segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Cinderela (Cinderella)



Após uma leva de filmes onde os contos de fadas apresentam novas versões com personagens femininas fortes, eis que a Disney dá uma pisada no freio e refaz Cinderela (2015), que retorna com atores de carne e osso e uma roupagem mais parecida com as antigas princesas do estúdio. A escolha para conduzir essa empreitada foi mais que acertada: Kenneth Branagh. Acostumado a trabalhar em filmes onde a fotografia e a direção de arte costumam se destacar, Branagh mostrou estar à todo vapor. Seu trabalho nesse filme vai bem mais além.

A trama chupada da animação clássica de 1950, não apresenta muitas modificações. Vemos a relação da Cinderela (Lily James) com seus pais e posteriormente com a madrasta (Cate Blanchet). No início tudo é alegria na vida da menina. Após o falecimento de seus pais,sua vida vira de cabeça para baixo e ela passa a comer o pão que o diabo amassou. É tratada com desprezo pela madrasta e suas terríveis filhas. Até que um dia ela se depara com um rapaz e se apaixona loucamente por ele. Essa paixão poderá ser uma luz no fim do túnel para Cinderela conquistar aquela alegria de outrora.

Como foi dito anteriormente, a fotografia é muito bem cuidada. Alguns planos exageram em querer mostrar em muitos momentos, a grandiosidade dos palácios. Não precisava tanto. A cena em que a personagem de Cate Blanchet é mergulhada em sombras é uma excelente sacada para mostrar a malvadeza daquela personagem. O trabalho dos figurinos e cenários são fantásticos com destaque na cena do baile onde a cor azul do vestido da Cinderela se diferencia das demais.

Cate Blanchet é uma baita atriz. Sentimos raiva da sua personagem e ela convence com a dose certa de exagero que um filme de fantasia normalmente pede. Ela está tão bem que ofusca um pouco o trabalho de Lily James e das demais. Helena Bonham Carter caiu como uma luva interpretando uma estranha fada madrinha que também narra a história.

O roteiro nos faz acreditar no sofrimento de Cinderella, mas peca ao apresentar o príncipe e todos que o cercam. Seu personagem não teve uma boa construção e seu romance com a protagonista é chocho e sem muita emoção. O humor é sutil em diversos momentos.

A música para o filme é muito boa, porém usada com exageros para forçar a emoção no espectador. Muitas vezes não tem efeito.

O maior destaque do filme é o uso correto dos efeitos visuais. Estão ali para servir a história e não somente para impressionar. A melhor cena na minha opinião, envolve a Cinderela fugindo com seus amigos animais dentro da clássica carruagem. É um verdadeiro primor tanto nos efeitos quanto na montagem.

No final das contas, mesmo sendo uma Cinderela no estilo tradicional e com uma mensagem simples, o filme é capaz de agradar essa nova geração. Basta ter coragem e ser gentil. Nota 7.




Nenhum comentário:

Postar um comentário