domingo, 1 de janeiro de 2017

Cantando na Chuva (Singin' in the Rain)


Meu amigo Celo Silva sempre comenta que em todo ano novo, gosta de assistir a Cantando na Chuva (1952), pois o filme funciona como um antidepressivo e deixa uma sensação gostosa dentro da gente. Diante dessa declaração que concordo plenamente e do falecimento recente de uma das principais atrizes do filme (Debbie Reynolds) decidi embarcar na experiência e prestar de certa forma a minha homenagem. E é chover no molhado dizer que comecei bem 2017.

O filme apresenta uma das cenas mais famosas, imitadas e satirizadas da história do cinema: Gene Kelly cantando e dançando na chuva. Mesmo quem nunca viu o filme, reconhece essa cena e quantas pessoas pelo mundo não devem ter pensado nela enquanto caminhava pelas ruas durante uma chuva!

Mas a obra é repleta de cenas tão fantásticas ou até melhores que essa. Isso sem falar no bom roteiro metalinguístico que aponta a trajetória de atores, diretores, produtores, músicos e trabalhadores da sétima arte enfrentando a transição do cinema mudo para o cinema sonoro. O filme também aborda a época em que o cinema era considerado por muitos, uma arte inferior em relação ao teatro. Além de toda a dificuldade de diversos artistas que funcionavam muito bem na época do cinema mudo, mas que perderam seus empregos durante essa mudança.

Na trama, temos a trajetória de Don Lockwood (Gene Kelly) que com seu talento na dança e muita batalha como dublê, consegue um lugar ao sol se tornando um famosíssimo ator. Além dele temos o músico (Donald O' Connor), a atriz que faz um falso par romântico fora das telas (Jean Hagen) e a talentosa mas desconhecida atriz (Debbie Reynolds) que é o verdadeiro amor de Don. Durante a projeção, Don irá confrontar diversos dilemas e situações que irão confluir para aquilo que ele mais procura: dignidade.

O filme tece uma crítica sobre as mentiras e lendas construídas em cima dos artistas e o sensacionalismo divulgados pelos veículos de imprensa preocupados apenas em $$$$ em detrimento de valores da profissão. Bem atual não acham?

As coreografias são um show á parte. Impressionante o trabalho de todos, mas principalmente de Gene Kelly e Donald O'Connor. Não pertencem a este planeta! Como um belíssimo bônus, temos ainda uma pequena participação da grande Cyd Charisse que está estonteante. Outra presença bacana é da atriz Rita Moreno, presente também em um outro musical bastante famoso: "Amor, Sublime Amor".

Todo o trabalho de direção de arte aqui é fantástico e transmitem com perfeição exatamente aquilo que a história pede.

Muitas das canções eram existentes antes do filme e serviram de inspiração para a realização do roteiro.

Como curiosidade, a famosa cena de Gene Kelly dançando e cantando na chuva foi feita com uma mistura de água e leite e o ator estava com febre.

Cantando na Chuva é um filme alegre que representa a resistência e a perseverança em manter a alegria e o sonho mesmo diante das dificuldades da vida. Filmaço! Nota 10.


6 comentários:

  1. AMO CANTANDO NA CHUVA. EU JÁ ASSISTI INÚMERAS VEZES. DEU VONTADE DE ASSISTIR DE NOVO! BOA DICA! ; )

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    1. Márcia minha amiga! Que bom te ver por aqui. Assista sempre que puder! Melhor musical de todos os tempos na minha opinião. Abraço.

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  2. Certamente que ADOREI !!! Creio ser esse musical delicioso e mágico (de fato, levanta o astral de qualquer um !) o filme que vi mais vezes e sempre com o mesmo prazer. Na época, pré-adolescente, descobri na figurinha delicada da atriz Debbie Reynolds (lamentável estar agora nos noticiários por um triste motivo, seu falecimento) algo como um protótipo da namoradinha que eu, então, sonhava ter. Mas o filme é de uma alegria contagiante, de um senso de humor irônico e até maldoso, com números e canções tão brilhantes que os levamos conosco para sempre. Na verdade, é tudo isso o que o torna um clássico eterno.

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    1. Bacana saber essa sua história com o filme e com a Debbie Reynolds amigo Lafão! A Debbie é realmente apaixonante no filme.

      Muito obrigado pela sua participação aqui amigo. Abraçãaaaao...

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  3. EM TEMPO: O trailer em anexo sintetiza bastante bem o espírito do filme, seu incrível charme no entusiasmo que cada membro da equipe demonstra sua satisfação em fazê-lo. E nem se precisa dizer do quanto é maravilhoso o solo de Gene Kelly na canção-título !

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