segunda-feira, 20 de julho de 2015

Meu Passado me Condena 2





 Numa Segunda-feira à noite, acompanhei minha esposa no UCI Norte Shopping para assistir Meu Passado me Condena 2. Não tinha assistido o primeiro filme. No entanto , não é necessário para a compreensão desta obra. Estava crente que ia encontrar o cinema tranquilo e sem muita gente. Chegando na bilheteria, constatamos que só tinha ingresso para a última sessão e poucas poltronas disponíveis. Conseguimos um lugar bem próximo do telão. Ao me acomodar na sala, percebi o quanto iria ser uma sessão complicada, pois haviam muitos engraçadinhos fazendo barulho, crianças e adultos conversando como se estivessem em casa e adolescentes que estavam ali para fazer piadinhas o tempo todo. Essa situação continuou nos trailers e mesmo durante o filme. A coisa só melhorou após a interferência de funcionários exigindo que um grupo de espectadores mal educados parassem de incomodar os demais.
  
A obra nos apresenta um casal em crise que está prestes a jogar o casamento no lixo. Fábio (Fábio Porchat) é um sujeito brincalhão e meio desleixado que tenta levar a vida da maneira mais leve possível. Já a sua esposa Miá (Miá Mello) leva uma vida mais séria e regrada. Ambos se amam, mas esse contraponto faz com que um tenha dificuldade de se adequar ao outro e vice versa. Ao descobrir que seu avô fiou viúvo em Portugal,  Fábio decide aproveitar a viagem para o velho continente com o intuito de reacender a chama do seu casamento com Miá. Chegando lá, muitas histórias de seu passado virão à tona.
  
Mesmo sendo uma típica comédia dessa nova safra do cinema nacional, o filme possui alguns momentos bem divertidos. O roteiro possui alguns problemas envolvendo a presença de personagens que não acrescentam muita coisa na trama, como é o caso do casal interpretado por Marcelo Valle e Inez Viana.
 Fábio Porchat carrega praticamente o filme nas costas e tem uma veia cômica interessante. Alguns momentos, como na cena do piquenique são bem engraçados e me fez lembrar um pouco de Woody Allen. Em outros o humor é carregado com um certo exagero e perde sua força. Miá Mello, apesar da importância de sua personagem,  acaba sendo ofuscada pelo seu parceiro de cena.. A grande surpresa é a atriz portuguesa Mafalda Rodiles que traz um frescor à sua personagem interpretando uma antiga namorada de Fábio. Já Ricardo Pereira não tem tanto destaque.

A diretora Júlia Rezende e sua equipe faz um trabalho bacana e com uma excelente fotografia, revelando belas imagens do interior de Portugal. 
  
Gostei muito dos créditos iniciais, onde já se revela muito sobre o casal sem dizer uma só palavra.

 Um filme repleto de clichês com algumas cenas engraçadas. Nota 5.

 

domingo, 19 de julho de 2015

Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World)



Assisti o primeiro Jurassic Park no extinto cinema de Olaria na época do seu lançamento e fiquei impressionado pelas qualidades da obra e principalmente pela boa utilização dos efeitos visuais. A primeira aparição de um dinossauro no filme foi marcante para toda aquela geração. Hoje, após todos esses anos e duas sequências sem a mesma qualidade do original, decidi retornar à esse incrível parque. Pode não causar o mesmo efeito do primeiro filme, mas vale a pena a experiência.

A trama de Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros (2015) não foge da fórmula dos outros filmes. Dessa vez, o parque precisa de novidades e um dos recursos utilizados é a criação de espécies geneticamente modificadas com o intuito de atrair cada vez mais o público. É óbvio que em algum momento, algo sairá do controle deixando todos em desespero. Entre os personagens de maior destaque está a workaholic diretora do parque (Bryce Dallas Howard), seus sobrinhos (Ty Simpkins e Nick Robinson) e o adestrador de dinossauros (Chris Pratt).

O trabalho de Colin Trevorrow na direção é muito bom e já nos conquista logo na primeira cena, onde vemos um ovo eclodindo e apresentando o olhar do dinossauro mais relevante da trama. As cenas de ação são muito bem conduzidas e apresentam uma fluidez graças à bela montagem.

O maior problema do filme está no roteiro com diversos diálogos e situações que chegam a incomodar. O affair entre os personagens de Bryce e Pratt durante o ataque dos pterodáctilos e o diálogo dos dois irmãos envolvendo o concerto de um carro são alguns exemplos. A motivação de um dos vilões do filme em transformar os dinossauros em armas militares também não convence. O humor do filme algumas vezes não funciona.

Bryce Dallas Howard se esforça e faz mais uma vez um bom trabalho. Chris Pratt não tem muita chance de demonstrar seu talento, mas não compromete. Achei o personagem de Nick Robinson sem empatia alguma. Bem diferente de Ty Simpkins, o irmão mais novo e fanático por dinossauros.

Percebemos a utilização dos efeitos visuais quando a câmera utiliza um plano geral revelando todo o ambiente do parque, mas isso não incomodou em nenhum momento. Tudo combina perfeitamente bem com a fotografia e a direção de arte.

A música de Michael Giacchino é muto bem utilizada e traz um frescor em diversas cenas.

O novo parque dos dinossauros é um típico blockbuster contendo referências bacanas ao primeiro filme e com  um roteiro problemático. No entanto, seus defeitos não atrapalham na sua apreciação. Bom para assistir com pipoca e refrigerante. Nota 7.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey)



 Revendo agora o blu ray de Cinquenta Tons de Cinza (2015) - obra baseada no best-seller homônimo de E.L. James -, pude reforçar ainda mais a impressão que tive na primeira vez que assisti no cinema: um filme feito para agradar fãs com um roteiro focado na dificuldade dos protagonistas em manter um romance que pode machucar. Se você por acaso lembrar de Crepúsculo não é mera coincidência. A obra foi inspirada pela saga de Bella, Edward e Jacob.

O filme apresenta a jovem e insegura Anastasia Steele (Dakota Johnson), uma estudante de literatura que irá ajudar na conclusão de um trabalho de sua amiga adoecida. Esse trabalho consiste em entrevistar o milionário Christian Grey (Jamie Dornan), que por sua vez esbanja segurança e auto-estima. Ao chegar em seu luxuoso escritório, ocorre uma atração instantânea entre ambos e ali irá nascer uma paixão onde serão revelados alguns segredos ligados à vida sexual do Sr. Grey.

O roteiro (adaptado por Kelly Marcel) não vai muito além das indecisões de seus protagonistas com diálogos do tipo: "Você não pode ficar comigo...mas eu não consigo ficar longe de você..." num lenga lenga interminável que já foi visto antes em Crepúsculo. Algumas frases forçadas em alguns momentos apenas com o intuito de causar algum efeito e estimular gritinhos das mais escandalosas ocasionando uma artificialidade e falta de fluidez. O maior prejudicado pelo roteiro foi o personagem de Jamie Dornan. Seu Christian Grey não traz nenhuma empatia e fica difícil torcer ou acreditar naquele sujeito. A sua justificativa para agir de um jeito meio machista e controlador não é nada convincente.Sua relação com o sadomasoquismo também não é muito explorada. Dakota Johnson até se esforça com sua Anastasia e na minha opinião tira "leite de pedra".

Gostei do trabalho da direção de arte, dos figurinos e principalmente da fotografia. Algumas escolhas da diretora Sam Taylot Johnson foram acertadas como por exemplo: o plano em que Anastasia chega ao local da entrevista e observa o prédio do Sr. Grey lembrando um pênis ereto. Tem também a cena em que ela põe o lápis na boca com o nome do milionário. São cenas que remetem sexo sem ter sexo. Por falar no dito cujo, as cenas não são excitantes e o tão falado sadomasoquismo é bem careta.

Outro ponto positivo é o uso da cor. O azul representando o universo dela (observem a cor do fusca, algumas roupas e elementos de cena) e o vermelho representando o universo dele ( a corda, o quarto da dor e o carro que ele dá de presente). Algumas vezes eles invertem a cor como se estivessem se adequando um ao outro.

As músicas são bem utilizadas e tem uma versão nova da Beyonce de Crazy in Love que ficou até bacana.

Um filme com uma bela fotografia e um roteiro muito mal desenvolvido. Nota 4.




domingo, 12 de julho de 2015

Divertida Mente (Inside Out)


 Sabe aquela sensação bacana quando você sai da sala do cinema com um sorriso no rosto e um encantamento gigantesco daquilo que acabou de assistir? Pois foi exatamente isso que aconteceu comigo após a sessão de Divertida Mente (2015), a mais recente animação da Pixar. O diretor Pete Docter (que também co-dirigiu Up - Altas Aventuras e Monstros S.A.), usou e abusou da imaginação para criar um universo fantástico. Nesse quesito, deve-se enaltecer o trabalho de design de produção. É um colírio para os olhos.

Na trama, acompanhamos a vida de Riley (Kaitlyn Dias) desde a infância até a pré-adolescência e suas 5 emoções que convivem em seu cérebro numa espécie de sala de comando. Essas emoções são: Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Nojinho (Mindy Kaling), Raiva (Lewis Black) e Medo (Bill Hader). Em certo momento, Riley se muda para outra cidade com seus pais e seus sentimentos ficam confusos em lidar com essa nova condição. Presenciamos então um descontrole na sala de comando e como essas emoções irão interagir entre si daí para frente.

O roteiro possui uma coesão impressionante ao interligar muito bem dois universos. Principalmente se levarmos em conta, que é a mente de um indivíduo que está sendo retratada. O filme poderia tornar esse ambiente complexo numa história confusa e até difícil de acompanhar. No entanto, não é isso que acontece e a obra nos transporta para diversas regiões do cérebro. Entre eles:: o subconsciente, a área onde os sonhos são reproduzidos e até mesmo nos pensamentos abstratos. Aqui, o roteiro atinge o ápice da criatividade.

A história ainda guarda uma grata surpresa: o personagem Bing Bong (Richard King) que é o amigo imaginário da Riley e um dos personagens mais legais da Pixar nos últimos anos.

Toda a cor da animação é muito bem utilizada e retrata muito bem o que cada personagem quer passar. Assim como o figurino dos personagens (Raiva com a cor vermelha e uma roupa que lembra a de um chefe estressado de escritório estressado, Nojinho com a cor verde que lembra gosma e um figurino de mulher perua e afrescalhada, a Alegria com sua cor amarela transmitindo vibração e um modelito de verão, o Medo com seu jeito franzino e um figurino que remete insegurança, e a Tristeza com sua cor azul e um roupão de frio), tudo foi muito bem pensado. Bacana também observar a mudança no figurino da Riley retratando aquilo que ela sente naquele momento.

Todo o trabalho com o som é muito bem realizado e sua trilha sonora ajuda a sublinhar bem toda a história.

Mesmo não sendo original e com alguns clichês, Divertida Mente possui um formato altamente criativo e com uma mensagem deveras relevante.

Divertido e emocionante. Na minha opinião, o melhor filme de 2015 visto nos cinemas até o momento. Nota 10.