixon de Ron Howard
8-O Curioso caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button) de David Fincher
9-Uma prova de amor (My Sister´s Keeper) de Nick Cassavetes
10- Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos) de Pedro Almodóvar



11-Gran Torino de Clint Eastwood
12- Aconteceu em Woodstock (Taking Woodstock) de Ang Lee
13-Amantes (Two Lovers) de James Gray
14-Milagre em Santa Anna (Miracle at St. Anna) de Spike Lee
15-Deixa ela entrar (Lat Den Rätte Komma In) Tomas Alfredson




16-O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married) de Jonathan Demme
17-A Proposta (The Proposal) de Anne Fletcher
18-Brüno de Larry Charles
19-Coraline e o Mundo Secreto (Coraline) de Henry Selick
20-O Leitor (The Reader) de Stephen Daldry

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Nick & Norah - Uma Noite de Amor e Música (Nick and Norah´s Infinite Playlist)

É de se lamentar que diversos filmes bacanas são diretamente lançados em DVD, nos tirando a oportunidade de assistí-los na telona. É o caso de Nick & Norah - Uma noite de amor e música (2008), um divertidíssimo romance baseado no livro homônimo de Rachel Cohn e David Levithan. A direção é de Peter Sollett, que tanbém realizou o elogiado documentário Procedimento Operacional Padrão. Aqui ele conduz muito bem uma história que se passa numa noitada em Nova York, com personagens clichês mas que passam longe de serem caricatos. Um deles é o nerd Nick (Michael Cera, que parece interpretar sempre o mesmo papel),um jovem bastante abalado com o recente fim do seu namoro com a garota popular da escola. Mesmo assim, ele continua enviando para a menina, cd´s com músicas que retratam o seu estado emocional naquele momento com o intuito de reatar o relacionamento. Esses cd´s são rejeitados pela patricinha e acabam nas mãos de Norah (Kat Dennings, com boa interpretação), que acaba se apaixonando por Nick, sem mesmo conhecê-lo. Outros personagens merecem destaque, como os dois integrantes gays da banda de Nick, e a amiga bêbada de Norah que proporciona uma marcante cena com um chiclete. Todos estão eufóricos com a apresentação da banda "Where´s Fluffly?" na cidade, e até o horário do show, muita coisa vai acontecer, incluindo aí o encontro entre o casal principal. A trilha sonora é bem legal com diversas bandas independentes. Pena eu estar pouco atualizado com as novidades do universo da música underground. Pra falar a verdade, a única música que eu conhecia era Boys don´t cry do The Cure no toque de celular do Nick. Outra cena muito interessante, é quando ambos visitam o estúdio Electric Lady que foi construído pelo grande guitarrista Jimi Hendrix e onde várias lendas do rock gravaram seus discos clássicos. Dos atuais filmes para adolescentes, não consigo me lembrar de nenhum melhor que esse e o roteiro adaptado de Lorene Scafaria contribui e muito pra isso. Agradeço ao amigo Marcelo da locadora pela indicação. Valeu Marcelão! Nota 9

domingo, 13 de dezembro de 2009

Cloverfield - Monstro (Cloverfield)

Não estava num bom dia para assistir Cloverfield-Monstro (2008),devido principalmente à uma pequena dor de cabeça que me pegou desprevinido. Quem já assistiu ao filme sabe do que estou falando. O estilo é o de um "falso documentário" (ou mockumentary como muitos chamam por aí),que tem como representantes os ótimos Bruxa de Blair e REC, só para citar alguns. Já esperava um filme com a câmera tremendo o tempo todo, no entanto, achei que dessa vez eles exageraram na dose. Se fosse num cinema, eu teria que guardar o sacão de pipoca para "chamar o Raul". Além de toda correria frenética, eu não me identifiquei com os personagens e nem embarquei na história sobre um monstro que simplesmente destrói Nova York inteira. Mas o filme tem lá seus acertos e a escolha de atores desconhecidos é um deles. Outro ponto positivo, é o de não priorizar os efeitos especias(bem feitos por sinal), e sim de mostrar o pavor daquelas pessoas mediante um perigo desconhecido. Destaco a cena em que os personagens estão num fogo cruzado entre o monstro e os militares e a já famosa cabeça decapitada da Estátua da Liberdade (que foi inspirada no cartaz do filme Fuga de Nova York). Na história,um evento de despedida é realizada para Rob Hawkins (Michael Stahl-David), que está prestes à se mudar para o Japão. Com todos os seus amigos e conhecidos reunidos em um prédio e a festa comendo solta, chega um momento em que todos sentem um tremor de uma explosão. Daí pra frente começa a correria. Engraçado como em nenhum momento eu senti medo ou suspense. Outros personagens merecem destaque, principalmente Beth (Odette Yustman),que teve "um algo a mais" com Rob, e Hud (T.J.Miller), o cara com a câmera na mão. A direção é de Matt Reeves (que dirigirá a refilmagem do filme sueco Deixa ela entrar) e um dos produtores é J.J.Abrams (criador da série Lost),que teve a idéia do filme em uma loja de brinquedos no Japão. Junto do seu filho, percebeu a popularidade do monstro Godzilla naquele país , e decidiu criar um monstro americano. Outro fato importante, é a ausência de trilha sonora. Uma obra que diverte em alguns momentos, mas que não traz nenhuma novidade ao formato. Terminei a sessão com a dor na cabeça ainda mais forte. Nota 5

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Escola do Riso (Warai No Daigaku)

É incrível o trabalho do estreante diretor Mamoru Hosi, que consegue manter em aproximadamente duas horas de projeção o interesse do espectador em um filme que se passa quase todo em um pequeno espaço. Estamos falando de Escola do Riso (2004), uma obra simples realizada com todo o coração. Deve-se ressaltar o trabalho do falecido diretor de fotografia Hiroshi Takase e o roteiro de Koki Mitani baseado na peça teatral de sua autoria. O filme mostra a relação entre Hajime Tsubaki (Goto Inagaki), um talentoso escritor de comédias que espera ter sua nova peça aprovada, e Mutsuo Sakisaka (Kôji Yakusho),um censor que trabalha para o governo e que vai analisar o novo trabalho de Tsubaki. A história se passa em 1940 no Japão e a segunda grande guerra estava apenas começando. Toda a alegria criativa do escritor, esbarra na total falta de humor do censor, que não achava graça das comédias e vetava qualquer obra que fugia dos princípios políticos de seu país. Nada de mensagens de liberdade,beijos ou piadas, o que valia naquele momento era apoiar o seu imperador. Sakisaka dá a oportunidade ao escritor de retornar no dia seguinte com a peça alterada em vários trechos. Com a modificação, aumenta o envolvimento do censor com a obra, á ponto de auxiliar Tsubaki à reescrever a história. É emocionante perceber o que a arte é capaz de proporcionar... até mesmo no mais duro coração. Os dois atores principais simplesmente arrebentam em cena,principalmente Kôji Yakusho que atua com um simples movimento no olhar. Além da "mise-en-scène", outro destaque é a música, que lembra muito as composições de Nino Rota para os filmes de Fellini. Uma obra com uma simples e bonita mensagem que emociona e faz rir. Achei apenas que o diretor exagerou no açúcar lá pelo final. Poderia ter cortado alguma coisa. Enfim...nada que comprometa esse seu grande trabalho de estréia. Nota 9

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's)

Concordo com o crítico de cinema Marcelo Janot, ao comentar que o título em português Bonequinha de Luxo (1961) é bem mais adequado do que Café da manhã na Tiffany´s (tradução literal do título original Breakfast at Tiffany´s). O filme é baseado no livro homônimo de Truman Capote. Truman aliás não aprovou a escalação da atriz Audrey Hepburn para o pepel principal (O escritor tinha em mente Marilyn Monroe). Para Audrey com seu belo e delicado rosto, deve ter sido um dos maiores desafios de sua carreira, pois nunca havia interpretado uma personagem tão complexa. Mas na minha opinião ela se saiu super bem. Auxiliada pelo seu carisma, ela consegue alternar brilhantemente alguns momentos de extrema alegria e irreverência com outros de muita tristeza. A Holly Gollightly interpretada pela atriz, mesmo sendo uma prostituta de luxo, agradou em cheio até mesmo o público mais conservador da época. A direção ficou por conta de Blake Edwards, famoso por trabalhar em várias comédias incluindo aí os filmes da Pantera Cor de Rosa. Uma das marcas do diretor é mostrar cenas de festas onde ocorrem situações cômicas e bizarras e á claro que nessa obra essas cenas não poderiam ficar de fora.

Holly adora tomar café da manhã observando a fachada da joalheria Tiffany´s e acredita que a solução para os seus problemas, seria casar com um homem muito rico. Ela começa a mudar essa visão após conhecer seu novo vizinho Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor que é sustentado por sua amante mais velha e casada. É claro que com o decorrer da história, a relação entre os dois vai ficando cada vez mais intensa, e o fato de Paul ser muito parecido com o irmão de Holly que está no exército, intensifica ainda mais nesse envolvimento à ponto de chamá-lo pelo nome do irmão.

A personagem de Audrey apesar de toda sua futilidade, traz uma carga emocional muito forte,principalmente quando o filme caminha para o seu fim.

Não me incomodei nem um pouco com o personagem do estressado vizinho oriental interpretado por Mickey Rooney. Muitos críticos acharam desnecessária a sua participação na história.

Várias cenas chamam a atenção. E uma das minhas favoritas (e acredito ser a de muita gente), é a de Audrey na janela do apartamento tocando e cantando Moon River do fantástico Henry Mancini (vencedor do oscar de melhor trilha sonora e melhor canção). Derrepente Paul aparece na outra janela e um close é feito no belíssimo rosto da atriz. Um colírio para os olhos. Adoro também o dia em que os dois decidem sair pelas ruas para realizar coisas inéditas em suas vidas.

Destaco o personagem brasileiro interpretado pelo ator espanhol Jose Luis de Villalonga. Holly pretende se casar com o sujeito milionário e aprende um pouco de português (com o sotaque dos patrícios).

O filme pode parecer um pouco datado nos dias de hoje, no entanto, mantém ainda todo seu frescor apesar de todos esses anos. Graças à seu excelente desempenho, Audrey Hepburn se consolidou como uma das melhores atrizes da sua geração. Nota 9


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Os Aventureiros do Bairro Proibido (Big Trouble in Little China)


Aproveitando esse período de repouso forçado, consegui assistir uma "pérola". Um dos "clássicos da Sessão da Tarde" que todos conheciam, menos eu. Estou falando de Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986). Para você que está atrás de um filme sério, fique bem longe. Agora, se procura por algo despretensioso, divertido e engraçado,vai encontrar tudo nessa obra de John Carpenter (que assina não só a direção como também a trilha sonora). Quem conhece o trabalho do diretor, vai encontrar vários traços inerentes à sua filmografia. O meu filme predileto continua sendo O Enigma de Outro Mundo, que pretendo um dia comprar em DVD.

É uma pena que eu não estava em boas condições para uma melhor apreciação do filme. Senti algumas dores na perna e me incomodei em ficar muito tempo na mesma posição. Mesmo assim, consegui me divertir bastante. Principalmente com Jack Burton (o hilário personagem interpretado por Kurt Russel), um caminhoneiro metido à durão, mas que na"hora H" acaba se mostrando um trapalhão. Ele ajuda seu amigo Wang Chi (Dennis Dun), à encontrar sua namorada raptada por uma gangue em um aeroporto. Com a investigação, eles descobrem que por trás de tudo, há estranhos seres comandados pelo sinistro mago Lo Pan (James Hong). Para derrotá-los, eles contam com a ajuda de amigos, incluindo aí Gracie Law (Kim Cattrall, mais conhecida hoje pela série Sex and the City), que acaba também sendo raptada pelos vilões. A partir de então, tome pancadaria, magias e raios em um ritmo crescente até o seu desfecho.

Gosto muito dos diálogos recheados com humor negro. Outro destaque , são os monstros grotescos que contribuem para o filme ser denominado como trash. E por falar em trash, recomendo para quem usa o orkut, visitar as comunidades Adoro filmes! ou Filmes de ontem, hoje e sempre, e se lambuzar com o excelente post do meu amigo Rick, onde ele elege os piores monstros da história do cinema que ainda vem com fotos. É ver para crer.

Voltando a falar do filme, tive a oportunidade de assistir na TV à cabo e achei a imagem bem desgastada, parecendo uma cópia antiga de videocassete. Não pesquisei se o DVD já foi lançado no Brasil, mas espero qualquer dia, rever esta divertida obra em melhores condições. Nota 6


domingo, 6 de dezembro de 2009

Melinda e Melinda (Melinda and Melinda)


Dos últimos filmes de Woody Allen, faltava assistir Melinda e Melinda (2005). Para quem é fã como eu, vai se deliciar com os vários elementos comuns em sua obra. É claro que não pode faltar o seu personagem neurótico com todos os seus conflitos internos e sua cidade favorita: Manhattan. Comparado com os últimos filmes realizados na Europa, esse sai perdendo. No entanto, está longe de ser ruim (Match Point é um primor, adorei Sonho de Cassandra e Vicky Cristina Barcelona e não gostei tanto assim de Scoop). Achei que a ida para o velho continente deu um impulso para a criação de obras fantásticas. Aqui, é apresentada as duas faces da mesma moeda. Podemos ver situações de nossa vida como trágicas ou cômicas, dependendo do ponto de vista. Esse assunto é discutido em uma conversa entre amigos em um restaurante. Dois escritores apresentam histórias distintas a partir de uma mesma situação. Uma das histórias é dramática e a outra cômica. E ambas com a mesma personagem: a Melinda do título. O maior valor desta obra reside na interpretação de seus atores, principalmente de Radha Mitchell (que interpreta a Melinda nas duas histórias) e de Will Ferrell (que interpreta Hobie na versão cômica). Tanto Hobie quanto a Melinda na versão dramática, estão bem semelhantes com os personagens interpretados pelo própio Woody Allen em seus filmes. O filme ainda conta com as ótimas presenças de Amanda Peet, Chloë Sevigny,Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin e até Steve Carell.

Fico feliz que o diretor faz em média um filme por ano, e que ainda tenho muitos pra assistir. Que imenso prazer é sentar num sofá e vislumbrar já nos créditos, o cast "in alphabetical order" e as belíssimas músicas de sua abertura, seja um jazz, ou uma música clássica. Já sabemos que vem coisa boa por aí.

Consigo me identificar com alguns personagens e algumas situações apresentadas em diversos de seus filmes. Na minha opinião, nenhum diretor consegue abstrair melhor uma tragédia de uma situação cômica ou vice-versa. Enfim... Mais um belíssimo exemplar da vasta carreira desse mestre do cinema. Que venha o próximo. Nota 8

sábado, 5 de dezembro de 2009

Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso)


Após uma cirurgia bem sucedida para retirada de varizes nas pernas, preciso ficar em repouso e estou aproveitando para ver alguns ótimos filmes. Por isso, os próximos comentários virão com um pouco de atraso. Gostaria antes de mais nada, agradecer à todos que estão me dando a maior força nessa recuperação.

Passeando pelo shopping, entrei numa loja e me deparei com o dvd de Cinema Paradiso e uma edição dupla de Taxi Driver por apenas R$ 12,90 cada. Não acreditei. Fiquei tão feliz que saí cantarolando a musiquinha de Natal que tocava dentro da loja. Lógico que comprei os dois filmes.

Chegando em casa, coloquei o dvd de Cinema Paradiso (1988) e não consegui mais me desgrudar do sofá mesmo com todo o calor da sala. O filme é encantador,sublime,emocionante,envolvente, e muitos outros adjetivos. Obrigatório para os fâs do cinema e uma homenagem à sétima arte. Tuido se encaixa perfeitamente bem nessa obra do diretor Giuseppe Tornatore.

Existe um clima nostálgico como algo que se perdeu com o tempo ou de um amor não concretizado. Lembro com carinho dos cinemas de rua perto de casa que hoje estão entregue às baratas.

O filme conta a história do garoto Toto (Salvatore Cascio), que é apaixonado pelo cinema da cidade e de Alfredo (o excelente Philippe Noiret) que trabalha como projecionista nesse local a muitos anos. O menino tenta á todo custo, entrar no ambiente de trabalho de Alfredo que inicialmente cria certa resistência, mas que depois com toda a convivência, se transforma em uma marcante relação de amizade. E tudo isso é mostrado em forma de lembrança após Toto (que se tornou um famoso cineasta) receber da mãe, a notícia da morte de um tal de Alfredo.

A história possui vários personagens cativantes,que aparecem durante as diversas projeções no cinema. Aliás, os diversos filmes mostrados são atrações à parte. O que dizer então da trilha de Ennio e Andrea Morricone? A música se torna um personagem no filme que emociona, principalmente ao final da projeção (Os lenços podem ser úteis).

Nos extras, há a interessante declaração de Rubens Ewald Filho sobre a sessão do filme em Cannes que foi exibido durante o dia e recebeu aplausos calorosos do público. Algo incomum naquele horário do festival.

Um belíssimo representante do grande cinema italiano que mereceu todos os prêmios que recebeu, incluindo aí o Oscar de melhor filme estrangeiro. Nota 10