segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby)


Após diversas tentativas de assistir O bebê de Rosemary (1968) e motivado em uma conversa com o amigo Lafa, ontem não teve jeito. Era final de noite e o sono já estava chegando. Ainda assim, decidi colocar o dvd... e o sono foi embora.

Esse filme é um "divisor de águas" na história do cinema de terror. Não há sustos, gritaria e nem banhos de sangue. E o resultado é extremamente macabro e ambíguo.

Depois de casas mal-assombradas, monstros e vampiros, esse filme nos mostra um horror dentro de um domicílio familiar. No caso um prédio,onde a fachada é do Dakota (que ficou famoso após testemunhar em sua calçada o assassinato de John Lennon).

Roman Polanski queria dirigir um filme sobre esqui, mas desistiu após ler o livro de Ira Levin. Hoje esse grande diretor se encontra preso na Suíça, tentando terminar um novo filme. Ele é acusado de envolvimento sexual com uma adolescente de 13 anos.

Aqui ele realiza o seu melhor trabalho. Faz a vegetariana Mia Farrow comer carne crua, e atravessar uma rua movimentada sem olhar para os lados. Farrow que aliás está excelente como Rosemary, uma mulher que se mudou para um apartamento após seu casamento com Guy (John Cassavetes), um ator sem muito sucesso.

Após a descoberta da gravidez, uma sucessão de situações estranhas começam a surgir, envolvendo aí o própio marido, um médico e um casal de estranhos vizinhos interpretados por Sidney Blackmer e Ruth Gordon, que venceu merecidamente o oscar de atriz coadjuvante.

Rosemary acredita estar grávida do demônio e do envolvimento com magina negra de todos que a cercam.

Achei o filme sinistro e muito eficiente em sua pretensão. Todos os atores estão em sintonia e tudo funciona muito bem. O desfecho é perturbador.

Polanski, um ano após o término das filmagens, passou por momentos complicados em sua vida. Sua esposa grávida ( a atriz Sharon Tate) fora brutalmente assassinada por uma seita de fanáticos organizada por Charles Manson. Durante as filmagens, a atriz Mia Farrow recebeu os papéis de divórcio do até então marido Frak Sinatra. Enfim, fatos estranhos que alguns associam ao filme e que de certa forma acabam tornando-o mais popular.

No entanto, o filme funciona por si só e é uma obra muito bem acabada. Um dos melhores do gênero sem dúvida alguma. Nota 10


8 comentários:

  1. Putz, cara..esse filme é muito bom, também o achei muito sinistro mesmo pq eu sabia de alguns destes fatos bizarros q aconteceram ao redor do filme e do edifio dakota antes e depois da realização do filme, e esses fatos dão um clima maior além do que o próprio filme já tem. Mas confesso que preciso revê-lo pq ja tem um tempinho q vi, mas amei qndo vi. Ah! e recomendo assistir Helter Skelter, é um filme q conta um pouco das loucuras do charles manson e deste assissinato chocante q sua gangue de fanáticos cometeu. abração, Brunão

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  2. Fala Luizito. Não sabia que já tinha assistido. O filme é realmente surpreendente. Achei horripilante a cena final com o carrinho e a decisão da mãe. Mas, seria tudo aquilo real?... Ou apenas fruto da imaginação de Rosemary?...
    Helter Skelter já está na lista, e em breve terá um post. Valeu a dica.
    Abração,amigão.

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  3. Eu o preveni de que estaria deixando de lado um grande filme! EU O PREVENI, Brunão, hahaha.
    "O Bebê de Rosemary" é assustador justamente por suas ambigüidades. Polanski diz que quando começou a ler o livro de Ira Levin, "parecia uma comédia de Doris Day". Claro que ele logo pensou diferente. O pesadelo vivo por que passa Rosemary (Mia Farrow, de fato excelente, uma grande escolha), jovem fortemente marcada por sua formação católica, pode ser também visto pela ótica de uma gravidez histérica, mas o filme não nos sugere exatamente isso. Vai mais adiante, apostando no horror de sua experiência com possibilidades mais tétricas - a inesperada morte da jovem vizinha (Victoria Vetri), a súbita ascensão na carreira de seu marido (John Cassavetes) após o contato algo desagradável com o abelhudo casal do lado (Ruth Gordon, primorosa no papel, & Sidney Blackmer), o sabor estranho do mousse (mouse?) que lhe é oferecido e um clímax no meio do filme - a aflitiva e assombrosa imagem do demônio na sua relação nupcial, com a nudez de circunstantes em volta num círculo de missa negra. O filme prossegue sem perder o pique, com a lividez e o abatimento da heroína quando se descobre grávida e com amigas que, assustadas, parecem abandoná-la, além do falecimento de um velho camarada (Maurice Evans), que lhe deixa misterioso livro sobre práticas satânicas, de onde Rosemary recolhe o sinistro anagrama que forma a frase "All of them witches" (Todos eles bruxos). Sua paranóia passa, então, a se configurar como algo mais real do que meras impressões e que datavam desde as estranhezas iniciais quanto às histórias macabras contadas sobre o passado do imóvel e do prédio escolhidos - por uma coincidência, o mesmo "dark" Dakota em que moraram John Lennon & Yoko Ono, por ocasião do estúpido homicídio do astro muitos anos depois (1980). Um novo clímax aterrador se anuncia com as urgentes trocas de especialistas à hora do parto de Rosemary e seu subseqüente despertar em casa com o choro do bebê se confundindo à celebração das visitas já nada surprendentes. É o choque que a aguarda de um berço negro com um crucifixo no sentido contrário. O amor de mãe falará mais alto?
    "O Bebê de Rosemary" é uma incontestável obra-prima, perfeita em todo o seu desenrolar de angústias e temores, sem jamais apelar para truques baratos e sangrias desatadas explícitas tão comuns num filme de horror, aqui um modelo de dosagem com extrema sofisticação e impecável abordagem psicológica. Sobrou para Roman Polanski a ira de seitas satanistas em plena proliferação nos Estados Unidos na época, resultando certamente daí a desforra de fanáticos loucos sobre sua encantadora esposa grávida, a atriz Sharon Tate.

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  4. Belíssimo comentário Lafão. Você capturou em seu texto, a essência de toda a angústia de Rosemary. É...realmente você me preveniu. Tive várias oportunidades de assistí-lo, porém sempre batia um sono, ou aparecia alguma tarefa para cumprir. Mas foi bom, pois pude apreciar bem o filme em um momento bem propício.
    Interessante também como a palavra "giz", é bastante usada na história.
    Nunca mais vou comer mousse, sem lembrar desse filme... hehehehe

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  5. Realmente um dos melhores filmes de terror de todos os tempos!! Brunão vc sabe que eu adoro esse filme e sempre te disse para assisti - lo.
    Um autentico terror psicologico que ate hj surpreende; muitas pessoas q assistiram a um tempo atras ainda afirmam ter visto o bebe com chifres ou coisas assim...hehe... realmente um clássico. Sempre revejo qd estou entediado. Teu blog tá show!! Um abração mano

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  6. Marcelão, me lembro de você sempre falar bem desse filme e eu nem sabia dessa história dos chifres. Hehehehe... Confesso que me causou um forte impacto, principalmente aquele final horripilante com o berço preto e a cruz de ponta cabeça. O filme com certeza entra no meu top 10 de filmes de terror.
    Obrigado pela força no blogger. Apareça sempre que puder.

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  7. Esse filme é um clássico do horror justamente por seus belos atributos. Não à toa, ele influenciou os filmes "demoníacos" posteriores e o consagrado tema do anticristo. Curioso mesmo é q o filme fez sucesso apenas utilizando o + puro terror psicológico, em uma atmosfera aterrorizante graças à câmera perturbadora de um inspirado Polanski. Se o filme não impressiona hoje em dia, deve-se ao fato dele ter sido copiado a exaustão.
    Indicado p/ todos cinéfilos especialmente os q curtem terror de qualidade. Vejam, antes q algum maldito resolva fazer um remake cheio de efeitos digitais!

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  8. Com certeza Ricardo. Acho difícil por melhor que seja o remake,se igualar ao original. Me arrependi de não ter assistido esse filme antes.Mas foi um prazer sentar num sofá e assistir esse clássico pela primeira vez em um domingo no final da noite.

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