segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Django Livre (Django Unchained)
Ir ao cinema assistir um filme de Quentin Tarantino é sempre um grande acontecimento para mim. Além de ser um dos maiores cineastas da atualidade, foi um dos principais responsáveis na formação desse cinéfilo que aqui escreve. Seu cinema recheado de referências me fez entrar em contato com obras magníficas, além de aumentar minha apreciação pelo cinema de autor. Django Livre (2012) é mais um excelente filme do diretor que aqui homenageia principalmente um dos seus gêneros preferidos: o western spaghetti. Valeu a pena esperar pela enorme fila do UCI Norte Shopping e só conseguir comprar para a sessão das 20:55, pois nesse horário, eu tive a grata surpresa de reencontrar já dentro da sala um casal de amigos que não via há tempos. Tanto Rick Martins quanto Dani Cotrim são fãs de Tarantino e esse inesperado reencontro não podia ter sido melhor.
Voltando ao filme, para os que ainda não sabem, o título é uma referência ao primeiro Django rodado em 1966 e estrelado por Franco Nero que aqui faz uma pequena participação. Logo no início, visualizamos um logo antigo da Columbia Pictures para em seguida ao som da música tema de Django, surgir escravos marchando acorrentados diante de um intenso calor. Entre eles se encontra Django (Jamie Foxx), que não demora muito para ser retirado daquelas condições pelo Dr. King Schultz (Christoph Waltz), um dentista caçador de recompensas que pretende contar com a ajuda do protagonista para concluir a sua missão: encontrar e capturar vivos ou mortos três homens. Os dois com o passar do tempo se tornam parceiros e Django pretende nesse nova condição, resgatar a sua esposa Broohmilda (Kerry Washinton) das mãos de um rico fazendeiro (Leonardo DiCaprio).
Esse western na época da escravidão podia ser um filme comum nas mãos de um outro diretor . Mas aqui, o que se vê, é um desfile de imagens realizada por um apaixonado pelo cinema, que também entrega mais um excelente roteiro. Alguns podem até reclamar de algumas diferenças na condução da narrativa e da ausência de capítulos que dividiam as histórias. Mas ao meu ver, a essência do seu trabalho está toda ali. Cenas violentas? Tem sim senhor... Diálogos afiados? Com certeza... Trilha sonora matadora? Essa é uma especialidade do Tarantino. Só ele mesmo para misturar hip hop com filme de bang bang. E as referências? Tem de Sergio Leone até blacksploitation.
Leonardo DiCaprio e principalmente Samuel L. Jackson (olha ele aí de novo) roubam a cena na minha opinião. Jackson interpretando um negro racista é um show à parte. Os demais estão todos bem.
Não chega a ser uma obra prima se compararmos com alguns trabalhos do diretor. Mas é bom pra cacete e saí do cinema feliz da vida. Ainda tive tempo para uma boa conversa com o Rick e a Dani na saída do cinema. Ambos satisfeitos com o filme também. Pena que foi uma conversa rápida, pois já era tarde e no dia seguinte tinha que acordar cedo para trabalhar.
Um filme com 165 minutos que passam voando. Já estou com vontade de assistir novamente. Nota 9.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Além das Montanhas (Dupa Dealuri)
Depois do brilhante 4 meses, 3 semanas e 2 dias, Cristian Mungiu está de volta com uma outra porrada cinematográfica que joga mais uma luz no cinema romeno. Além das Montanhas (2002) não impressiona tanto quanto o filme anteiror do diretor, mas contém uma crueza inerente ao seu trabalho que deixa uma sensação perturbadora na gente. Quem conhece o trabalho do cara sabe do que estou falando.
A trama vai aos poucos apresentando as protagonistas da história. As amigas Voichita (Cosmina Stratan) e Alina (Cristina Flutur) foram criadas em um orfanato e dali nasceu um vínculo muito forte entre as duas. Com o tempo, cada uma seguiu seu caminho, com Voichita dedicando sua vida em um monastério e Alina indo trabalhar na Alemanha. Fica claro que existe algo a mais na relação das duas e esse fato faz com que Alina vá ao encontro da antiga amiga com o intuito de tirá-la daquele lugar. Voichita por sua vez não consegue se imaginar longe do seu trabalho na igreja, e tenta em diversos momentos convencer Alina de que o melhor a ser feito, é ter fé e se entregar por completo à Deus. Os conflitos de interesses e valores que surgem entre essas pessoas no monastério, são ingredientes para a elaboração de um desfecho trágico iminente. Tolerância, loucura, poder,religiosidade,amor, possesão, fé, ciência,etc... tudo isso e muito mais é retratado por Mungiu sem julgamentos. Não vou escrever mais, para não entregar tanta coisa da história.
O roteiro vencedor de Cannes no ano passado escrito pelo própio diretor, foi baseado em fatos ocorridos na Moldávia em 2005 que foram registrados por Tatiana Niculescu em alguns romances.
Cosmina Stratan e Cristina Flutur deram um show e mereceram o prêmio em Cannes.
Achei apenas que sua duração podia ser um pouco menor. No final das contas o saldo foi extremamente positivo.
Mungiu entrega mais uma obra forte e competente. Nota 8.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
O Som ao Redor
Finalmente chegou aos cinemas, o tão aguardado longa de estréia de Kleber Mendonça Filho. Depois de realizar alguns curtas metragens aclamados pela crítica e pelo público, aqui ele entrega uma obra diferenciada no que diz respeito ao cinema nacional. E o que justifica todo o hype em torno de O Som ao Redor (2012)? É claro que os prêmios conquistados em diversos festivais nacionais e internacionais ajudaram na propaganda do filme. Na minha opinião, o principal diferencial está no formato que o diretor optou em apresentar suas mensagens.
Aqui não tem protagonistas e sim um mosaico de personagens que se relacionam entre si e com o som. Aliás o som é o que podemos chamar de protagonista nesse filme tamanha a sua importância. Tudo se passa em uma rua do Recife, mas podia ser no Rio de Janeiro, na Paraíba, São Paulo, Manaus, ou qualquer lugar do país, pois o cotidiano mostrado na tela ultrapassa qualquer diferença de sotaques.
O filme inicia apresentando fotos antigas mostrando trabalhadores nas lavouras (provavelmente explorados) ralando demais para garantir ao menos um prato de comida na mesa. Em seguida Kleber já demonstra seu talento apresentando crianças brincando dentro de um condomínio. Nesse momento me lembrei de uma cena de O Iluminado de Stanley Kubrick em que a câmera acompanha o menino pelo hotel com o velocípede. Aos poucos seus personagens irão sendo apresentados e já percebemos uma certa tensão no ar. A sensação é que em qualquer momento alguma merda irá acontecer.
Algo também muito perceptível é a diferença de classes mostrada principalmente nas relações entre os empregados e seus patrões. Fica evidente que muita coisa da época da escravidão ainda se mostra presente. Pessoas continuam sendo exploradas e escravizadas só que com uma nova roupagem. Tudo contribuindo para um clima tenso. Aliás, tensão essa que cada um dos personagens parecem guardar dentro de si. Aqui vemos uma dona de casa que tem insônia e sofre com os latidos de um cachorro, um corretor de imóveis desconfiado do seu primo ter roubado o aparelho de cd da sua nova namorada, um rico propietário de imóveis que se acha no direito de ter privilégios graças á sua influência, milicianos que surgem do nada cobrando uma taxa dos moradores para dar segurança aos mesmos e que na verdade, acontece o oposto... enfim são vários personagens que tem as mesmas relevâncias.
Além do esplêndido trabalho do diretor, temos que bater palmas para os responsáveis pela fotografia com seus belíssimos enquadramentos e o som que é usado a favor do filme. Uma beleza.
Dos atores, eu conhecia apenas o Irandhir Santos que cada vez mais conquista seu espaço no cinema de qualidade. O restante do elenco também mandou super bem e dentro da medida.
Uma obra que cresce na mente com o passar do tempo. Merece ser revisto sempre.
Já prestaram a atenção no som ao redor? Nota 10.
domingo, 6 de janeiro de 2013
A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians)
Já foi o tempo em que pais do mundo inteiro bocejavam nos cinemas diante de filmes infantis escolhidos pelos filhos. Junto com a evolução dos diversos estúdios de animação, essas histórias ganharam novas roupagens com roteiros agradáveis para as diversas faixas etárias. Nos dias de hoje, muitas vezes vemos mais adultos que crianças na fila para assistir esses filmes. Não foi o caso na sessão desse Sábado de A Origem dos Guardiões (2012). Talvez pelo momento de férias da molecada e também pelo fato do filme estar em exibição em apenas uma sala no UCI do Norte Shopping, pois já tem tempo que entrou em cartaz.
A trama dirigida por Peter Ramsey e baseada nos livros de Willian Joyce, apresenta diversos personagens famosos que são os guardiões responsáveis na manutenção da fantasia e inocência da criançada. Entre eles: Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada do Dente e Sandman. Em seguida, eles recebem o reforço de Jack Frost, o mais recente guardião que não se considera preparado para essa função. Todos unidos para lutar contra o Bicho Papão que pretende disseminar o medo entre crianças.
Assisti em 3D junto com minha mãe e minha tia e posso dizer que valeu a experiência pois o filme é visualmente deslumbrante em alguns momentos. Por outro lado, não gostei das cenas das batalhas. Mas o que mais me incomodou mesmo foi o roteiro sem muita graça e bastante infantil. E olha que nem criei tanta expectativa assim.
A obra tem as vozes originais de Chris Pine, Alec Baldwin, Isla Fischer, Hugh Jackman e Jude Law. A dublagem teve Thiago Fragoso e Isabelle Drummond.
Valeu apenas pelo belo visual e pela sua bacana mensagem. Nota 5.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Procura-se um Marido (Miss Conception)
Para não perder o pique e não deixar a preguiça contaminar, venho relatar sobre o primeiro filme que assisti em 2013 na companhia da minha esposa. Por falar em ano novo, desejo do fundo do meu coração aos meus queridos leitores, muita paz, saúde e que a esperança permaneça acesa diante das porradas da vida. Que nesses momentos mais difíceis, possamos lidar com a situação transformando em aprendizado e força para seguir em frente na busca dos nosso objetivos. Que Deus ilumine o caminho de todos.
Voltando ao nosso assunto inicial, até que Procura-se um Marido (2008) não é tão ruim quanto eu imaginava. Mesmo com problemas, o filme dirigido por Eric Styles, ganhou minha simpatia ao apresentar Georgina (Heather Graham) uma mulher com um imenso desejo de ser mãe e que vai encontrar diversas dificuldades para engravidar. Além do seu namorado Zak (Tom Ellis), não estar preparado para ser pai, ela descobre através de um exame que possui apenas um último óvulo. Daí para frente, Georgina precisa correr contra o tempo para conseguir gerar um filho.
É importante lembrar que se trata de uma comédia com alguns momentos divertidos.
Tirando Heather, que na minha opinião leva o filme nas costas, o restante do elenco não está bem, incluindo aí o já citado Tom Ellis e Mia Kishner que faz o papel da melhor amiga de Georgina.
Um filme previsível que pode agradar. Nota 6.
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