segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Loucas pra Casar



Confesso que fui assistir com um pé atrás (com os dois pra falar a verdade) à Loucas pra Casar.(2014). Principalmente pelo fato de ser uma comédia com o apoio da Globo Filmes. Como foi um pedido da minha querida esposa Gisele que eu amo tanto, me aventurei nessa empreitada. No final das contas, me surpreendi positivamente com o filme. Não que seja a oitava maravilha do mundo, mas ela difere em alguns aspectos se compararmos com os lançamentos com a fórmula: Zorra Total + Novela da Globo + Divulgação = $$$$$$$.

Logo de cara presenciamos uma situação pra lá de surreal: três mulheres vestidas de noiva se encontram na beira de uma ponte com o mesmo intento: cometer suicídio após serem desiludidas pelo "príncipe encantado". A situação só tende a se agravar quando as três descobrem ser noivas da mesma pessoa. A partir desse trecho, o filme nos carrega para alguns anos antes, revelando a história dessas três mulheres. Uma delas (Ingrid Guimarães) é uma workaholic com um passado nada agradável nos relacionamentos e que pretende cuidar mais de si mesma sem se iludir com o romantismo.A outra (Suzana Pires), trabalha como dançarina de boate e vive uma vida totalmente fora dos padrões da sociedade. É completamente impulsiva e sem papas na língua. Já a  terceira (Tatá Werneck), é uma jovem religiosa que almeja manter a virgindade até o casamento e prefere transmitir a imagem de uma boa moça. No entanto, em alguns momentos parece que vai ultrapassar a linha dos bons costumes. O tal "príncipe encantado" (Márcio Garcia), é o garanhão que vai causar um verdadeiro caos na cabeça dessa mulherada.

O roteiro tem alguns diálogos terríveis, repletos de clichês e momentos covardes (os personagens transam quase sempre com roupas). No início, eu fiquei na dúvida sobre qual seria a proposta dos realizadores. Com o decorrer da trama, eu interpretei que a principal intenção é a de  mostrar o posicionamento de algumas mulheres em busca da perfeita felicidade dentro de um relacionamento e o quanto que essa perfeição não existe (como diz a personagem interpretada pela Fabiana Karla). Nos momentos finais, é que nos deparamos com a cereja do bolo do roteiro que faz a gente comprar toda a ideia estimulando uma reflexão.

A fotografia é correta e não tem muito o que destacar. Gostei do trabalho da direção de arte. Prestem atenção à uma rima visual envolvendo um espelho. Até a cor branca do vestido das noivas tem a sua importância pra trama, assim como as flores que cada uma segura tem a ver com suas diferentes personalidades.

A música Happy do Pharrell Williams até funciona nos momentos alegres da personagem principal. No entanto é usado em demasia.

Ingrid Guimarães se esforça e praticamente leva o filme nas costas. Achei a Tatá Werneck mal aproveitada e alguns momentos foram usados apenas pra aproveitar o humor típico da atriz que aqui muitas vezes não funciona. Suzana Pires está ok e Márcio Garcia...é sempre Márcio Garcia.

O diretor Roberto Santucci vem fazendo uma comédia atrás da outra e desconfio seriamente que esse é seu melhor trabalho. Nota 6.




Nenhum comentário:

Postar um comentário