segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Amor (Amour)















Domingo chuvoso com muita gente acompanhando os blocos de carnaval que inundam toda a cidade nessa época de folia. Era o meu dia de folga e aproveitei para dar uma escapadinha no cinema para assistir ao vencedor da Palma de Ouro em Cannes do ano passado. Me sentei em uma poltrona da primeira fileira e me senti igual aos personagens de Os Sonhadores do Bertolucci, recebendo a imagem antes do restante da platéia. Amor (2012) de Michael Haneke pode ser frio, lento e cru, mas me agradou imensamente e suas imagens não saem da minha cabeça. Logo no início, já me conquistou apresentando a imagem da platéia em um teatro. A impressão que fica, é que nós estamos sendo observados por essa platéia.

Há momentos sublimes envolvendo o casal Anne (Emmanuelle Riva) e Georges (Jean-Louis Trintignant) e outros mais difíceis envolvendo a doença de Anne e todo seu sofrimento. Haneke não força a barra para o drama fácil e nos apresenta a situação como ela realmente é.

Como já disse, a história foca na relação desse casal octogenário que demonstram muita força mediante todas as complicações que surgem com o avanço da doença de Anne e o esforço de Georges para cuidar da esposa que ama.. Não vou falar muita coisa para não estragar a apreciação dos leitores desse blog. Achei o desfecho bem a cara do cinema de Haneke.

Os atores estão muito bem. Tanto Emmanuelle Riva (que também atuou em Hiroshima mon amour) quanto Jean-Louis Trintignant merecem prêmios por toda a entrega. Outra que tem uma participação rápida mas importante é Isabelle Huppert interpretando Eva, a filha do casal.

Adoro os filmes com poucos cenários. Aqui a história se passa quase toda dentro do apartamento do casal.

Envelhecer não é fácil e Haneke simplesmente esfrega isso na nossa cara. É preciso muita força e... amor. Nota 9.

3 comentários:

  1. Envelhecer não é fácil mesmo, Brunão. Gostei do texto e do filme também. Vamos ver qual vai ser sua carreira no Oscar. Abração!

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  2. Celão, muito obrigado pelos elogios. Torço para que Amor ganhe não somente como melhor filme, mas como melhor atriz também. A velhinha arrebenta!

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  3. Diga ê, Bruno. Estive um tempo ausente. Mas, aos poucos então voltando. Que belo filme este, irmão. Vi com a minha esposa neste dias. Que pelicula forte, tensa, angustiante e desesperadora. Aperetivos fortíssimos que me fez lembra Bergman. No mais um abraço...

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