Quase duas semanas se passaram da estréia de Bastardos Inglórios (2009), e até hoje o filme não sai da minha cachola. Fui na última sessão do Cinemark Carioca. Saí do trabalho direto para o shopping encontrar com a Gi, minha esposa, em uma noite bastante chuvosa, o metrô abarrotado de gente, e eu feliz da vida por chegar o momento de assistir ao novo petardo de Quentin Tarantino. Tentei controlar a ansiedade, mas a expectativa era muito grande para isso. Afinal, Tarantino começou à escrever esse roteiro antes mesmo de Kill Bill. E posso dizer com todas as letras: è o melhor filme do diretor. Melhor até que Pulp Fiction (Que devo ter assistido no mínimo umas 10 vezes).
Depois de conversas com amigos e de ler sobre o filme na coluna de Arnaldo Jabor na última terça feira, decidi comentar sobre esse que é até então, o melhor filme do ano na minha opinião Em nenhum momento você consegue desgrudar os olhos da tela.
Impressionante como certos atores crescem, e o que mais se destaca é Christoph Waltz na pele do cínico Coronel Hans Landa. A interpretação é tão boa, que acaba ofuscando outros atores que também estão ótimos. Brad Pitt como o Tenente Aldo Raine está hilário com um bigodinho e um sotaque bem caipira. Outro destaque é Mélanie Laurent como Shosanna que é uma das mais importantes personagens no filme. Ela é uma judia francesa sobrevivente de um massacre, onde todos os seus familiares foram mortos. Tempos depois, ela consegue um disfarce como gerente de um cinema, onde arquiteta uma vingança contra os nazistas.
Paralelo á essa história, tem os tais bastardos do título, que tem como missão matar e escalpelar o máximo de nazistas possíveis. Esse grupo é comandado pelo personagem de Brad Pitt.
No final das contas, as duas histórias se cruzam. Mas não é só isso, o diretor além de brincar com os idiomas e sotaques, parece cutucar na ferida a forma como os filmes são concebidos. Tarantino não se preocupa em contar a História como ela exatamente aconteceu. Não existe cena de combate, e os judeus aparecem cometendo as maiores atrocidades, incentivados pela vingança. Os diálogos típicos do diretor estão presentes e são responsáveis pelos momentos de maior tensão. Em vários momentos pensei: "Isso é puro Tarantino". Assim como as cenas arrebatadoras, principalmente a do início na fazenda e a final no cinema.
As referências à outros filmes, principalmente os do diretor Sérgio Leone, a trilha de arrasar com Ennio Morricone, David Bowie,etc... e até mesmo o fetiche por pés, sublinham esse filmão, onde em cada momento parece que algo vai acontecer, e uma hora acontece mesmo.
Termino esse post, com uma das frases proferidas por um personagem no final do filme: "...esta pode ser minha obra prima." E eu concordo plenamente. Nota 10.