terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's)

Concordo com o crítico de cinema Marcelo Janot, ao comentar que o título em português Bonequinha de Luxo (1961) é bem mais adequado do que Café da manhã na Tiffany´s (tradução literal do título original Breakfast at Tiffany´s). O filme é baseado no livro homônimo de Truman Capote. Truman aliás não aprovou a escalação da atriz Audrey Hepburn para o pepel principal (O escritor tinha em mente Marilyn Monroe). Para Audrey com seu belo e delicado rosto, deve ter sido um dos maiores desafios de sua carreira, pois nunca havia interpretado uma personagem tão complexa. Mas na minha opinião ela se saiu super bem. Auxiliada pelo seu carisma, ela consegue alternar brilhantemente alguns momentos de extrema alegria e irreverência com outros de muita tristeza. A Holly Gollightly interpretada pela atriz, mesmo sendo uma prostituta de luxo, agradou em cheio até mesmo o público mais conservador da época. A direção ficou por conta de Blake Edwards, famoso por trabalhar em várias comédias incluindo aí os filmes da Pantera Cor de Rosa. Uma das marcas do diretor é mostrar cenas de festas onde ocorrem situações cômicas e bizarras e á claro que nessa obra essas cenas não poderiam ficar de fora.

Holly adora tomar café da manhã observando a fachada da joalheria Tiffany´s e acredita que a solução para os seus problemas, seria casar com um homem muito rico. Ela começa a mudar essa visão após conhecer seu novo vizinho Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor que é sustentado por sua amante mais velha e casada. É claro que com o decorrer da história, a relação entre os dois vai ficando cada vez mais intensa, e o fato de Paul ser muito parecido com o irmão de Holly que está no exército, intensifica ainda mais nesse envolvimento à ponto de chamá-lo pelo nome do irmão.

A personagem de Audrey apesar de toda sua futilidade, traz uma carga emocional muito forte,principalmente quando o filme caminha para o seu fim.

Não me incomodei nem um pouco com o personagem do estressado vizinho oriental interpretado por Mickey Rooney. Muitos críticos acharam desnecessária a sua participação na história.

Várias cenas chamam a atenção. E uma das minhas favoritas (e acredito ser a de muita gente), é a de Audrey na janela do apartamento tocando e cantando Moon River do fantástico Henry Mancini (vencedor do oscar de melhor trilha sonora e melhor canção). Derrepente Paul aparece na outra janela e um close é feito no belíssimo rosto da atriz. Um colírio para os olhos. Adoro também o dia em que os dois decidem sair pelas ruas para realizar coisas inéditas em suas vidas.

Destaco o personagem brasileiro interpretado pelo ator espanhol Jose Luis de Villalonga. Holly pretende se casar com o sujeito milionário e aprende um pouco de português (com o sotaque dos patrícios).

O filme pode parecer um pouco datado nos dias de hoje, no entanto, mantém ainda todo seu frescor apesar de todos esses anos. Graças à seu excelente desempenho, Audrey Hepburn se consolidou como uma das melhores atrizes da sua geração. Nota 9


7 comentários:

  1. Bem, "Bonequinha de Luxo" - não importa se o escritor Truman Capote idealizou Marilyn Monroe como Holly Golightly, seria uma outra coisa nem sei se melhor, diferente - é um filme de e para Audrey Hepburn. A trama foi obviamente mexida com habilidade (por George Axelrod, de "O Pecado Mora ao Lado") para que os fãs se surpreendessem com a "nova" Audrey - encarando o papel de uma prostituta e disfarçada traficante! - mas que o seu carisma e a sua delicadeza permanecessem intactos. E, naturalmente, que sua proverbial elegância dispusesse dos cuidados da alta costura de Givenchy. O resultado é uma proeza nesse sentido, assim ou assado Audrey nos encanta com seu estilo único. A Paramount, que comprou os direitos do livro, também não mediu esforços para que sua menina dos olhos pudesse estar muito bem acompanhada no projeto. Ao diretor Blake Edwards se recomendou equilíbrio e maior finesse no seu humor, convocou-se um craque como Henry Mancini para a música e um elenco de classe: o galã em ascensão George Peppard, a experiente e ótima Patricia Neal para a dama que o mantém, Mickey Rooney num agressivo e caricato japonês para as risadas. E, não obstante um certo incômodo por uma massiva propaganda da loja Tiffany's (de que o livro, a partir do título, não se furtava) e um personagem sentimentalóide vivido por Buddy Ebsen, é ainda hoje, com seus quase 50 de idade, um clássico do cinema romântico cor de rosa. Que não se exija mais que isso dele.

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  2. Olá Pedro,muito obrigado pela sua participação no blogger. Você lembrou bem do figurino elegante do Hubert de Givench (que vestiu Audrey em Sabrina), e também da adaptação de George Axelrod. No livro do Truman, o escritor era um homossexual e não era sustentado por nenhuma amante. Além da provável bissexualidade de Holly. Eu acho que seria muita ousadia para a época mostrar os personagens dessa forma no cinema.
    Estava lendo também que o Edwards entrou no projeto por sugestão da própia Audrey.Enfim, a atria estava com uma moral danada com a Paramount. Outra lembrança é a do personagem de Buddy Ebsen que revela todo o passado de Holly.
    Adoro aquela cena inicial na fachada da Tiffany´s. A loja teve que abrir pela primeira vem em um Domingo,por causa das filmagens, e Audrey mal conseguia se concentrar devida a extrema agitação do público do lado de fora.

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  3. Bom, o que posso falar desse filme ? Simplesmente a melhor comedia romantica de todos os tempos !!!! Ou talvez o filme que tenha inventado genero!! Cara, toda vez que estou puto da vida assisto esse filme...fico levinho..hehe...já assisti mais de mil vezes. Acho que ao lado de ´Cantando na chuva´ deve ser um dos filmes que transmitem mais felicidade para as pessoas, tudo na medida certa. Aconselho da Audrey tb `Como roubar 1 milhão de dolares´ e ´Cinderela em Paris´. Com certeza esse filme está no meu Top Ten.

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  4. É verdade Marcelão. Concordo contigo. Esses filmes funcionam como calmante. Pretendo comprar o dvd que tava vendendo bem barato nas americanas.
    Vc acredita que esse é o primeiro filme que assisto com a Audrey? Digamos que comecei com o pé direito. Grande abraço

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  5. Gosto muito, e que carisma da Audrey Hepburn!! Com certeza, a "versão" de capote era bem mais pesada (e duvido que tenha um final Hollywoodiano como este). No filme tudo é tão "suave" que nal percebemos que ela é uma prostituta, hehe...mas o que seria defeito deu um aspecto próprio e perfeito ao filme, inesquecível.

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  6. Eu sou fanático e apaixonado pela Audrey, já resenhei este filme no meu blog e outro dela, Infâmia - conhece? poucos viram, é sublime! É com Shirley Maclaine também!

    Eu adoro Bonequinha de luxo, é sensível e tudo é muito velado, sutil. O livro é mais contundente e verdadeiro, mas o filme é sim um clássico.

    Acho a Monroe uma pseudo atriz, ainda bem que não foi ela que fez.

    Abraço, belo blog, rs

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  7. Rick, ainda bem que não loemos o livro do Capote antes do filme. A decepção poderia ser enorme.
    Cristiano,ainda não assisti esse Infâmia. Na verdade, esse é o único filme da Audrey que eu tive a oportunidade de assistir. Mas já deu pra perceber o talento desse ícone do cinema. Já a Monroe tinha mais carisma e beleza do que talento na minha opinião.

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