segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Top 20 2012










1 - Eu Receberia a Pior Notícia dos Seus Lindos Lábios de Beto Brant e Renato Ciasca
2 - Shame de Steve McQueen
3 - Habemus Papam de Nanni Moretti
4 - O Impossível (The Impossible) de Juan Antonio Bayona
5- A Invenção de Hugo Cabret (Hugo) de Martin Scorsese

6 - Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (The Girl With the Dragon Tattoo) de David Fincher
7 - Deus da Carnificina (Carnage) de Roman Polanski
8 - L' Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância (L'Apollonide - souvenirs de la maison close) de Bertrand Bonello
9 - A Separação (Jodaeiye Nader az Simin) de Asghar Farhadi
10 - Para Roma com Amor (To Rome With Love) de Woody Allen










11 - Cosmópolis (Cosmopolis) de David Cronenberg
12 - Ted de Seth MacFarlane
13 - Jogos Vorazes (The Hunger Games) de Gary Ross
14 - Jovens Adultos (Young Adult) de Jason Reitman
15 - Frankenweenie de Tim Burton










16 - As Vantagens de ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower) de Stephen Chbosky
17 - Os Vingadores (The Avengers) de Jeremiah Chechik
18 - Febre do Rato de Cláudio Assis
19 - Os Descendentes (The Descendants) de Alexander Payne
20 - Homens de Preto 3 (Men in Black III) de Barry Sonnenfeld

domingo, 30 de dezembro de 2012

O Impossível (The Impossible)
















Essa é a última postagem antes da minha querida lista de melhores do ano e não poderia deixar de escrever sobre esse filme que assisti com a minha mãe no cinema e que me emocionou em diversos momentos. O Impossível (2012) é o segundo filme do diretor Juan Antonio Bayona, (realizador de O Orfanato, ainda inédito para mim) que carrega muito bem a história baseada em fatos reais envolvendo uma família que sobreviveu ao tsunami que vitimou milhares de pessoas em 2004.

A trama apresenta a tal família viajando para a Tailândia com o intuito de passar o Natal. Não demora muito tempo para a chegada devastadora do tsunami e daí pra frente queridos leitores vem o turbilhão de emoções que vão do suspense ao drama. A sensação do tsunami chegando fez meu coração bater mais forte e confesso que chorei umas três vezes. Imaginei o quanto somos pequenos diante da natureza e do universo. Quanto vale a nossa arrogância e orgulho? Em uma tragédia como essa, fala mais alto o instinto de sobrevivência e a solidariedade das pessoas.

Os atores estão todos ótimos. A loura Naomi Watts mais uma vez entrega grande dose do seu talento interpretando a mãe sobrevivente. Outro destaque é Tom Holland que faz o filho mais velho. Ewan McGregor está bem, mas fica um pouco ofuscado pelos dois citados anteriormente. Quem aparece em certo momento do filme é Geraldine Chaplin, filha do mestre Charles Chaplin.

Os atores principais tiveram a chance de conhecer a família sobrevivente em um festival onde o filme estava sendo exibido. Outro fato curioso, é que muitos figurantes são sobreviventes dessa tragédia.

Mesmo com todos os clichês do roteiro, a emoção aqui fala mais alto e fisga nosso coração. Não se pode esquecer também o bom trabalho da edição e dos efeitos que contribuem bastante na condução da trama.

Esse provavelmente estará no meu top 20 desse ano. Ainda não fechei a lista. Ah... já ía me esquecendo de dar a minha nota. Nota 9.

sábado, 22 de dezembro de 2012

A Fonte das Mulheres (La Source des Femmes)


















Taí uma obra de extrema importância, e que eu recomendo não só para todas as mulheres, mas também para os marmajos. Afinal, trata-se de um filme que nos mostra a persistência de certas personagens para romper barreiras (cravadas de valores tradicionais) tidas como intransponíveis. Mulheres do mundo todo já sofreram ao longo de toda a história da humanidade tanta barbárie, que fica difícil ter total dimensão dessa dano. Muitas até hoje sofrem preconceitos e infelizmente ainda são vistas por alguns homens ignorantes como seres inferiores. Ainda bem que esse situação aos poucos foi mudando em várias sociedades, e a emancipação feminina  é uma realidade e uma revolução que moldou a mulher dos dias atuais.

Essa introdução, é só para situar vocês queridos leitores sobre o principal tema abordado em A Fonte das Mulheres (2011), filme dirigido por Radu Mihaileanu que também realizou o roteiro junto com Alain- Michel Blanc e se inspirou em um caso real ocorrido na Turquia e na peça Lisístrata de Aristófanes.

A trama que se situa em uma aldeia islâmica entre a Àfrica do Norte e o Oriente Médio, nos apresenta Leila (Leila Bekhti), uma jovem alfabetizada que propõe às mulheres da aldeia, uma greve de sexo com seus maridos, em represália aos trabalhos pesados à que são submetidas. Muitas inclusive grávidas, perderam seus bebês enquanto realizavam esses trabalhos. Leila não concordava em subir um morro para buscar a água da fonte, enquanto seus maridos ficavam sentados bebendo e conversando. No início, Leila só conta com o apoio de seu marido, (um profesor com a mente mais aberta) e de uma senhora da aldeia. Com o passar do tempo, ela consegue o auxílio de outras mulheres, ocasionando uma série de problemas no vilarejo.

Apesar de não ser um musical, em vários momentos a mensagem é apresentada com as mulheres cantando e dançando, dando bastante leveza ao filme.

Achei apenas que o filme poderia ser um pouco mais curto. Já seria suficiente para transmitir a sua positiva mensagem.

Dedico essa postagem à todas as mulheres. Vocês são verdadeiras guerreiras e merecem todo o amor e respeito desse mundo.

Como eu falei no início, uma obra de extrema relevância e que vale a pena conferir. Nota 7.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Frankenweenie














Sou fã do trabalho de Tim Burton e fui correndo para o UCI da Barra da Tijuca assistir Frankenwenie (2012) na única sala onde o filme ainda estava sendo exibido. Na última hora, minha mãe também decidiu me acompanhar para depois passear pelo shopping. Chegando lá, verificamos que a sala de exibição era o UCI De Lux,, ou seja, como o própio nome indica, um luxo só, mas com um precinho acima do que eu esperava. Já estava quase desistindo, quando minha mãe pagou os ingressos. Quero desde já agradecer à Dona Vânia por mais esse presente e pela companhia, mesmo sabendo que não é muito fã de cinema. Agradeço também por todo o amor, carinho e ensinamento que me deu durante todos esses anos. Você é a melhor mãe do mundo!

Frankeweenie é um remake de um curta realizado pelo própio diretor nos longínquos anos 80. Na minha opinião, Tim Burton voltou à boa forma e aqui reuniu o 3D, o stop motion e o preto e branco com bastante sucesso. Tudo num universo familiar para quem conhece seus filmes e seus personagens bizarros que vivem à margem da sociedade, mas que são tratados com imenso carinho pelo diretor.

A história nos apresenta Victor, um menino solitário que adora as aulas de ciências e não gosta de praticar esportes. Como não tem amigos, o maior companheiro do menino é Sparky, seu cãozinho de estimação. Após a morte de Sparky durante um acidente, Victor utiliza seus aprendizados em ciências e cria um equipamento para reviver Sparky com o auxílio da eletricidade. A experiência dá certo, mas com o passar do tempo, causa muitos problemas, pois todos descobrem a invenção do menino e seus colegas de turma tentam copiar à todo custo essa experiência para apresentar na feira de ciências que se aproxima.

Alguns personagens poderiam ter mais espaço na trama, como os pais de Victor por exemplo, mas isso não incomodou no andamento e na apreciação do filme.

Gostei das várias referências aos filmes de terror, principalmente os antigos da Universal.

Além de ser uma obra que fala sobre amizade, um dos principais temas abordados aqui, é ao meu ver, apresentar as diversas intenções do homem na utilização da ciência.

Tim Burton dessa vez não teve Johnny Depp, mas voltou a trabalhar com Winona Ryder dublando a vizinha de Victor e o grande ator Martin Landau dando voz ao professor de ciências. Victor por sua vez é dublado pelo ator mirim Charlie Tahan.

A trilha sonora é mais uma vez composta por Danny Elfman (para quem não sabe foi da banda Oingo Boingo). Muito bem feita por sinal.


Verifiquei agora pouco na internet que Frankenweenie está concorrendo ao Globo de Ouro de melhor animação. Nota 9.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Interlúdio (Notorious)


















Como é bom sentar num sofá e assistir pela primeira vez uma obra prima de Alfred Hitchcock. Na última madrugada aproveitei que estava sem sono e coloquei pra assistir o DVD de Interlúdio (1946), que superou todas as minhas espectativas. Depois de ler vários elogios ao filme, pude constatar a beleza dessa obra que é o segundo trabalho de Cary Grant e Ingrid Bergman com o diretor.

A trama nos apresenta Alícia (Ingrid Bergman), uma jovem alemã filha de um espião nazista preso nos Estados Unidos e que recebe uma missão dos agentes americanos: se infiltrar em uma organização nazista presente no Rio de Janeiro com o intuito de buscar informações secretas desse grupo. Lá ,ela deve se aproximar de Alexander (Claude Rains), o líder dessa organização e que já foi apaixonado por Alícia. O encarregado de auxiliar a moça nessa empreitada é o agente Devlin (Cary Grant). Com o passar do tempo, Alícia e Devlin se apaixonam um pelo outro, dificultando ainda mais o serviço de ambos.

Quem pensa que a história fica somente no melodrama, se engana, pois o suspense empreendido por Hitchcock é dos bons e aqui o espectador não consegue desgrudar os olhos da tela. O momento da festa envolvendo a chave da adega e os champagnes são marcantes. Aliás, várias cenas são impressionantes, e apresentam todo o talento do gorducho. O final então nem se fala, na famosa cena das escadas. Uma verdadeira aula de cinema.

Ingrid Bergman nunca esteve tão linda e entrega uma boa atuação. Arrisco dizer que esse é o melhor filme protagonizado pela atriz que eu assisti. (Ainda não vi Casablanca). Também achei Cary Grant muito bem, mas o maior destaque vai para a atuação de Claude Rains que interpreta um personagem que não se enquadra no esteriótipo de um vilão. Claude recebeu uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante por esse papel. O filme também recebeu outra indicação para roteiro original.

Quem também merece destaque é a trilha sonora de Roy Webb que sublinha várias cenas com perfeição.

Achei bacana a trama ser ambientada no Brasil e é sempre bom ver belas imagens da cidade maravilhosa.

Hitchcock faz uma rápida aparição, bebendo champagne na já citada cena da festa.

Posso dizer com toda a certeza que Interlúdio entrou na minha lista dos melhores filmes desse gênio do cinema chamado Alfred Hitchcock. Nota 10

domingo, 9 de dezembro de 2012

Team America - Detonando o Mundo (Team America: World Police)
















Lembro-me perfeitamente quando li na antiga revista SET uma matéria publicada sobre o novo filme do diretor Trey Parker e do roteirista Matt Stone, criadores da série e do longa South Park. Aguardei ansioso pela estréia nos cinemas. Aguardei... aguardei... e o filme foi direto para o mercado de DVD aqui no Brasil. Uma pena, pois Team America - Detonando o Mundo (2004), tem todos os ingredientes conhecidos da dupla. ou seja, aqui o politicamente correto não tem vez. Doses de palavrões, escatologia, humor negro e críticas são apresentadas de uma maneira escrachada mesmo. Pais, tirem as crianças da sala. Depois não digam que não avisei. Uma curiosidade, é que certa vez o SBT transmitiu o primeiro longa da dupla South Park - Maior, Melhor e Sem Cortes (dublado) em um horário da noite em que algumas crianças ainda estavam acordadas. Acho que ninguém da emissora tinha noção do conteúdo daquela obra. No dia seguinte muita gente comentava o absurdo que era aquele filme.

Imagino a dificuldade dos realizadores para montar e concluir seus trabalhos, pois os atores aqui são marionetes. A idéia para realizar um filme só com os bonecos surgiu quando os realizadores assistiram uma reprise na televisão da série Thunderbirds. Daí juntaram isso com a vontade de zombar os filmes de ação realizados pelos magnatas de Hollywood e produzidos por Jerry Bruckheimer. Sacaneam Michael Bay, o diretor Michael Moore, o ditador da Coréia do Norte Kim Jong Il (que faleceu ano passado), Ben Afleck e diversos outros atores. Não pensem que a zoação acaba por aí. O patriotismo norte americano é ridicularizado, assim como a paranóia pós 11/09 e as consequentes guerras desnecessárias. Isso tudo feito ainda na época do governo Bush.

Na história, o Team America, é uma equipe policial encarregada de salvar o mundo dos terroristas. Com as crescentes ameaças dos ataques, eles precisam  de um informante disfarçado de terrorista para descobrir os planos dessa organização. Por isso, convocam Gary Johnston, um novo ator da Broadway (uma crítica à convocação dos jovens para a guerra) para atuar diante dos malfeitores com o intuito de buscar novas informações. Com o tempo, descobrem existir um plano de destruição em massa perpetrado pelo ditador Kim Jong Il e fazem de tudo para detê-lo.

Várias cenas são hilárias. Eu destaco os ataques do Team America aos terroristas em outros países,  Gary bêbado saindo do bar e a cena de sexo envolvendo os bonecos.

Os fios que controlam as marionetes são mostrados propositalmente e tem uma cena que os realizadores sacaneam o própio filme, quando a personagem Lisa faz um gesto para encostar a mão no peito de Gary, mas não consegue pois o fio não chega lá.

A trilha sonora não chega a ser tão boa quanto a de South Park - Maior, Melhor e Sem Cortes, mas tem os seus momentos e é carregada de humor negro.

Além de Tray Parker e Matt Stone, o roteiro também foi escrito por Pam Brady.

Assisti ontem com minha esposa esse filme que muitos podem achar grosseiro demais. Mas essa é a intenção de seus realizadores e acredito que eles chegaram lá.

America, fuck yeah! Nota 8.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Imitação da Vida (Imitation of Life)
















O que fazer diante de tanto calor e de férias? Torrar e mergulhar numa praia? Procurar um amigo e beber uma estupidamente gelada acompanhado de petiscos? Chupar um sorvete? Nananinanão... decidi ficar em casa, ligar o ventilador (que com esse calor não dá muita vazão) e assistir Imitação da Vida (1959) filme gravado do Telecine Cult e que tomei conhecimento graças ao blog Espectador Voraz do amigo Celão. Sempre li a respeito das qualidades de Douglas Sirk e somente agora tive a oportunidade de assistir um trabalho dirigido por ele. E digo com toda certeza que todas as expectativas foram correspondidas. Tudo que conhecia do diretor está presente na essência de Imitação da Vida, que na verdade é um remake do filme de 1934 dirigido por John M. Stahl e baseado no livro de Fannie Hurst.

A história foca na relação de duas mulheres e suas filhas. Lora (Lana Turner) procura desesperadamente sua filha Susie (Terry Burnham) em uma praia lotada e pede ajuda ao fotógrafo Steve (John Gavin). Ambos não demoram a encontrar a menina brincando com Sarah Jane (Karin Dicker) e na companhia de sua mãe Annie (Juanita Moore). Lora é uma atriz que procura um novo emprego e apresenta dificuldades para tomar conta da filha. Annie e Sarah Jane aparentemente não possuem um lar. Ao perceber a necessidade de Lora, Annie se oferece a trabalhar em troca de moradia e comida. À princípio, Lora fica um pouco desconfiada em deixar pessoas desconhecidas dormindo em seu lar. Mas com o passar do tempo, essa desconfiança se transforma em uma verdadeira amizade. Até aí tudo lindo e maravilhoso. Em seguida, começam a aparecer os primeiros problemas. Sarah Jane que é branca, tem vergonha de sua mãe Annie, pelo fato de ser negra. Annie é uma mãe extremamente zelosa e carinhosa com Sarah, porém a mesma não dá muito valor. Paralelo a isso, Lora consegue um emprego no teatro e se consagra como grande atriz. Com os compromissos de trabalho, Lora se afasta cada vez mais de Susie e dá um "chega pra lá" em Sam (fotógrafo que conheceu na praia e que estava próximo de começar um relacionamento).

Susie e Sarah Jane são posteriormente interpretadas por Sandra Dee e Susan Kohner respectivamente.

A atuações dos atores principais estão na medida certa. O destaque vai para Juanita Moore pela sua entrega ao papel, e Susan Kohner que interpreta sua filha na fase adolescente.

O título sintetiza bem toda a obra. Pois a vida é assim, cheia de altos e baixos, de amores não correspondidos, carências afetivas, preconceitos e falta de reconhecimento. Nos faz refletir o que de fato é mais importante em nossa vida.

Gostei do filme já nos créditos e da belísima cena da praia lotada e com um parque de diversões no fundo. Aliás a obra tem várias cenas marcantes e emocionantes.que me fizeram chorar lá pelo final. Fiquei curioso para assistir outras obras desse diretor. Mais uma boa dica do amigo Marcelo. Valeu Celo. Nota 9.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)
















O que me motivou a assistir esse filme, foi a crítica do meu amigo Marcelo no seu maravilhoso blog Espectador Voraz. Já tinha lido em alguns jornais, mas não dei a devida importância. Como o filme deve estar saindo de cartaz, aproveitei que estava de férias e fui assistir a única sessão no Estação Sesc Botafogo.

A sala estava relativamente cheia e haviam duas meninas sentadas atrás de mim que suspiravam e diziam "fofo" à cada aparição de Charlie, personagem interpretado por Logan Lerman, que somente depois fui pesquisar na internet, e descobri que ele é o protagonista de Percy Jackson e o Ladrão de Raios. Não assisti Percy Jackson, mas em as Vantagens de ser Invisível (2012) ele mandou bem pra cacete. Não somente ele mas todo o elenco está bem afiado. O destaque mesmo vai para o trio de protagonistas que além de Logan, traz o ótimo Ezra Miller e Emma Watson (linda com o cabelo curto) que conseguiu se desvencilhar de vez da Hermione, a bruxinha em Harry Potter.

O detalhe mais interessante, é que o diretor do filme é o mesmo que escreveu o livro em que a obra é baseada. Stephen Chbosky se saiu super bem e esse é o seu primeiro longa metragem. Merece os parabéns quem apostou nessa empreitada. O produtor é ninguém mais ninguém menos que John Malcovich

A trama nos apresenta Charlie (Logan Lerman), um menino calado e depressivo que adora escrever e apresenta um trauma relacionado a mortes de pessoas próximas. O sujeito é um deslocado na escola e não consegue encontrar amigos até conhecer os meio irmãos Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson) que não o tratam como calouro. Os três se tornam melhores amigos e vivem momentos inesquecíveis. Com o decorrer desse relacionamento, alguns elementos do passado vem à tona e é nesse momento que o diretor mostra todo o seu talento, abordando temas relevantes de maneira elegante e sem resvalar nos clichês. Charlie não é o típico nerd, Patrick é gay, mas aparentemente não sofre preconceitos e Sam não se encaixa em qualquer esteriótipo.

A história não situa a época dos acontecimentos, mas dá para ter uma noção, já que seus personagens gravam fitas cassete uns para os outros e utilizam máquina de escrever. Gostei muito quando tocou Heroes do David Bowie em duas cenas marcantes.

Vale citar outros personagens relevantes com destaque para a punk budista Mary Elizabeth (Mae Whitman) e o professor Bill (Paul Rudd) que é um dos primeiros a perceber a inteligência de Charlie.

Gostei do trabalho de fotografia de Andrew Dunn. Só achei que a edição podia contemplar por mais tempo algumas cenas.


Um drama com muitas frases marcantes e que faz refletir sobre temas delicados que são mostrados com extrema competência. Um filme que retrata o encontro de cada ser humano com si própio e a busca da aceitação em uma das fases mais difíceis da adolescência. Nota 8

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cosmópolis (Cosmopolis)
















Eis uma obra representativa do século XXI. Cosmópolis (2012) é isso e muito mais.

David Cronenberg retratou um estudo sobre o nosso mundo nos dias de hoje. Mundo esse em que a cada dia nos tornamos mais insensíveis e sem tempo para nada. Um mundo próximo de um colapso financeiro onde as aparências devem permanecer intactas mesmo em meio ao caos.

A escolha de Robert Pattinson para interpretar Eric Packer foi perfeita. Seu personagem é um jovem gênio do mercado financeiro, que está prestes a quebrar graças á um negócio mal sucedido. Mas isso não parece preocupar tanto o moço. Seu maior interesse nesse dia é atravessar a cidade dentro de sua limusine para cortar o cabelo no outro lado da cidade. A frieza que expressa com relação a quase tudo que acontece do lado de fora do seu carro é a imagem do morto-vivo. Do lado oposto desse seu mundinho, visualizamos imensos e violentos protestos do povo, o funeral de um famoso rapper e um trânsito parecido com o nosso. Sabemos também da visita do presidente à cidade e que contribui ainda mais com todo o distúrbio.

Eric realiza praticamente tudo dentro do carro. É lá que recebe suas visitas, faz exames médicos, sexo, contatos profissionais e outras coisas. E é nesses contatos que percebemos toda a fragilidade desse homem, apesar das aparências.

Cosmópolis não é um filme fácil de ser digerido. Com o ritmo lento, somos apresentados aos personagens da trama que travam diálogos interessantes com Eric.

Agora, sem querer desrespeitar ou subestimar a inteligência de alguém, se você está acostumado ou só curte assistir filmes mastigadinhos, passe longe dessa obra. Não quero dizer que um fã da saga Crepúsculo não consiga captar algo da história, mas tudo aqui é bem complexo. Quem conhece filmes como 2001 - Uma Odisséia no Espaço ou Árvore da Vida sabe do que estou falando.
Ao meu ver, Cosmópolis é uma obra que deve ser degustada diversas vezes pra se obter cada vez mais uma impressão diferente. Tudo que relatei nas linhas acima, foi a minha interpretação até o exato momento.

Cronenberg que se baseou no livro de Don De Lillo, na minha opinião falhou apenas no andamento da trama, mas isso também deve ter sido proposital e com o intuito de refletir a vida de seu protagonista.

Destaco a maravilhosa Juliette Binoche (atriz que antigamente não gostava e hoje sou fã), Samantha Morton, Jay Baruchel e o grande Paul Giamatti, que na minha opinião, arrebenta na cena com Pattinson , onde conversam sobre próstata assimétrica.

Será que ainda temos salvação nesse mundo onde o dinheiro está acima do amor? Um filme para analisar, pensar e refletir. Até o próximo corte de cabelo. Nota 9

domingo, 2 de dezembro de 2012

Um Dia (One Day)
















Domingo à tarde, depois de um almoço com macarrão na casa dos sogros, voltei para o meu canto junto com a Gi e combinamos de assistir 2 filmes. Eu optei por assistir Cosmopolis do Cronnenberg (que depois comentarei por aqui) e ela escolheu rever Um Dia (2011) da diretora dinamarquesa Lone Scherfig, baseado no best seller homônimo de David Nicholls que também assina o roteiro.

O filme conta com a presença da bela e talentosa Anne Hathaway que aqui interpreta Emma, uma moça tímida e que tem dificuldades de engatar um relacionamento. Ela é apaixonada pelo seu amigo Dexter (Jim Sturgess) que é justamente o oposto da menina: um típico canalha.

A trama é situada sempre no dia 15 de julho de cada ano, pois foi esse o dia em que se conheceram e perceberam um sentimento grande um pelo outro. No entanto, ambos tinham vidas diferentes e cada um tomou seu rumo. Nunca perderam contato e sempre se falavam ou se encontravam nessa data.
Em diversas ocasiões, estiveram próximos de assumir um romance mas simplesmente não o fizeram por simples obra do acaso.

O mais interessante do filme na minha opinião foi justamente essa abordagem sobre certas situações da vida que nem sempre ocorrem no tempo que nós desejamos. E muitas vezes o destino reserva algumas supresas (agradáveis ou não) que nos tomam de assalto. Assim é a vida. É melhor eu parar por aqui para não entregar mais.

O filme também tem a presença de Patricia Clarkson interpretando a mãe de Dexter e de Rafe Spall que faz um dos namorados de Emma.

Uma obra bonita e triste. Simples assim. Vale uma conferida. Nota 8.

domingo, 25 de novembro de 2012

Sob o Signo de Capricórnio (Under Capricorn)



















É com uma imensa satisfação que venho até esse querido espaço, para escrever sobre um filme realizado por um dos maiores cineastas de todos os tempos: Alfred Hitchcock. Um sujeito que dirigiu Pacto Sinistro, Janela Indiscreta, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Frenesi, Festim Diabólico, A Sombra de uma Dúvida, Psicose, e tantas outras maravilhas, merece toda a adimiração do mundo e é referência para vários outros cineastas importantes. Hitchcock não era apenas o mestre do suspense, pois seus filmes não se enquadravam apenas nesse gênero. Em sua vasta filmografia, também encontramos comédias e dramas (caso do filme que vou citar aqui).
Sob o Signo de Capricórnio (1949) é o segundo filme colorido de Hitchcock realizado pela sua própia produtora (Transatlantic Pictures) e que custou uma fortuna devido principalmente à presença da bela atriz Ingrid Bergman que fez seu terceiro e último filme com o diretor.
Bergman interpreta Henrietta, uma mulher que apresenta sérios problemas com bebida e que é casada com Sam Flusky (Joseph Cotten), um ex-condenado que se enveredou pelo ramo dos negócios. Ambos moram em uma fazenda na Austrália, mas se conheceram muitos anos antes na Irlanda.

 A história (que se passa no século retrasado) envolvendo esse casal aos poucos vai sendo revelada após a presença de Charles Adare (Michael Wilding), que é primo do governador e está no país com o intuito de fazer negócios. Charles (que conhece Henrietta há muitos anos), está disposto à ajudar a esposa de Sam após descobrir que a mesma apresenta depressão. Sam à princípio apóia essa ajuda, mas com o passar do tempo, desconfia que Charles e Henrietta estão apaixonados, o que de fato acontece. Está formado o triãngulo amoroso.
Outra personagem fundamental na trama é a de Milly (Margaret Leighton) a empregada da casa que me fez lembrar de uma personagem em outro filme importante de Hitchcock : Rebecca - A Mulher Inesquecível.

 O filme na minha opinião não é uma obra prima, mas está longe de ser ruim. Repleto de diálogos, o destaque está na condução da história que mostra as várias reações dos personagens mediante algumas revelações e atitudes.
Hitchcock não gostou tanto do resultado final e nem das atuações dos atores principais. O filme foi um fracasso nas bilheterias e segundo dizem, o clima nos bastidores entre o diretor e Bergman não era dos melhores devido principalmente à discordâncias.

 O título do filme, é mais uma mancada dos tradutores, já que se refere ao trópico e não ao signo.
Eu gostei dos atores, principalmente de Bergman que se entrega de corpo e alma para interpretar a sofrida personagem.

 Muitas características do diretor também estão presentes nesta obra, e aqui ele realiza novamente os planos-sequência que foram largamente usados em Festim Diabólico.
Para quem não sabe, Hitchcock faz em cada uma de suas obras, uma pequena aparição. e aqui não foi diferente. Essa prática se iniciou no filme O Pensionista de 1927 e não parou mais. O público procurava o diretor durante a projeção, e isso acabava desviando a atenção. Por esse motivo em um determinado momento da carreira ele decidiu aparecer logo no início dos seus filmes.

Achei um pouco irreal, que o personagem Sam demorasse tanto para desconfiar das intenções de Charles com Henrietta. No entanto a verossimilhança nunca foi o forte nas obras de Hitchcock. Em uma célebre frase do gordinho, ele cita que deseja apenas que seus filmes sejam saboreados como um bom pedaço de bolo de chocolate. E nesse caso, mais um delicioso pedaço de bolo. Nota 8.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2)

 
E cá estou mais uma vez para dar continuidade aos relatos das minhas últimas aventuras no cinema. E dessa vez com a bela compania da minha esposa que estava ansiosa para assistir ao último (será?) capítulo da saga que jogou a Paris Filmes de volta aos holofotes: A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (2012). E pensar que vários estúdios tiveram a oportunidade de filmar a história de Stephenie Meyer (agora produtora), mas na época ninguém apostou que a saga pudesse trazer qualquer retorno financeiro.

E lá estava eu sentado em uma cadeira apertada com o cinema lotado e uma grande parcela do público eram adolescentes histéricas que berravam já nos créditos iniciais com os nomes dos principais atores. Pelo menos a sessão era legendada, pois com aquela gritaria toda não dava pra ouvir mais nada.

Na história, Bella (Kristen Stewart) se transformou em vampira e agora é mãe de Renesmee, fruto do seu amor com o vampiro Edward (Robert Patison) quando esta ainda era humana. Por conta disso, Renesmee é tipo aquele biscoito Trakinas meio a meio. Através de uma vampira "X9", essa informação vaza aos ouvidos dos Volturi (uma organização de vampiros responsáveis pelas leis dos mesmos) que logo decidem tomar uma providência: assassinar Renesmee.

Além dos membros da família Cullen, Renesmee é protegida por uma série de vampiros amigos da família espalhados pelo mundo todo. Além de Jacob (Taylor Lautner), que teve a certeza que Renesmee é o verdadeiro amor da sua vida, por conta de um dom característico dos lobos chamado imprinting. E é claro que seus amigos lobos não irão ficar fora dessa. A aparição dos novos vampiros me lembrou X-men, pois cada um tem um dom especial, ou seja, um super poder.

O filme é claro tem os seus momentos clichês. No entanto achei muito interessante a evolução da persongem Bella na trama. Inclusive Kristen Stewart deixa um pouco de lado aqueles cagoetes característicos. Destaco a cena da batalha com os Volturi que sem sombra de dúvidas é a mais bem trabalhada da saga. Além de inesperada e emocionante, principalmente para quem acompanha a série e se familiarizou com aqueles personagens, a cena é carregada de tensão antes e durante o combate. Não posso relatar mais nada para não estragar quem ainda não viu.

A trilha sonora de Carter Burwell colabora bastante e o roteiro de Melissa Rosenberg traz algumas pitadas de humor. Todos sob a batuta do diretor Bill Condon que se saiu bem também na parte 1.
 
Encontrei melhoras também nos efeitos e na fotografia. Não gostei das atuações, mas aí também é cobrar demais. Há momentos desnecessários na trama e nas atitudes de alguns personagens que serviram apenas para tampar buracos. Pelo menos foi essa a sensação que tive. Mas os fãs (incluindo aí a minha esposa Gisele) não estão nem aí e saíram satisfeitos com o desfecho.

Se observarmos todos os filmes da saga, acho que ela conseguiu manter uma regularidade e por isso eu mantenho a minha nota. Nota 7.

domingo, 18 de novembro de 2012

Pacto de Sangue (Double Indemnity)



Olá queridos leitores desse abandonado blog. Quando menos se espera eis que ressurge essas vagabundas letras digitadas pelo grande culpado do imperdoável sumiço. E não vou botar a culpa na falta de tempo ou nos problemas pessoais. Foi pura preguiça mesmo e não tem mais desculpas. É o mesmo motivo pelo qual nunca mais peguei no violão ou na guitarra para estudar música. Enfim, mas como sou brasileiro e não vou desistir tão fácil assim, a música e o cinema são duas paixões que vou levar até o meu último suspiro de vida. Por isso estou aqui novamente. E quem sabe não desapareça como das outras vezes? Quem viver verá. Mas como o assunto importante a ser tratado não é minha vida pessoal, vou abordar sobre um puta filme que assisti esses dias e que impulsionou este tão aguardado retorno.

Pacto de Sangue (1944) é ao meu ver o melhor filme de Billy Wilder. Melhor até que Crepúsculo dos Deuses, que era até então o meu favorito. É um filme bem hitchcockiano do diretor devido principalmente ao clima de suspense criado nessa magnífica história.

Walter Neff (Fred MacMurray) é um vendedor de seguros que se apaixona pela esposa de um de seus clientes (Barbara Stanwyck). Ao perceber a insatisfação no casamento e uma provável má intenção da moça, Walter propõe um golpe envolvendo assassinato com o intuito de fugir com a grana da vítima garantida por um seguro que ainda não foi assinado. A mulher á princípio aparentemente demosntra uma certa resistência, mas logo em seguida muda de idéia. Sabemos de tudo através do flashback, já que o filme começa com Walter ferido se encaminhando para a mesa de um escritório para registrar num gravador tudo que aconteceu até aquele instante.

A cena do golpe e do assassinato é carregada de suspense, e Wilder nos faz em certos momentos "torcer" para que os assassinos não sejam descobertos e nesse ponto lembrei que tive a mesma sensação assistindo Festin Diabólico de Alfred Hitchcock.

Além dos protagonistas, outro personagem fundamental da trama é o chefe de Walter (Edward G. Robinson) que tem um talento de detetive muito interessante e que não vou entregar aqui para não perder a graça. Graça essa que permeia a obra do início ao fim. Obrigatório para os amantes de um bom filme. Recomendo assistir num final de noite. Nota 10.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Top 20 2011



1 - A Árvore da Vida (The Tree of Life) de Terrence Malick
2 - Incêndios (Incendies) de Denis Villeneuve
3 - A Pele que Habito (La Piel que Habito) de Pedro Almodóvar
4 - Cisne Negro (Black Swan) de Darren Aronofsky
5 - O Mágico (L'Illusionniste) de Sylvain Chomet



6 - Além da Vida (Hereafter) de Clint Eastwood
7 - Um Lugar Qualquer (Somewhere) de Sofia Coppola
8 - Lixo Extraordinário de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley
9 - Meia Noite em Paris (Midnight in Paris) de Woody Allen
10 - Melancolia (Melancholia) de Lars von Trier



11 - Não me Abandone Jamais (Never Let Me Go) de Mark Romanek
12 - Tudo Pelo Poder (The Ides of March) de George Clooney
13 - Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids) de Paul Feig
14 - Namorados Para Sempre (Blue Valentine) de Derengok Cianfrance
15 - Rango de Gore Verbinski



16 - Em um Mundo Melhor (Haevnen) de Susanne Bier
17 - Incontrolável (Unstoppable) de Tony Scott
18 - Passe Livre (Hall Pass) de Peter Farrelly e Bobby Farrelly
19 - Sobrenatural (Insidious) de James Wan
20 - Amizade Colorida (Friends with Benefits) de Will Gluck