É com uma imensa satisfação que venho até esse querido
espaço, para escrever sobre um filme realizado por um dos maiores cineastas de
todos os tempos: Alfred Hitchcock. Um sujeito que dirigiu Pacto Sinistro,
Janela Indiscreta, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Frenesi, Festim Diabólico, A
Sombra de uma Dúvida, Psicose, e tantas outras maravilhas, merece toda a
adimiração do mundo e é referência para vários outros cineastas importantes.
Hitchcock não era apenas o mestre do suspense, pois seus filmes não se
enquadravam apenas nesse gênero. Em sua vasta filmografia, também encontramos
comédias e dramas (caso do filme que vou citar aqui).
Sob o Signo de Capricórnio (1949) é o segundo filme colorido
de Hitchcock realizado pela sua própia produtora (Transatlantic Pictures) e que
custou uma fortuna devido principalmente à presença da bela atriz Ingrid
Bergman que fez seu terceiro e último filme com o diretor.
Bergman interpreta Henrietta, uma mulher que apresenta
sérios problemas com bebida e que é casada com Sam Flusky (Joseph Cotten), um
ex-condenado que se enveredou pelo ramo dos negócios. Ambos moram em uma fazenda na Austrália, mas se conheceram
muitos anos antes na Irlanda.
A história (que se passa no século retrasado) envolvendo
esse casal aos poucos vai sendo revelada após a presença de Charles Adare
(Michael Wilding), que é primo do governador e está no país com o intuito de
fazer negócios. Charles (que conhece Henrietta há muitos anos), está disposto à
ajudar a esposa de Sam após descobrir que a mesma apresenta depressão. Sam à
princípio apóia essa ajuda, mas com o passar do tempo, desconfia que Charles e
Henrietta estão apaixonados, o que de fato acontece. Está formado o triãngulo
amoroso.
Outra personagem fundamental na trama é a de Milly (Margaret
Leighton) a empregada da casa que me fez lembrar de uma personagem em outro
filme importante de Hitchcock : Rebecca - A Mulher Inesquecível.
O filme na minha opinião não é uma obra prima, mas está
longe de ser ruim. Repleto de diálogos, o destaque está na condução da história
que mostra as várias reações dos personagens mediante algumas revelações e
atitudes.
Hitchcock não gostou tanto do resultado final e nem das
atuações dos atores principais. O filme foi um fracasso nas bilheterias e
segundo dizem, o clima nos bastidores entre o diretor e Bergman não era dos
melhores devido principalmente à discordâncias.
O título do filme, é mais uma mancada dos tradutores, já que
se refere ao trópico e não ao signo.
Eu gostei dos atores, principalmente de Bergman que se
entrega de corpo e alma para interpretar a sofrida personagem.
Muitas características do diretor também estão presentes
nesta obra, e aqui ele realiza novamente os planos-sequência que foram
largamente usados em Festim Diabólico.
Para quem não sabe, Hitchcock faz em cada uma de suas obras,
uma pequena aparição. e aqui não foi diferente. Essa prática se iniciou no
filme O Pensionista de 1927 e não parou mais. O público procurava o diretor
durante a projeção, e isso acabava desviando a atenção. Por esse motivo em um
determinado momento da carreira ele decidiu aparecer logo no início dos seus
filmes.
Achei um pouco irreal, que o personagem Sam demorasse tanto
para desconfiar das intenções de Charles com Henrietta. No entanto a
verossimilhança nunca foi o forte nas obras de Hitchcock. Em uma célebre frase
do gordinho, ele cita que deseja apenas que seus filmes sejam saboreados como
um bom pedaço de bolo de chocolate. E nesse caso, mais um delicioso pedaço de
bolo. Nota 8.