segunda-feira, 13 de julho de 2015

Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey)



 Revendo agora o blu ray de Cinquenta Tons de Cinza (2015) - obra baseada no best-seller homônimo de E.L. James -, pude reforçar ainda mais a impressão que tive na primeira vez que assisti no cinema: um filme feito para agradar fãs com um roteiro focado na dificuldade dos protagonistas em manter um romance que pode machucar. Se você por acaso lembrar de Crepúsculo não é mera coincidência. A obra foi inspirada pela saga de Bella, Edward e Jacob.

O filme apresenta a jovem e insegura Anastasia Steele (Dakota Johnson), uma estudante de literatura que irá ajudar na conclusão de um trabalho de sua amiga adoecida. Esse trabalho consiste em entrevistar o milionário Christian Grey (Jamie Dornan), que por sua vez esbanja segurança e auto-estima. Ao chegar em seu luxuoso escritório, ocorre uma atração instantânea entre ambos e ali irá nascer uma paixão onde serão revelados alguns segredos ligados à vida sexual do Sr. Grey.

O roteiro (adaptado por Kelly Marcel) não vai muito além das indecisões de seus protagonistas com diálogos do tipo: "Você não pode ficar comigo...mas eu não consigo ficar longe de você..." num lenga lenga interminável que já foi visto antes em Crepúsculo. Algumas frases forçadas em alguns momentos apenas com o intuito de causar algum efeito e estimular gritinhos das mais escandalosas ocasionando uma artificialidade e falta de fluidez. O maior prejudicado pelo roteiro foi o personagem de Jamie Dornan. Seu Christian Grey não traz nenhuma empatia e fica difícil torcer ou acreditar naquele sujeito. A sua justificativa para agir de um jeito meio machista e controlador não é nada convincente.Sua relação com o sadomasoquismo também não é muito explorada. Dakota Johnson até se esforça com sua Anastasia e na minha opinião tira "leite de pedra".

Gostei do trabalho da direção de arte, dos figurinos e principalmente da fotografia. Algumas escolhas da diretora Sam Taylot Johnson foram acertadas como por exemplo: o plano em que Anastasia chega ao local da entrevista e observa o prédio do Sr. Grey lembrando um pênis ereto. Tem também a cena em que ela põe o lápis na boca com o nome do milionário. São cenas que remetem sexo sem ter sexo. Por falar no dito cujo, as cenas não são excitantes e o tão falado sadomasoquismo é bem careta.

Outro ponto positivo é o uso da cor. O azul representando o universo dela (observem a cor do fusca, algumas roupas e elementos de cena) e o vermelho representando o universo dele ( a corda, o quarto da dor e o carro que ele dá de presente). Algumas vezes eles invertem a cor como se estivessem se adequando um ao outro.

As músicas são bem utilizadas e tem uma versão nova da Beyonce de Crazy in Love que ficou até bacana.

Um filme com uma bela fotografia e um roteiro muito mal desenvolvido. Nota 4.




3 comentários:

  1. Como fã incondicional da trilogia, tenho que expor minha opinião!
    A adaptação do roteiro prejudicou a história toda, para querer colocar todas as partes importantes do livro, ela acabou por não explorar os personagens e seus dilemas ( ok ,sei que filme não é a mesma coisa que livro),mas colocar o Grey como um fdp total não concordo!
    Qt a Dakota Johnson que mulher sem sal ,péssima escolha!
    Transformar o livro nesse filme papai e mamãe , foi a pior coisa que aconteceu! Espero que melhore a segunda parte!

    By Gisele Alcântara

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  2. Eu acho que esse podia ser um daqueles filmes totalmente diferentes do livro. É uma história com potencial, mas o problema começa quando a coisa mais fraca já vem direto do material original: o livro.

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  3. Gi, obrigado pelo comentário meu amor. O Sr. Gray no filme chega próximo ao intragável.

    Olá Kahlil. Sim, um roteiro pode melhorar ou piorar o material fonte. Nesse caso eu não li o livro.

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