quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

De Ilusão Também se Vive (Miracle on 34th Street)



Esse ano tive pela primeira vez, a experiência de vestir o roupão de Papai Noel. Todo desconforto causado pelo imenso calor que fazia, foi compensado pelos olhares de encanto e admiração daquelas crianças que realmente acreditavam que estavam diante do bom velhinho. Eu não poderia desapontá-las. Respondi á diversas questões sobre onde eu morava,onde estariam as renas, se eu iria visitá-las na véspera de Natal, etc... Um dia antes, fiz uma pesquisa na internet sobre Papai Noel com o intuito de incorporar ainda mais o personagem e não fazer feio diante da molecada.
Mesmo depois de todos esses anos, a perda da inocência,de entender que tudo não passa de desculpas para alimentar um capitalismo sujo e selvagem e de tocar com a minha banda o clássico punk Papai Noel velho batuta dos Garotos Podres, eu me emocionei e lembrei da minha infância na época em que eu também acreditava nessas histórias. É como se a magia tivesse voltado naquele momento. Lembro-me que não fiquei tão arrasado quando descobri que tudo não passava de uma farsa. Mas como lidar essa situação com os nossos filhos e filhas? Tem um post muito interessante da minha amiga blogueira, mãe e roqueira, Joicy em seu maravilhoso blog Umas e Outras em que ela relata suas experiências natalinas com o seu filho. Muito bacana.

Todos esses acontecimentos motivaram ainda mais na apreciação do filme De Ilusão Também se Vive (1947), que é recomendadíssimo para assistir nessa época de fim de ano e que ainda mantém todo o seu frescor mesmo depois desses anos todos. Só não é melhor do que A Felicidade não se Compra do Frank Capra que na minha opinião continua sendo o grande clássico para se assistir no Natal e também Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho que eu sempre assistia na minha infância quando passava na TV.

Na história, um senhor barbudo chamado Kris Kringle (Edmund Gwenn) se apresenta como o verdadeiro Papai Noel e é contratado para trabalhar na Macy´s, uma famosa loja de brinquedos em Nova York e que promove eventos em época de Natal. Lá também trabalha Doris Walker (Maureen O'Hara) uma determinada funcionária que também contribuiu para a contratação de Kris. Ela é mãe de Susan Walker (Natalie Wood), uma menina que não acredita em Papai Noel. Com o passar do tempo, mesmo com o estrondoso sucesso do novo Papai Noel na loja, muios desconfiam que Kris é louco e a história vai acabar num tribunal onde Kris é auxiliado por Fred Gailey (John Payne) um advogado que é apaixonado por Doris. A principal missão de Kris na trama, é trazer de volta para a menina Susan a magia do Natal.

O elenco está afiadíssimo, onde encontramos uma Natalie Wood no início da sua carreira e Edmund Gwenn no papel do suposto Papai Noel que lhe garantiu um Oscar como ator coadjuvante. Todos muito bem conduzidos pelo diretor George Seaton que realizou uma obra encantadora e emocionante. Para assistir comendo uma deliciosa rabanada.

Esse deve ser o último post antes do top 20 de 2011, onde eu seleciono os 20 melhores filmes lançados no cinema aqui do Rio de Janeiro no ano que passou. Á todos um ano novo de muita paz, saúde e alegria. Ah... a nota do filme. Nota 8.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Depois de Horas (After Hours)



Sabe quando você é seduzido por um filme antes dos 15 minutos de exibição? Pois é digníssimos leitores desse modesto blog, isso aconteceu comigo durante a apreciação de Depois de Horas (1985) do Martin Scorsese e que tem a cara dos anos 80. Sei que a obra possui algumas imperfeições, mas mesmo assim considero hoje um dos melhores desse magnífico diretor. Recomendo assistir durante a madrugada, pois é justamente nesse horário que a trama se desenrola.

A história nos apresenta Paul Hackett (Griffin Dunne), um rapaz solitário e desanimado com o emprego que tem. Após uma noite de tédio e sem conseguir dormir, já lá pelas tantas, decide parar numa lanchonete para beber um café e ler um livro (Trópico de Câncer de Henry Miller). Lá ele conhece Marcy (Rosana Arquete), que puxa uma conversa dizendo que já tinha lido o tal livro. Em seguida ambos combinam de se encontrar num apartamento de uma amiga da Marcy. A partir daí meus amigos e minhas amigas, as situações mais improváveis e absurdas acontecem com o pobre rapaz que no final das contas, o que ele mais deseja no mundo, é justamente retornar para sua casa. Como mesmo diz a minha mãe: "Nada como a nossa casa."

Um dos grandes trunfos do filme ao meu ver, é mesclar suspense,drama e comédia na dose certa. Há momentos de pura tensão com outros extremamente hilários.

Scorsese (que tem o seu momento Hitchcock quando faz uma ponta em uma festa punk) apresenta mais uma vez a sua querida Nova York durante a madrugada e com seus diversos personagens preenchendo as paisagens. Seu trabalho de direção e de toda a sua equipe contribuí e muito para deixar o espectador cada vez mais sintonizado na trama. Desde o roteiro ágil de Joseph Minion, passando pela bela fotografia de Michael Ballhaus e indo até a edição de Thelma Schoonmaker, todos estão de parabéns. Isso sem citar a trilha de Howard Shore que sublinha as cenas de forma estupenda.

Um filme que injustamente não tem o mesmo reconhecimento de outras obras do diretor como os Bons Companheiros, Taxi Driver e Touto Indomável só para citar alguns.

Como diz o meu amigo Marcelo (Um ano em 365 filmes): "Esse é clássico!" Concordo plenamente Celo. Nota 10.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Monstros (Freaks)



Em um final de noite após uma tentativa fracassada de dormir cedo, decidi encarar um filme que me fez perder totalmente a vontade de cair no sono. E nada mais é que o polêmico e maldito Monstros (1932) do diretor Tod Browning.

Após o sucesso de algumas obras de terror da Universal, Irving Thalberg (patrão da MGM) queria produzir um filme mais horrendo do que os realizados anteriormente. Caiu nas mãos de Browning a responsabilidade de dirigir Monstros. E caiu nas mãos certas, pois o diretor realizou aqui o seu melhor trabalho. No entanto é uma obra extremamente ousada para a época e que depois de pronta foi proibida em alguns países como o Reino Unido por exemplo onde ficou 30 anos sem ser exibido. Nos Estados Unidos, o filme também não foi bem aceito.

Mas o motivo de tanta polêmica estava relacionado com os atores que realmente apresentavam deficiências físicas. O elenco é composto por anões, gêmeas siamesas, um homem sem os membros que se arrastava feito minhoca, um outro que se locomovia usando apenas os braços, uma mulher que não tinha braços e se alimentava usando os própios pés, indivíduos com a cabeça deformada e alguns outros. Seus personagens eram apresentados como aberrações de um famoso circo e causavam reações de espanto e repugnância do público.

Na trama, o anão Hans (Harry Earles) se apaixona perdidamente pela trapezista Cleopatra (Olga Baclanova) que por sua vez não dá a mínima para o pequenino homem. No entanto, ao saber que ele herdou uma baita fortuna, planeja dar o golpe do baú e decide se casar com Hans. Após o casório, tenta envenenar seu marido para em seguida botar a mão na grana e fugir com seu amante Hercules (Henry Victor) que também trabalha no circo. Só que todos descobrem seu plano perverso e decidem se vingar da moça e de seu amante.

O filme tem várias cenas memoráveis e a minha predileta é a do casamento em que todos gritam: "We accept you, one of us!" onde eles dizem que a trapezista agora também faz parte do grupo. Essa cena também é mostrada no excelente filme Os Sonhadores de Bernardo Bertolucci.

Outro aspecto interessante é a boa apresentação da história em pouco mais de 60 minutos.

Fico imaginando essa obra sendo realizada nos dias atuais onde vemos um vampiro disputando com um lobisomen o posto de bonitinho da vez e filmes de terror com litros de sangue sendo jorrados na tela. Nada deve ter causado tanto estardalhaço quanto esse filme realizado ainda nos primórdios do cinema falado.

Uma obra influente e impactante até nos dias de hoje e que aponta quem são os verdadeiros monstros. Nota 9.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia



Lembro-me perfeitamente quando esse filme passou na TV ainda nos anos 80, da minha mãe falando que conheceu o Lúcio Flávio ainda na adolescência e que certo dia ele se virou para as pessoas mais próximas dizendo que ia sumir sem dar maiores explicações. Todos estranharam tal comportamento porém ninguém imaginou que futuramente aquele menino de olhos claros estaria presente inúmeras vezes nos noticiários policiais apontado como um dos maiores criminosos do país naquela época.


Recentemente tive a oportunidade de assistir Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977) gravado do Canal Brasil e gostei muito do filme que é dirigido pelo grande Hector Babenco. Esse é apenas o segundo filme do Babenco que vejo. O primeiro foi Carandiru.


A obra mostra os vários assaltos a banco perpetrados pela gangue de Lúcio Flávio (Reginaldo Faria) e o envolvimento de policiais corruptos nessas ações. Nessa época ficou conhecido um grupo chamado Esquadrão da Morte, que trabalhava á margem da lei e que foi desmascarado pelo própio Lúcio um pouco antes da sua morte. No filme, os nomes dos policiais são fictícios.


Com uma direção firme e um roteiro baseado no livro homônimo de José Louzeiro, o filme conta com atuações impecáveis de Reginaldo Faria, Milton Gonçalvez, Ivan Cândido e Ivan de Almeida além de partcipações pra lá de especiais de Grande Otelo, Stepan Nercessian, Paulo César Pereio, Lady Francisco e Ana Maria Magalhães.


Um belo exemplar do nosso cinema que denuncia a sujeira nas instituições desde tempos longínquos. Nota 8.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Circo (The Circus)



Eis mais uma obra encantadora que eu tive o previlégio de rever hoje. O Circo (1928) mantém toda a sua graça e confirma toda a genilidade de Charles Chaplin que além de diretor, é produtor,roteirista,ator e compositor.


A primeira vez que assisti essa obra foi quando aluguei em VHS na saudosa locadora Sétima Arte de Bonsucesso onde conheci o meu amigo Marcelo (olha ele aí de novo) do blog um ano em 365 filmes que trabalhou um tempo por lá. E mesmo depois de tanto tempo a maravilhosa sensação de assistir essa obra permanece intacta.


Mesmo não sendo tão aclamado quanto outros filmes do diretor, O Circo está entre os meus favoritos. Como não se encantar com cenas do personagem vagabundo (Charles Chaplin) fugindo da mula? Ou aquela em que ele se atrapalha todo tentndo ajudar o mágico? Tem a cena da corda bamba e a interação com os macacos... enfim são muitas imagens marcantes.


Mas claro que o filme não é só comédia. Como toda obra de Chaplin, a história também tem uma carga emocional muito forte, e isso é bem representado na forma como os funcionários do circo são tratados e na relação do vagabundo com uma funcionária (Merna Kennedy) que é filha do dono do circo.


Na trama, o vagabundo é perseguido pela polícia após ser confundido com um assaltante de carteiras (Steve Murphy) e acaba por entrar em pleno espetáculo de um circo onde vira a grande atração. É imediatamente contratado para trabalhar no local e lá se apaixona pela filha do autoritário dono (Al Ernest Garcia). Daí pra frente dá-lhe confusão e trapalhadas.


É impressionante como Chaplin consegue ir do riso ás lágrimas com uma equalização perfeita e sem perder o ritmo da trama. Seus filmes tem alegrias e tristezas, assim como a vida de todos nós.


Uma das grandes obras desse fantástico realizador. Nota 10.






quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Pele que Habito (La Piel que Habito)



Olá ilustres frequentadores desse humilde blog. Estou aqui novamente para informá-los que o B-Cine voltou após um longo período de sono e está mais vivo que nunca. Gostaria antes de mais nada, agradecer á vocês queridos leitores e especialmente ao meu amigo Marcelo do blog um ano em 365 filmes que foi um grande incentivador para que esse espaço permanecesse vivo. Esse post é dedicado á ele.

Inclusive foi lendo a crítica do Marcelo em seu blog que me empolguei em pegar o trem e o metrô para o Estação Sesc Laura Alvim em Ipanema para assistir esse novo petardo de Pedro Almodovar.

A Pele que Habito (2011) é na minha opinião, o melhor Almodovar desde Fale com Ela (meu favorito) e discordo de algumas críticas que falam da frieza do filme ou que o diretor modificou demais o seu estilo. A cena final desmorona tudo isso que foi dito e achei tudo puro Almodovar.

Antonio Banderas interpreta o cirurgião plástico Roberto Ledgard que mantém uma paciente (Elena Anaya) enclausurada em sua casa e que serve como cobaia para a formulação de uma nova pele mais resistente. Não dá para entregar mais a história para não estragar as surpresas que estão por vir. Através de um flashback, a trama misteriosa vai aos poucos desvendando seus personagens e respondendo as perguntas do espectador.

Outra atriz que está muito bem é Marisa Paredes,sempre presente nos filmes do diretor e que aqui interpreta uma misteriosa funcionária do cirurgião.

Antonio Banderas voltou a trabalhar com o diretor depois de 21 anos e seu personagem parece ter inspirado a edição de José Salcedo com cortes precisos de dar gosto.

Uma obra densa e arrebatadora. Com certeza é forte candidata ao top 20 do final de ano. Nota 9.

domingo, 26 de junho de 2011

Cisne Negro (Black Swan)



Já estamos em Junho e até o momento, não fui ao cinema assistir um lançamento sequer. A falta de tempo e dinheiro contribuíram para a minha ausência. Somente agora é que estou conseguindo assistir alguns filmes lançados esse ano que já chegaram às locadoras.

Com Cisne Negro (2010) dando sopa na prateleira, peguei para assistir essa maravilha dirigida pelo talentoso Darren Aronofsky. Ele que parece sempre levar os seus personagens ao extremo. Aqui não é diferente.

O foco é na personagem Nina (Natalie Portman), uma ótima e dedicada bailarina que se torna a favorita para encenar o papel principal (Cisne Branco e Negro) da peça O Lago dos Cisnes. O coreógrafo (Vincent Cassel) responsável pelo espetaculo acha que Nina é pefeita na composição do Cisne Branco, mas não tem a sensualidade e a malícia necessária para interpretar com pefeição o Cisne Negro, e com isso, ela corre o risco de perder a sua tão sonhada oportunidade. Essa busca pela perfeição da personagem acaba se tornando um tormento para Nina. Soma-se à isso toda a pressão do coreógrafo, problemas na relação com a mãe supeprotetora (Barbara Hershey)e a chegada de uma nova bailarina (Mila Kunis) que possuí todo talento para interpretar o Cisne Negro. Daí para frente meus amigos, é uma viagem aterradora na mente de Nina onde realidade e pesadelo se misturam. Assim como acontece com outros filmes do Aronofsky, é impossível sair indiferente após o seu desfecho.

Eu ficaria o dia inteiro para citar as inúmeras qualidades dessa magnífica obra. Natalie Portman mereceu todos os prêmios que ganhou. Ela foi tão fundo na composição da sua personagem que acabou tendo um relacionamento com seu verdadeiro coreógrafo durante os ensaios. Mila Kunis que interpreta a sua rival está belíssima em todos os sentidos. Ambas entregam uma cena para lá de excitante no meio do filme. Outra que arrebenta é a veterana atriz Barbara Hershey. Temos também uma rápida participação de Winona Ryder.

A fotografia de Matthew Libatique e a música de Clint Mansell são outro destaques que não passam despercebidos e ajudam a compor o clima pertubador do filme.

Adorei também as cenas com os espelhos que são colírios para os olhos.

Não fiquei tão desnorteado como no final de Requiem para um Sonho, mas é impossível sair imune à dor de Nina.

Uma obra inesquecível e um forte candidato para entrar na lista de melhores do ano. Nota 9

domingo, 19 de junho de 2011

A Malvada (All About Eve)



Olá queridos visitantes do blog e apreciadores de um bom filme. Hoje vou comentar sobre um daqueles clássicos imperdíveis que tive o privilégio de assistir no conforto do meu sofá. A Malvada (1950) é de fato um grande filme e mereceu os diversos prêmios que recebeu, incluindo aí o oscar de melhor filme. E olha que na disputa tinha a obra prima Crepúsculo dos Deuses que continua sendo meu preferido.
Mas falando em A Malvada, é impressionante como o filme cresce em minha mente mesmo já se passando mais de uma semana que assisti. Tudo parece se encaixar perfeitamente na obra dirigida por Joseph L. Mankiewicz, onde ele descortina os bastidores do teatro e todas as suas mazelas.

A trama nos apresenta a atriz Eve Harrington (Anne Baxter)recebendo um prêmio. Através de flashback conhecemos melhor a trajetória de Eve, que se apresentou como fã da experiente atriz de teatro Margo Channing (Bette Davis) e que posteriormente acabou se tornando sua secretária. Com o decorrer da história, presenciamos toda a sujeira que uma pessoa é capaz de fazer para ascender na carreira. Outros personagens também são importantíssimos como do produtor Addison De Witt (George Sanders), do escritor Lloyd Richards (Hugh Marlowe) e da sua esposa Karen Richards (Celeste Holm).

Os atores dão um show à parte. O que dizer da atuação de Bette Davis? Repetir que é uma das melhores atrizes de todos os tempos é pouco para exprimir o que ela faz no filme. Simplesmente fenomenal. Anne Bexter é outra que dá um show. Só vendo para crer E não podemos esquecer George Sanders com seu importante personagem. De bônus, ainda temos Marilyn Monroe no início da carreira em uma pequena participação. Linda como sempre, dizem que a atriz despertou ciúmes na esposa de Sanders (a também atriz Zsa Zsa Gabor) que invadiu o set de filmagens. Destaco também a ótima presença da atriz Thelma Ritter (que trabalhou com Alfred Hitchcock em Janela Indiscreta).

Engraçado como em algumas capas do DVD, dá a impressão que a malvada do títlo é a personagem da Bette Davis, ainda mais se levarmos em conta que a atriz ficou famosa por interpretar várias vilãs no cinema.

O filme influenciou diversos outros e até mesmo algumas novelas brasileiras como Celebridade por exemplo.

Tem o mesmo número de indicações ao Oscar de Titanic: 14 no total. Venceu em 6.
Confesso que inicialmente a nota para o filme seria 8. Porém nos últimos dias a obra tem evoluído tanto nas lembranças das imagens e de alguns diálogos que me fez repensar na avaliação. Vendo por esse lado, foi até bom ter demorado um pouco para realizar a postagem.

Não poderia deixar de citar a extraordinária cena final do filme que fecha com chave de ouro esse clássico do cinema. Ah, a nota é claro... Nota 9.

domingo, 5 de junho de 2011

O Vencedor (The Fighter)



Apesar de não ser um fã de boxe, gosto muito dos filmes onde esse esporte aparece como pano de fundo. Touro Indomável, Menina de Ouro e Rocky - Um Lutador são alguns exemplos e esse O Vencedor (2010) é mais um para engrossar a lista. Achei apenas que faltou um pouco mais de emoção na obra, mas por outro lado me identifiquei bastante com o personagem Micky (Mark Wahlberg) onde o que ele mais deseja é que as pessoas ao seu redor convivam em paz umas com as outras.

O filme conta a história verídica do já citado Micky e de seu irmão mais velho Dicky (Christian Bale), um ex-lutador que se encontra afundado nas drogas e que também é seu treinador. Quem controla os negócios da família com unhas e dentes é a mãe (Melissa Leo) que tem ainda mais sete filhas. Micky sempre se sentiu na sombra de seu irmão e com isso, sua carreira anda meio estagnada. Até conhecer Charlene (Amy Adams), uma atendente de bar que se torna sua namorada. Ela o incentiva a trocar de treinador e empresário para tentar alavancar sua carreira no boxe.

A grande força do filme sem dúvidas está na interpretação dos atores. Mark Wahlberg não é visto como um dos grandes, mas aqui ele se encontra na medida. Me tornei um grande fã de Amy Adams no filme Encantada que além de bonita é uma atriz maravilhosa e aqui mais uma vez ela brilha na pele de uma mulher forte. Mas quem merece aplausos é mesmo Melissa Leo e Christian Bale. Não é à toa que eles faturaram o Globo de Ouro e o Oscar desse ano como ator e atriz coadjuvante. Bale (assim como fez em O Operário) emagreceu vários quilos para compor seu personagem viciado em crack e entrega mais uma bela atuação. Aliás falando em emagrecer, esse ainda é um dos meus objetivos para esse ano, mesmo já estando no mês de Junho. Enfim...antes tarde do que nunca.

Voltando ao filme, a competente direção é de David O. Russell, conhecido por trabalhos mais independentes.

A trilha sonora também é bacana. Adorei ouvir Saints da banda The Breeders e Good Times Bad Times do Led Zeppelin. Outro momento marcante é quando toca I Started a Joke dos Bee Gees envolvendo dois personagens.

No final, os verdadeiros Micky e Dicky dão o ar da graça. Nota 8.

domingo, 22 de maio de 2011

Procura-se Susan Desesperadamente (Desperately Seeking Susan)



Procura-se Susan Desesperadamente (1985) é um típico clássico da Sessão da Tarde que ainda era inédito para mim. Tinha visto alguns trechos do filme na época, e só conseguia me lembrar do visual da Madonna e da música Into the Groove que faz parte da trilha sonora. Essa inclusive é uma das minhas canções favoritas da cantora/atriz e fiquei muito feliz em ouví-la num show que a material girl fez aqui no Rio de Jeneiro em 2008 no Maracanã.

Mas voltando ao filme, a história nos apresenta Roberta (Rosanna Arquette), uma dona de casa entediada com seu casamento que fica intrigada com um anúncio nos classificados do jornal de um rapaz à procura de sua namorada com o nome Susan (Madonna). Ela fica tão curiosa em conhecer o casal, que decide ir ao ponto de encontro dos dois e logo de cara, se identifica com o jeitão extrovertido da moça (que na verdade é uma golpista). A partir daí, uma série de confusões envolvendo uma jaqueta (com aquele símbolo encontrado na nota de 1 dólar), um objeto valioso e a identidade de Roberta, se tornam a mola propulsora da história.

O filme conta com a presença de Aidan Quinn interpretando o amigo do namorado de Susan e de John Turturro em rápida aparição.

A direção ficou por conta de Susan Seidelman que realizou também alguns episódios de Sex & the City.

Uma obra bacana e que representa muito bem o que foi a década de 80, seja através das músicas ou dos looks extravagantes dos seus personagens. Nada além disso. Nota 07

domingo, 8 de maio de 2011

12 Homens e uma Sentença (12 Angry Men)



Quanto vale a vida de uma pessoa? Somos realmente capazes de julgar corretamente o nosso próximo? Essas e outras questões surgiram após assistir 12 Homens e uma Sentença (1957), filme de estréia do diretor Sidney Lumet que faleceu recentemente.

É impressionante como Lumet utiliza um pequeno espaço (a sala de um júri) para contar em pouco mais de 90 minutos, uma história aparentemente simples, mas que nos leva muito além.

Os 12 homens do título precisam decidir através de votação, se um jovem (acusado de assassinar seu própio pai e podendo ser levado à pena de morte), é culpado ou inocente. Após ouvirem os relatos das testemunhas e advogados, todos os jurados aparentam estar certos da decisão . Quer dizer, quase todos. Apenas o jurado número 8 (Henry Fonda), rema contra a maré e traz à tona, a possibilidade do rapaz ser inocente, apresentando argumentos convincentes e apontando algumas contradições nos relatos das testemunhas. A partir daí, a história nos carrega para dentro da mente desses personagens, nos mostrando as personalidades e diferenças de cada um. Vários diálogos são travados tornando o clima cada vez mais tenso. Isso sem falar no ventilador daquela sala que não funciona deixando o local ainda mais quente.

Gostei de todos no elenco que além de Henry Fonda também tem Martin Balsam (O detetive Arbogast de Psicose), Lee J. Cobb e Robert Webber.

Destaque gigantesco para o roteiro de Reginald Rose e a belíssima fotografia de Boris Kaufman que também trabalhou em Sindicato de Ladrôes.

Um filme recomendadíssimo. Principalmente para aqueles orgulhosos que se julgam os donos da razão. Nota 10

sábado, 23 de abril de 2011

Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill)



Há uma frase famosa do Andy Warhol onde ele diz que no futuro todos terão 15 minutos de fama. Estas célebres palavras do artista caem como uma luva nos dias atuais, principalmente se levarmos em consideração, a crescente utilização da internet para divulgação de qualquer coisa que seja (esse blog por exemplo) ou na busca pela fama repentina nos Big Brothers da vida. Acho bacana o reconhecimento das pessoas por um trabalho realizado com grande amor e dedicação. No entanto, a fama pode trazer consigo alguns percalços difíceis de se lidar e essa situação é muito bem mostrada em Um Lugar Chamado Notting Hill (1999), um filme delicioso recomendado pela minha esposa Gisele, que achava um absurdo eu nunca ter assistido. A foto acima é uma das cenas favoritas dela. Obrigado pela dica amor.

A trama se desenrola em um bairro de Londres (Notting Hill do título) e nos apresenta William Thacker (Hugh Grant) um divorciado dono de uma livraria especializada em livros de viagens. Certo dia, ele recebe em sua loja a visita da famosa atriz americana Anna Scott (Julia Roberts) que à princípio, o deixa inibido. Mas logo em seguida ele consegue abordar a moça como uma cliente qualquer. O destino irá novamente cruzar o caminho do dois, e a partir daí, presenciamos uma improvável paixão mútua desses indivíduos de mundos tão opostos.

O clima de leveza reina absoluto em vários momentos e até os clichês típicos das comédias românticas não irritam nem um pouco. Talvez pelo fato do roteiro ser de Richard Curtis, o mesmo responsável por Quatro Casamentos e um Funeral, Bridget Jones: No Limite da Razão e Simplesmente Amor (onde também dirigiu). Aqui, a direção fica por conta de Roger Mitchell que conduziu o seu filme maravilhosamente bem.

Parece que a história foi baseada na relação de Julia Roberts com a imprensa, mas ninguém nunca confirmou essa informação. Sem falar no caso de Divine Brown em que Grant esteve envolvido. Tendo em vista a crítica do filme à imprena sensacionalista, a escolha dos atores foi mais que certeira.

Outro destaque é o ator Rhys Ifans que interpreta Spike, um inquilino de Thacker reponsável por várias cenas cômicas. Seu personagem lembra muito um junkie de carteirinha. Alec Baldwin também marca presença em uma pequena participação.

Uma cena que me chamou bastante atenção, foi a caminhada sem interrupção de Thacker onde é mostrada a passagem do tempo através das mudanças de estação e das pessoas ao seu redor. Belíssima.

Um filme lindo, engraçado e dramático algumas vezes. E que faz você torcer pelos personagens.

Tente não cantarolar She ao final do filme.

Surrealista... mas encantador. Nota 10.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Assim Caminha a Humanidade (Giant)


Outro dia, levei um baita tombo a caminho do trabalho, que me deixou "de molho" alguns dias e com o pé direito imobilizado devido a uma torção. Nessa situação em casa e com a notícia do falecimento de Elisabeth Taylor, decidi homenagear a atriz assistindo um dos filmes mais marcantes da sua carreira: Assim Caminha a Humanidade (1956). E é claro que eu precisaria de todo um tempo disponível para apreciar um filme com mais de 3 horas de duração. Não que a duração seja um problema, ainda mais se tratando de um clássico como esse. É que ultimamente tenho encontrado dificuldades para assistir um longa de 8o minutos. Agora imagina encarar um com mais de 200 minutos? E tem mais, não curto ver o filme aos pedaços, pois isso acaba me tirando um pouco da história. E até o retorno, fico com aquela sensação de ter perdido algo bacana. Mas enfim, voltemos ao filme que é o mais importante.
O diretor George Stevens consegiu extrair bem a essência do livro de Edna Ferber para compor em deslumbrantes imagens a saga de três gerações de uma família cujo mentor, é um milionário rancheiro (interpretado de maneira inspirada por Rock Hudson).
Além da já citada Liz Taylor (com uma performance na medida interpretando Leslie, a esposa do rancheiro) temos também o brilhante James Dean em seu último trabalho. Dean nem chegou a ver o filme pronto, pois morreu logo ápós as filmagens em um acidente automobilístico. Foi a deixa para transformar o jovem ator em um dos maiores ícones do cinema.
A história começa leve mostrando a relação da família milionária com as pessoas ao redor, incluindo os seus empregados. Com o passar do tempo, essa estrutura familiar fica cada vez mais abalada, após testemunharmos intolerância, machismo, racismo e posteriormente a ganância desenfreada em primeiro plano que vai acirrar a rivalidade entre os personagens de Hudson e Dean.
Dennis Hopper marca presença interpretando um dos filhos do milionário. O filme ainda conta com a participação dos atores Carroll Baker, Sal Mineo e Rod Taylor, só para citar alguns.
Além das atuações extraordinárias do elenco, outro destaque importante é a primorosa fotografia de William C. Mellor que parecem pinturas.
Na minha opinião, algumas cenas serviram apenas para "encher linguiça" podendo o filme ser um pouco menor.
Uma das cenas mais memoráveis, é a de James Dean tomando um banho de petroleo e correndo todo sujo para contar a novidade ao seu patrão.
Um clássico típico do cinema americano que mostra a obsessão de algumas pessoas pela riqueza, aqui representada pelas terras e pelo petróleo. Nota 8.

domingo, 20 de março de 2011

Coffy



Dia desses, cheguei em casa do trabalho e rapidamente liguei no canal TCM para assistir Coffy (1973), um clássico blaxpoitation setentista e difícil de encontrar por aí dando sopa. Tive o privilégio de apreciar essa jóia rara e muito bem dirigida por Jack Hill.

A curiosidade para assistir a obra surgiu através de Quentin Tarantino (olha ele aí de novo), através das referências em Jackie Brown e também pelo fato dele sempre o colocar entre os seus filmes favoritos.

Pam Grier com seu visual black power se tornou uma das principais atrizes desse genero, e depois ainda faria outra parceria com Hill em Foxy Brown. Aqui ela interpreta a protagonista do título: uma enfermeira que quer se vingar dos responsáveis por deixar sua irmã viciada em estado vegetativo. Para realizar tal façanha, ela se faz passar por garota de programa para transitar no meio de traficantes e cafetões. O uso da sedução, é um dos métodos para cumprir a sua missão.

Várias cenas são marcantes e algumas até engraçadas, como a da briga em uma festa onde Coffy senta a porrada nas prostitutas que estavam com inveja da sua presença. Outras contém bastante violência, como por exemplo logo no início do filme quando a cabeça de um traficante é estourada com um tiro.

A obra tem lá as suas imperfeições, que no final das contas acabam encobertas pelas suas inúmeras qualidades.

Com diálogos bacanas, personagens carismáticos, trilha sonora de dar gosto, e uma edição caprichada a diversão é mais do que garantida. Nota 9.



quarta-feira, 9 de março de 2011

A Morte Anda a Cavalo (Da Uomo a Uomo / Death Rides a Horse)


Empolgado com a notícia de que Quentin Tarantino irá em breve rodar um western, coloquei no aparelho de dvd A Morte Anda a Cavalo (1967), um dos filmes homenageados pelo diretor em Kill Bill e que estava há um tempão na minha coleção precisando apenas de um empurrão como esse para ser assistido.

O filme do diretor Giulio Petroni (que faleceu no início do ano passado), é um bom exemplar do gênero western spaghetti (que tem como principais representantes os filmes de Sergio Leone e sua trilogia dos dólares), e foi realizado na Itália.

A história é basicamente sobre a vingança de Bill (John Phillip Law), um jovem que há 15 anos, foi o único sobrevivente de um massacre à sua família e que agora procura se vingar dos malfeitores. No caminho ele cruza com Ryan (Lee Van Cleef), um ex presidiário que também procura vingança dos responsáveis pelo seus 15 anos na cadeia. No final das contas, eles percebem que estão atrás das mesmas pessoas.

Lee Van Cleef já é figurinha tarimbada nesses tipos de filmes e aqui ele exerce de maneira correta o seu papel de um pistoleiro experiente. Não conheço outros trabalhos de John Phillip Law que também não faz feio com o personagem obcecado pelo seu acerto de contas.

Achei bacana as cenas da memória de Bill, que ajuda na identificação dos assassinos de seus familiares, seja através de um brinco ou de algumas tatuagens no corpo.

A trilha sonora é excepcional e conduzida com maestria pelo excepcional Ennio Morricone. Algumas dessas músicas também foram utilizadas por Tarantino no já citado Kill Bill e em Bastardos Inglórios.

Não chega a ser o filme definitivo de bangue bangue. No entanto, com o reforço do roteiro de Luciano Vincenzoni, Petroni esculpiu um filme delicioso. Tão delicioso quanto um bom espaguete. Nota 8



terça-feira, 8 de março de 2011

A Vingança de Jennifer (Day of the Woman / I Spit On Your Grave)


Semana passada, recebi a ilustre visita do Luizinho (do blog Passeios Ferroviários). Com o tempo livre, aproveitamos para botar o papo em dia e beber algumas cervejas. Em seguida tentamos assistir ao terror A Casa da Noite Eterna sem sucesso pois o filme não pegou no aparelho de dvd. Decidi então rever duas obras ainda inéditas para o meu amigo: Meet the Feebles (filme do início da carreira de Peter Jackson e que eu já comentei no blog) e A Vingança de Jennifer (1978) do diretor Meir Zarchi.

No caso de A Vingança de Jennifer o principal impulso para a revisão foi o remake que está prestes a estrear nos cinemas por essas bandas com o título de A Doce Vingança. Estou curioso para saber o resultado dessa história para os dias atuais, já que estamos tão anestesiados com tanta violência e brutalidade tanto nos filmes quanto nos noticiários.

O fato é que o original ralizado na década de 70 deve ter causado um alvoroço danado. Na época, a violência já era mostrada de uma maneira mais crua e realista. Mas nada comparado com esse filme sobre uma escritora (Camille Keaton) que decide concluir sua obra em uma casa de campo bem longe da correria da cidade grande. Lá ela cruza o caminho de quatro homens que decidem estuprá-la e espancá-la. As cenas são bem chocantes até para os dias de hoje. A primeira parte do filme se resume a esse acontecimento. E quem pensa que na segunda parte vai ter refresco está redondamente enganado. Jennifer decide se vingar com requintes de crueldade de todos que cometeram tal atrocidade.

Camille Keaton (que é sobrinha neta do grande cineasta Buster Keaton), teve uma atuação bem corajosa transmitindo todo o desespero nas cenas do estupro e toda a frieza durante a sua vingança. Além de todas as cenas de nudez da atriz é claro.

O fato do filme não apresentar trilha sonora reforça ainda mais todo o clima pertubador da história.

Na época de seu lançamento, foi censurado em diversos países e recebeu duras críticas de pessoas respeitadas como Roger Ebert por exemplo. Com o passar do tempo e o advento do video cassete, foi ganhando um status de cult sendo um dos filmes mais procurados na década seguinte.

Uma obra imperfeita mas bem conduzida por Zarchi. Um típico sexploitation que abriu caminho para diversas outras obras com o mesmo tema.

Agradecimentos ao amigo Rick que me emprestou esse filme. Nota 7



domingo, 20 de fevereiro de 2011

Seu Amor, Meu Destino (Here on Earth)


Quem me conhece, sabe que eu assisto à qualquer tipo de filme. Pode ser infantil em excesso, um terror com pouca história, uma ação descerebrada e barulhenta ou aquela típica comédia romântica adolescente... dependendo da disposição e do estado de espírito, está valendo. Mas é claro que eu tenho minhas preferências e muitas vezes (e pela falta de tempo), esses filmes ficam esquecidos e largados de lado por um tempo.

Dia desses eu assisti em casa junto com a minha esposa, Seu Amor, Meu Destino (2000), longa de estréia do diretor Mark Piznarski.

A história transita entre o romance e o drama envolvendo principalmente três personagens: Kelley (Chris Klein, canastrão como sempre), Samantha (Leelee Sobieski) e Jasper (Josh Hartnett). Kelley é o rapaz riquinho e marrento que se apaixona por Samantha, uma moça que trabalha em uma lanchonete e que por sua vez é namorada de Jasper. Os dois marmanjos se envolvem numa briga que culmina em um acidente com carros, destruindo a lanchonete onde Samantha recebe o seu ganha pão. Como castigo, ambos devem trabalhar na reforma do estabelecimento. Esse fato, acaba aproximando Kelley de Samantha, formando aí, um confuso triângulo amoroso.

Achei interessante a abordagem de um amor entre duas pessoas com condições financeiras bem distintas e sobre lidar com as perdas da vida. No entanto, apesar de toda a mensagem edificante, faltou emoção e uma maior identificação com os personagens.

Não gostei também da condução de toda a história. Em certo momento me lembrei de Um Amor para Recordar, que emocionou muito mais.

Um filme que dá sono, mas que tem um ponto positivo: a sua curta duração. Nota 2


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (Bring Me the Head of Alfredo Garcia)




Não sou exatamente um fã dos filmes de Sam Peckinpah e nem tenho um conhecimento tão aprofundado do seu legado. No entanto, reconheço todo o talento e a importância do diretor que é conhecido pelos cinéfilos como "o poeta da violência". De todos os trabalhos que eu conheço do cineasta, o que mais me agradou foi Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (1974) que resume bem a essencia de toda sua obra. Naquela época, Peckinpah não ficou nada satisfeito com o resultado do seu filme anterior (Pat Garret & Billy the Kid) que foi mutilado pelo estúdio. Ele que já tinha problemas com o álcool, mergulhou ainda mais na bebida e se mandou para o México com pouco dinheiro para filmar seu novo trabalho. Sem nenhuma cobrança do estúdio, o resultado é um filme delicioso de ser apreciado. Uma jóia a ser descoberta que foi muito criticada na época de seu lançamento, principalmente pela crueza retratada e um realismo sem maquiagens

Na história, um milionário fazendeiro (Emilio Fernandez) descobre que sua filha engravidou do tal Alfredo Garcia e oferece 1 milhão de dólares a quem trouxer a cabeça do sujeito.

Todo esse bafafá chega aos ouvidos de Bennie (Warren Oates), um pianista alcoolatra e decadente que se diz capaz de encontrar Alfredo. Logo em seguida, descobre através de sua namorada prostituta (Isela Vega) que o homem morreu em um acidente de carro e decide ir atrás do prêmio bizarro para faturar uma grana. A partir desse momento, o personagem inicia uma trajetória onde o fundo do poço nunca parece chegar.

O filme faz uma bacana referência ao clássico O Tesouro de Sierra Madre de John Huston, quando um caçador de recompensas se apresenta ao pianista como Freddy C. Dobbs (nome do personagem de Humphrey Bogart no filme)

Warren Oates está excelente em seu personagem inspirado no própio Peckinpah (que emprestou seu óculos ao ator). Quem fez bonito também foi Isela Vega que interpreta a sua personagem na medida certa. Destaque para as presenças dos atores Robert Webber, Gig Young e Kris Kristofferson.

Um filme sórdido, cheio de imperfeições (principalmente na fotografia) e ao mesmo tempo charmoso. Realizado com extrema sinceridade pelo seu diretor. Nota 8.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potyomkin)


Que tal assistir no conforto de sua casa um grande clássico do cinema? Pois foi exatamente o que eu fiz no último Domingo. Liguei o ar condicionado do quarto e coloquei no DVD O Encouraçado Potemkin (1925), a obra mais famosa do diretor Sergei Eisenstein.

O filme mostra um fato ocorrido em 1905 na Rússia Czarista em que marinheiros à bordo do navio Potemkin, resolveram se rebelar contra os seus comandantes devido principalmente aos maus tratos recebidos naquele local. Esse motim foi apenas um dos vários que ocorreram naquele ano e que posteriormente culminaria na Revolução Russa de 1917.

Fiquei impressionado com as sequencias das imagens que deixa a todo momento um clima de tensão. Além da já citada revolta no navio, outra cena que se destaca é a do massacre ocorrido na escadaria de Odessa onde vários civis foram mortos pelos opressores do Czar. Uma das sequencias mais antológicas é a do carrinho do bebê, que muitos anos depois foi homenageada em Os Intocáveis de Brian de Palma.

Desde a primorosa edição até a belíssima trilha sonora, tudo funciona perfeitamente bem nesse classico do cinema russo.

Um filme para ser visto e revisto por todos. Não apenas pelas suas qualidades, mas para jogar uma luz naquele período que resultaria na Revolução Bolchevique. Nota 10.



domingo, 2 de janeiro de 2011

Top 20 2010



1 - Tropa de Elite 2 de José Padilha
2 - O Escritor Fantasma (The Ghost Writer) de Roman Polanski
3 - A Rede Social (The Social Network) de David Fincher
4 - Toy Story 3 de Lee Unkrich
5 - A Fita Branca (Das Weisse Band) de Michael Haneke



6 - Mother - A busca pela verdade (Madeo) de Bong Joon-ho
7 - As Melhores Coisas do Mundo de Laís Bodanzky
8 - Guerra ao Terror (The Hurt Locker) de Kathryn Bigelow
9 - Mary & Max - Uma amizade diferente (Mary and Max) de Adam Elliot
10 - À Prova de Morte (Death Proof) de Quentin Tarantino



11 - Ervas Daninhas (Les Herbes Folles) de Alain Resnais
12 - Karatê Kid (The Karate Kid) de Harald Zwart
13 - Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works) de Woody Allen
14 - Direito de Amar (A Single Man) de Tom Ford
15 - Sede de Sangue (Bakjwi) de Park Chan-wook



16 - Ilha do Medo (Shutter Island) de Martin Scorsese
17 - A Caixa (The Box) de Richard Kelly
18 - O Pequeno Nicolau (Le Petit Nicolas) de Laurent Tirard
19 - Coração Louco (Crazy Heart) de Scott Cooper
20 - Onde Vivem os Monstros (Where the Wild Things Are) de Spike Jonze