sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Tempo de Cada Um (Three Portraits)


Tive oportunidade de assistir em VHS, O tempo de cada um (2002), graças à indicação do amigo Marcelo da locadora próxima aqui de casa. Não conhecia o trabalho da diretora Rebecca Miller (filha do dramaturgo Arthur Miller e esposa do ator Daniel Day-Lewis), uma das principais representantes do cinema independente americano atual.

Filmado com câmera digital e com poucos recursos financeiros, o filme foi o grande vencedor do Sundance naquele ano. São três histórias baseadas em um conto escrito pela própia diretora, que aborda o cotidiano de três mulheres bem diferentes, mas que possuem algo em comum: tomar uma decisão importante que pode ou não, modificar o rumo de suas vidas. Naquele momento extremo, surgia algo revelador desnudando toda uma ilusão de vida que haviam projetado. Há também a família desajustada, a religião, a ambição, a infidelidade, e um acontecimento envolvendo a morte de duas pessoas que servem para situar as três histórias. Além da crítica contundente ao "american way of life", bastante comum no cinema "indie" americano.

Não gostei da câmera digital nesse filme, mas isso nem de longe atrapalhou na apreciação dessa obra. A maior força reside na interpretação das três atrizes principais. Kyra Sedgwick (que lembra muito a Julia Roberts) é Delia uma mulher durona, que sofre com as agressões de seu marido. Parker Posey é Greta, a editora que cresce na carreira e percebe que não é mais feliz em seu casamento. Fairuza Balk é Paula, uma mulher que perde o rumo após a descoberta da sua gravidez. Todas parecem ir atrás de algo que se perdeu com o passar do tempo.

Posso dizer que comecei com o pé direito nos filmes da diretora. Destaco a cena de abertura que diz muito sobre o filme.

Uma obra simples e eficiente, que aborda o universo feminino com bastante força e sensibilidade. Nota 8.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby)


Após diversas tentativas de assistir O bebê de Rosemary (1968) e motivado em uma conversa com o amigo Lafa, ontem não teve jeito. Era final de noite e o sono já estava chegando. Ainda assim, decidi colocar o dvd... e o sono foi embora.

Esse filme é um "divisor de águas" na história do cinema de terror. Não há sustos, gritaria e nem banhos de sangue. E o resultado é extremamente macabro e ambíguo.

Depois de casas mal-assombradas, monstros e vampiros, esse filme nos mostra um horror dentro de um domicílio familiar. No caso um prédio,onde a fachada é do Dakota (que ficou famoso após testemunhar em sua calçada o assassinato de John Lennon).

Roman Polanski queria dirigir um filme sobre esqui, mas desistiu após ler o livro de Ira Levin. Hoje esse grande diretor se encontra preso na Suíça, tentando terminar um novo filme. Ele é acusado de envolvimento sexual com uma adolescente de 13 anos.

Aqui ele realiza o seu melhor trabalho. Faz a vegetariana Mia Farrow comer carne crua, e atravessar uma rua movimentada sem olhar para os lados. Farrow que aliás está excelente como Rosemary, uma mulher que se mudou para um apartamento após seu casamento com Guy (John Cassavetes), um ator sem muito sucesso.

Após a descoberta da gravidez, uma sucessão de situações estranhas começam a surgir, envolvendo aí o própio marido, um médico e um casal de estranhos vizinhos interpretados por Sidney Blackmer e Ruth Gordon, que venceu merecidamente o oscar de atriz coadjuvante.

Rosemary acredita estar grávida do demônio e do envolvimento com magina negra de todos que a cercam.

Achei o filme sinistro e muito eficiente em sua pretensão. Todos os atores estão em sintonia e tudo funciona muito bem. O desfecho é perturbador.

Polanski, um ano após o término das filmagens, passou por momentos complicados em sua vida. Sua esposa grávida ( a atriz Sharon Tate) fora brutalmente assassinada por uma seita de fanáticos organizada por Charles Manson. Durante as filmagens, a atriz Mia Farrow recebeu os papéis de divórcio do até então marido Frak Sinatra. Enfim, fatos estranhos que alguns associam ao filme e que de certa forma acabam tornando-o mais popular.

No entanto, o filme funciona por si só e é uma obra muito bem acabada. Um dos melhores do gênero sem dúvida alguma. Nota 10


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)


Quase duas semanas se passaram da estréia de Bastardos Inglórios (2009), e até hoje o filme não sai da minha cachola. Fui na última sessão do Cinemark Carioca. Saí do trabalho direto para o shopping encontrar com a Gi, minha esposa, em uma noite bastante chuvosa, o metrô abarrotado de gente, e eu feliz da vida por chegar o momento de assistir ao novo petardo de Quentin Tarantino. Tentei controlar a ansiedade, mas a expectativa era muito grande para isso. Afinal, Tarantino começou à escrever esse roteiro antes mesmo de Kill Bill. E posso dizer com todas as letras: è o melhor filme do diretor. Melhor até que Pulp Fiction (Que devo ter assistido no mínimo umas 10 vezes).

Depois de conversas com amigos e de ler sobre o filme na coluna de Arnaldo Jabor na última terça feira, decidi comentar sobre esse que é até então, o melhor filme do ano na minha opinião Em nenhum momento você consegue desgrudar os olhos da tela.

Impressionante como certos atores crescem, e o que mais se destaca é Christoph Waltz na pele do cínico Coronel Hans Landa. A interpretação é tão boa, que acaba ofuscando outros atores que também estão ótimos. Brad Pitt como o Tenente Aldo Raine está hilário com um bigodinho e um sotaque bem caipira. Outro destaque é Mélanie Laurent como Shosanna que é uma das mais importantes personagens no filme. Ela é uma judia francesa sobrevivente de um massacre, onde todos os seus familiares foram mortos. Tempos depois, ela consegue um disfarce como gerente de um cinema, onde arquiteta uma vingança contra os nazistas.

Paralelo á essa história, tem os tais bastardos do título, que tem como missão matar e escalpelar o máximo de nazistas possíveis. Esse grupo é comandado pelo personagem de Brad Pitt.

No final das contas, as duas histórias se cruzam. Mas não é só isso, o diretor além de brincar com os idiomas e sotaques, parece cutucar na ferida a forma como os filmes são concebidos. Tarantino não se preocupa em contar a História como ela exatamente aconteceu. Não existe cena de combate, e os judeus aparecem cometendo as maiores atrocidades, incentivados pela vingança. Os diálogos típicos do diretor estão presentes e são responsáveis pelos momentos de maior tensão. Em vários momentos pensei: "Isso é puro Tarantino". Assim como as cenas arrebatadoras, principalmente a do início na fazenda e a final no cinema.

As referências à outros filmes, principalmente os do diretor Sérgio Leone, a trilha de arrasar com Ennio Morricone, David Bowie,etc... e até mesmo o fetiche por pés, sublinham esse filmão, onde em cada momento parece que algo vai acontecer, e uma hora acontece mesmo.

Termino esse post, com uma das frases proferidas por um personagem no final do filme: "...esta pode ser minha obra prima." E eu concordo plenamente. Nota 10.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Estrada para Perdição (Road to Perdition)


Foi uma grande surpresa esse segundo filme do diretor Sam Mendes. Adoro Beleza Americana, o seu premiado filme de estréia.. Mesmo assim, estava com poucas expectativas para esse Estrada para Perdição (2002). E isso acabou sendo vantajoso para a degustação dessa obra.

A história se passa em 1931 durante a depressão, e aborda uma relação entre Michael Sullivan (Tom Hanks, que não consegue me convencer como mafioso), um assassino que trabalha para a máfia irlandesa, e seu filho Michael Sullivan Jr. (Tyler Hoechlin), que considera o pai um herói, sem saber sobre seu verdadeiro "trabalho". O que se sucede após o filho testemunhar um assassinato, é de tirar o fôlego, que vai crescendo até o seu desfecho.

Lendo sobre o filme, fiquei sabendo que a história é uma adaptação livre de uma HQ inspirada em um mangá.

Destaques para o personagem Harlen Maguire (Jude Law) ,um assassino contratado que tira foto de suas vítimas, e do mafioso irlandês John Rooney (Paul Newman em um de seus últimos papéis). Aplausos para a belíssima fotografia de Conrad L. Hall. e da cena de tiroteio em uma noite chuvosa.

Claro que não se compara com o Poderoso Chefão. Mas aí já é pedir demais. Agradecimento ao amigo de trabalho Lessa, que me emprestou esse ótimo filme. Nota 9

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

E.T., o Extra-terrestre (E.T., The Extra-terrestrial)


Entre tantas opções, decidi começar esse blogger comentando sobre o primeiro filme que assisti em uma sala de cinema. E posso dizer que comecei bem, pois E.T., o Extra-terrestre (1982), é um clássico.

Com o intuito apenas de realizar esse post, fiz uma revisão desse que é um dos maiores trabalhos de Steven Spielberg. Lembro na época, com apenas 4 anos de idade, que fui levado pela minha mãe ao extinto cinema de Ramos (Que tempos depois virou uma danceteria até se transformar em algo completamente abandonado).No entanto, algumas cenas permaneceram gravadas em minha mente, como a do E.T. escondido no meio dos bonecos, e as clássicas cenas com as bicicletas.

Hoje com 31 , o filme ainda emociona. A história entre o menino Elliot (Henry Thomas), que ajuda um extraterrestre (Pat Welch) à não ser capturado pelo serviço secreto, mostra uma forte amizade entre esses seres bem distintos. Em tempos de intolerância com o próximo, esse conto cai como uma luva.

Com todos os clichês que a história apresenta, Spielberg apresenta uma obra prima. Vários ângulos são realizados da altura de uma criança. E a música de John Williams sublinha com ternura todas as cenas mais importantes. Destaque para Drew Barrymore em início de carreira interpretando a irmã escandalosa de Elliot.

Não gostei tanto assim das cenas adicionais, que são irrelevantes para a história. Todavia, isso nem de longe incomoda. Muito pelo contrário,vale a pela conhecer cenas que ficaram de fora em sua primeira montagem. Com tudo isso, continuo achando E.T., o melhor filme de Steven Spielberg. Nota 10

domingo, 18 de outubro de 2009

INÍCIO

Olá. Está no ar o B-Cine. Um blog sobre cinema e afins. Realizado por um apaixonado pela sétima arte e toda sua magia única de nos transportar para um universo além do imaginável e provocar sensações diversas.Aqui você vai encontrar de tudo. Do mudo ao falado. Do preto & branco ao colorido. Do documentário à ficção. Do clássico ao trash. Do cult ao pipocão. Sejam muito bem vindos. Espero que gostem e participem desse espaço que está apenas engatinhando.