Há uma frase famosa do Andy Warhol onde ele diz que no futuro todos terão 15 minutos de fama. Estas célebres palavras do artista caem como uma luva nos dias atuais, principalmente se levarmos em consideração, a crescente utilização da internet para divulgação de qualquer coisa que seja (esse blog por exemplo) ou na busca pela fama repentina nos Big Brothers da vida. Acho bacana o reconhecimento das pessoas por um trabalho realizado com grande amor e dedicação. No entanto, a fama pode trazer consigo alguns percalços difíceis de se lidar e essa situação é muito bem mostrada em Um Lugar Chamado Notting Hill (1999), um filme delicioso recomendado pela minha esposa Gisele, que achava um absurdo eu nunca ter assistido. A foto acima é uma das cenas favoritas dela. Obrigado pela dica amor.
A trama se desenrola em um bairro de Londres (Notting Hill do título) e nos apresenta William Thacker (Hugh Grant) um divorciado dono de uma livraria especializada em livros de viagens. Certo dia, ele recebe em sua loja a visita da famosa atriz americana Anna Scott (Julia Roberts) que à princípio, o deixa inibido. Mas logo em seguida ele consegue abordar a moça como uma cliente qualquer. O destino irá novamente cruzar o caminho do dois, e a partir daí, presenciamos uma improvável paixão mútua desses indivíduos de mundos tão opostos.
O clima de leveza reina absoluto em vários momentos e até os clichês típicos das comédias românticas não irritam nem um pouco. Talvez pelo fato do roteiro ser de Richard Curtis, o mesmo responsável por Quatro Casamentos e um Funeral, Bridget Jones: No Limite da Razão e Simplesmente Amor (onde também dirigiu). Aqui, a direção fica por conta de Roger Mitchell que conduziu o seu filme maravilhosamente bem.
Parece que a história foi baseada na relação de Julia Roberts com a imprensa, mas ninguém nunca confirmou essa informação. Sem falar no caso de Divine Brown em que Grant esteve envolvido. Tendo em vista a crítica do filme à imprena sensacionalista, a escolha dos atores foi mais que certeira.
Outro destaque é o ator Rhys Ifans que interpreta Spike, um inquilino de Thacker reponsável por várias cenas cômicas. Seu personagem lembra muito um junkie de carteirinha. Alec Baldwin também marca presença em uma pequena participação.
Uma cena que me chamou bastante atenção, foi a caminhada sem interrupção de Thacker onde é mostrada a passagem do tempo através das mudanças de estação e das pessoas ao seu redor. Belíssima.
Um filme lindo, engraçado e dramático algumas vezes. E que faz você torcer pelos personagens.
Tente não cantarolar She ao final do filme.
Surrealista... mas encantador. Nota 10.